segunda-feira, dezembro 31, 2007

BOAS FESTAS




A Livraria Minerva Galeria e as Edições Minerva Coimbra 
desejam a todos um Santo Natal e um Feliz Ano Novo.


Natal

Sobre a palha loura
Dorme, a rir, Jesus:
Tudo a rir se doura
De inocente luz.
Há no olhar etéreo
Do boizinho lento
Sonhos de mistério
Num deslumbramento…
Chegam pegureiros:
Chegam-se ao redor,
Tal e qual cordeiros
Para o seu pastor.
Anhos que vêm vindo
Põem-se a meditar:
Que zagal tão lindo
Para nos guiar!

Ajoelham magos,
— Êxtase profundo!…
Com os olhos vagos
No Senhor do Mundo…
E a banhada em pranto
Mãe se transfigura,
Por divino encanto,
Numa Virgem pura.

Guerra Junqueiro

sábado, dezembro 22, 2007

VALDEMAR PEIXOTO na Galeria Minerva





A Galeria Minerva tem patente uma exposição de pintura de VALDEMAR PEIXOTO, até ao próximo dia 16 de Janeiro, de segunda a sábado, das 10h00 às 13h00 e das 14h30 às 19h00.

Durante a inauguração, Paulino da Mota Tavares falou da obra do artista e José Machado Lopes leu poemas de Valdemar Peixoto e de Paulino Mota Tavares.


Valdemar Fernando Cabral Peixoto é natural de Coimbra. Estudou desenho e pintura na Escola Superior de Belas Artes do Porto e contactou com artistas como Valdemar da Costa e a pintora Lúcia Maia.

Participou em várias exposições individuais e colectivas em Portugal e no estrangeiro.


O grande poeta latino a quem chamamos Horácio (65.8 A.C.) afirma em seus versos, cheios de vida e beleza, que o mercador do mar agitado, “refaz as embarcações quebradas e é incapaz de sofrer a mediania”.
Assim também o pintor, que luta contra a materialidade das coisas, ele próprio refaz constantemente o mundo, tornando-se incapaz de lhe sofrer os contornos e exactidões. Mais, ele, o artista, sempre interroga as formas e as cores, tudo reconstrói e tudo redime, recusando assim a vulgaridade e a mediania.

O artista aqui, é, naturalmente, Valdemar Peixoto.
Tendo estudado desenho e pintura na Escola Superior de Belas Artes do Porto e contactado com artistas como Valdemar da Costa, desde cedo se deixa atrair pela aguarela, pelo jogo dos volumes, pelo exercício do esfumado, do traço rigoroso, do corpo humano, da sublimidade da cor.

Aprecia Chagall, Picasso, Cézanne, Matisse ou Vieira da Silva e não dispensa a música, compositores como Mozart, Bach, Beethoven, nem deixa de ouvir os magníficos sons da guitarra de Carlos Paredes. Gosta de pintar arquitecturas, barcos, cavalos e cavaleiros, a nudez feminina, turbulências ou figuras tão paradigmáticas como D.Quixote ou Inês de Castro. Interpreta a natureza como um espaço onde o claro-escuro se manifesta e, indefinidamente, se contraria.
Com manchas, linhas geométricas, velaturas, fogo e cinzas, o artista vai construindo ideias e propostas estéticas que nos revelam a tangencia das coisas, ou seja, o imediato sempre a acontecer, a mudar e a interrogar o Homem e a sua mesma circunstância.
Resta-nos olhar e ver os trabalhos de Valdemar Peixoto: obras como “Monumento Azul”, inspirado no Mosteiro de Santa Clara-a-Velha; “D.Quixote e o seu pequeno Mundo”, “Concerto no Bar”, “O maestro”, “O caos das colunas” ou “O ensaio das coristas”.
A partir desta observação atenta poderemos avaliar liminarmente o talento do artista que interpreta tudo o que o rodeia e que tudo transforma e ilumina.
Mais uma vez, a lembrança: o artista é neste caso e nesta hora, Valdemar Peixoto, a quem agradecemos e vivamente felicitamos.

Paulino Mota Tavares


sexta-feira, dezembro 21, 2007

MIL VEZES MIL BEIJOS. O LIVRO DOS BEIJOS de JEAN EVERAERTS



As Edições MinervaCoimbra lançaram mais um volume da Colecção Poesia Minerva, dirigida por José Ribeiro Ferreira, desta vez o livro “Mil Vezes Mil Beijos. O livro dos beijos”, de Jean Everaerts, com introdução, tradução do latim e notas de Carlos Jesus.

“No início do século XVI, período caracterizado por um forte fascínio pelos textos clássicos, houve um poeta que, mais do que qualquer outro, dedicou ao tema do beijo grande parte da sua musa”, refere Carlos Jesus. Efectivamente, “colhendo inspiração no latino Catulo, Jean Everaerts compôs todo um livro a que se deu, após a sua morte, o sugestivo nome de Basorium Liber (O Livro dos Beijos)”.

Neste livro, explica ainda Carlos Jesus, o seu tradutor, “cada poema elegíaco representa, intencionalmente, um beijo, uma modalidade de beijar, uma reflexão diferente sobre o tocar mais ou menos apaixonado, mais ou menos violento de dois lábios ardentes de paixão”.

Em Jean Everaerts “o beijo é o veículo para a paixão e para o amor, para o prazer sexual ou para a simples contemplação da amada. Ele está presente em todos os poemas, sendo ora um ponto de partida, ora um fim, ora mesmo algo que a início é negado para aumentar o prazer quando, finalmente, tal beijo for consumado”.

José Ribeiro Ferreira, que apresentou a obra, recorda que Everaerts utiliza vários termos para designar o beijo. “Usa os termos basium “beijo”, suaviolum “beijinho”, mais terno, e ainda osculum o beijo mais inocente”. Depois há ainda o beijo platónico e o beijo enquanto sopro de vida. O poeta chega mesmo a dissertar sobre “o número de beijos que devem ser trocados entre os amantes, uma vez que já se deram bis mille basia (duas vezes mil beijos)”, refere ainda o professor de Estudos Clássicos.

Para José Ribeiro Ferreira, Jean Everaerts é um “exímio poeta erótico”, opinião partilhada por Carlos Jesus, que considera o seu erotismo “sugestivo, tantas vezes sinestésico”. Mas Everaerts distingue-se ainda pela expressividade, pela ousadia e pela qualidade do verso latino, de que é um exímio cultor.

No final da sessão, Amélia Campos e Miguel Sena, do grupo Thíasos da FLUC, leram alguns dos poemas de “Mil Vezes Mil Beijos”.

Carlos Jesus está neste momento a realizar um doutoramento em literatura grega na Universidade de Coimbra e tem já cerca de duas dezenas de trabalhos publicados. Tem também desenvolvido trabalho no âmbito do teatro clássico, sendo actor e encenador do grupo Thíasos da FLUC.






DANIEL E O BICHO DA LANTERNA de NOEMIA MALVA NOVAIS inaugura Colecção Letras Pequenas



As Edições MinervaCoimbra lançaram uma nova colecção, intitulada “Letras Pequenas”, cujo primeiro volume foi recentemente apresentado pelo psicólogo Eduardo Sá. Trata-se da história “Daniel e o bicho da lanterna”, da autoria de Noémia Malva Novais, com ilustrações de Inês Massano. Segundo Isabel de Carvalho Garcia, esta pretende ser uma “colecção de histórias breves e de fácil leitura, com ilustrações coloridas e belas”.

Quanto ao primeiro volume, agora editado, Eduardo Sá considera-o ternurento. “É um livro que nos abre para exercícios de ternura por parte dos pais em relação aos filhos”, afirmou, acrescentando que “os mimos são a vitamina do crescimento”.

De acordo com o psicólogo, “as crianças são o melhor de nós, adultos” que, assegurou, “se tornam iguais ao rezingão”, o famoso anão da história da Branca de Neve e os 7 anões. “Os adultos que são capazes de imaginar o que as crianças sentem premeiam-nos com livros como este”, referiu ainda Eduardo Sá.

O livro conta a história de um menino, o Daniel, que sonhou que tinha uma lanterna onde estava um bicho. “Os pais ficam muito assustados com os pesadelos das crianças, como se crianças saudáveis não tivessem legitimidade para estarem zangados e não pudessem encenar a sua zanga em pesadelos”.

Este primeiro volume da Colecção Letras Pequenas foi apoiado pela REN – Rede Eléctrica Nacional, que comprou mil exemplares para distribuir neste Natal por crianças carenciadas.

quinta-feira, dezembro 20, 2007

«SEGREDOS DO SUB MUNDO» DE JÚLIA DURAND



As Edições MinervaCoimbra lançaram recentemente, em Braga, o livro SEGREDOS DO SUB-MUNDO, de Júlia Durand, cuja apresentação esteve a cargo de António Costa Santos.

SEGREDOS DO SUB-MUNDO é o n.º 2 da Colecção Geração21 e Júlia Durand é, actualmente, a mais jovem autora das Edições MinervaCoimbra, com apenas 13 anos.

terça-feira, dezembro 18, 2007

“Mil Vezes Mil Beijos. O livro dos beijos”, de Jean Everaerts. Tradução do latim de Carlos Jesus


Mil Vezes Mil Beijos. O livro dos beijos”, de Jean Everaerts, com introdução, tradução do latim e notas de Carlos Jesus. Colecção Minerva Poesia dirigida pelo Prof. José Ribeiro Ferreira

Carlos A. Martins de Jesus é licenciado em Línguas e Literaturas Clássicas e Portuguesa pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (2005), mestre pela mesma Faculdade, com a tradução e estudo da comédia As Vespas de Aristófanes (2007), e iniciou já a investigação com vista ao doutoramento em letras, na especialidade de literatura grega.

Com cerca de duas dezenas de trabalhos publicados, entre livros, notícias, comunicações e artigos em revistas da especialidade, tem desenvolvido estudos sobre literatura grega, com destaque para a poesia arcaica e, em especial, Arquíloco de Paros (séc. VII a.C.), autor cuja tradução dos fragmentos poéticos tem no prelo. Traduziu o Manual de Epicteto (Arte de Viver, ed. Sílabo, 2007) e, como colaborador do projecto de tradução completa do teatro clássico, tem para sair As Vespas de Aristófanes e As Suplicantes de Ésquilo. É membro da SoPlutarco e da International Plutarch Society. A par da literatura grega, também a poesia erótica latina (e a nela inspirada) tem merecido a sua atenção, facto de que o presente livro é talvez a maior prova.

Tem ainda desenvolvido um trabalho contínuo no âmbito do teatro de tema clássico, integrando o grupo Thiasos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra como actor e encenador.


Miguel Torga e a Pide

Apresentação da obra
MIGUEL TORGA E A PIDE, de Renato Nunes
Com a presença do Prof. Dr. Luís Reis Torgal da Universidade de Coimbra
Data: 19 de Dezembro, 18h00
Local: Casa da Cultura de Paranhos, Largo do Campo Lindo, 7 (junto à PSP)

Renato Nunes tem 27 anos, vive em Vila Franca da Beira (Oliveira do Hospital), é professor de História e "aprendiz de Historiador", como gosta de se auto-designar. Está a lançar este seu primeiro trabalho de investigação historiográfica, precisamente no ano em que se comemora o primeiro centenário do nascimento de Miguel Torga.

O livro refere os quatro processos de Torga na polícia política, datados de entre 1939 e 1973 e dos quais um foi processo-crime e os restantes "processos de agregação de informações sobre o Miguel Torga homem, médico e autor", explica Renato Nunes.

A obra divide-se em cinco grandes capítulos: "I. A literatura e o Estado Novo: Como contribuía a literatura para os desígnios do Estado Novo e da oposição?"; "II. «O quarto dia» do romance autobiográfico «A Criação do Mundo» (1939) "; "III. O escritor e as acções oposicionistas (1945-1958) "; " IV. O Volume VIII do «Diário» e a candidatura ao Prémio Nobel da Literatura (1959-1960) ", com uma parte dedicada ao período dos anos 60 e a resposta à pergunta: diminuiu ou aumentou a vigilância e repressão sobre Miguel Torga, após 1950, como consta em alguns estudos? e, finalmente, "V. As últimas informações recolhidas pela DGS, já no período do marcelismo (1969-1974)".

segunda-feira, dezembro 17, 2007

MinervaCoimbra no Diário As Beiras

Isabel de Carvalho Garcia

A paixão pelos livros

A MinervaCoimbra começou pela área universitária, mas neste momento é líder em Portugal no sector da comunicação.

Isabel Garcia partilha com o marido, José Alberto Garcia, o destino das Edições MinervaCoimbra. O gosto pelos livros foi sempre a paixão de ambos. Começaram com uma livraria na baixa, na Rua dos Gatos, que ainda mantêm.
No entanto, sempre quiseram montar uma livraria diferente. Da ideia inicial, surgiu a primeira livraria alfarrabista de porta aberta na cidade de Coimbra.
Daí à edição foi um saltinho. Começaram a surgir propostas e o primeiro livro que editaram consistiu numas actas de arte. Depois, começaram a publicar bastante o tema Coimbra e a partir daí foi sempre a evoluir.
Neste momento, Isabel Garcia acompanha a edição e a produção dos livros. A empresária referiu que “a escolha é feita sempre a dois. Conversamos, há uma partilha muito grande dentro da própria empresa”, confessa.
Como factores importantes nos destinos da  editora, Isabel Garcia destaca a ética e a deontologia. “Aparecem-nos muitas propostas de publicação, mas há temas a que não consigo dar o aval”, revela. Não é censura, como refere. “Podem ser textos muito bem escritos, mas há os facciosos, que falam de pessoas, que identificam pessoas pondo a descoberto algumas fragilidades. O caminho da editora Minerva é diferente, é próprio”, explica.
A editora começou pela área universitária, mas neste momento é na área de comunicação que se destaca, como líder em Portugal, o que, segundo Isabel Garcia, “também nos cria muita responsabilidade. Temos autores de nome na área do jornalismo em Portugal e temos também autores estrangeiros. Tudo isto dá uma responsabilidade acrescida. O autor participa em toda a fabricação do livro. Somos uma grande família e sinto-me orgulhosa disso”.
Como é uma pequena editora, é-lhe permitido fazer as coisas de uma forma mais familiar, mais sentimental, mais sensível. É, acima de tudo, uma empresária que trabalha com o coração, nunca descurando a razão, porque, admite, “gosto do que faço”.
Isabel Garcia salienta a importância dos recursos humanos da empresa. “Temos pessoas quase há 20 anos. Há uma formação contínua, porque nós conversamos, reunimo-nos, discutimos os problemas”, argumenta.
Para a empresária, a responsabilidade social das empresas começa logo dentro delas próprias, com os próprios funcionários. Valoriza a formação dos funcionários e sempre que pode concilia a actividade empresarial com a actividade associativa.
Quando confrontada com a pergunta “é difícil ser-se empresária mulher?”, afirma convictamente que “hoje em dia é mais fácil, mas as mentalidades conservadoras ainda não foram ultrapassadas. Costumo dizer que, à partida, os homens nascem com os direitos adquiridos. Nós temos de lutar por eles, e vai continuar a ser assim”.
Isabel Garcia refere que uma das suas características é ser uma pessoa interveniente. E pode permitir-se sê-lo, porque não está filiada em nenhum partido, apesar de ter sido várias vezes convidada para o fazer. “Neste momento, não há um partido em Portugal que me consiga convencer que estão a ser salvaguardados os direitos”, afirmou.
Preocupa-se com o futuro porque, segundo a própria, “tudo está muito incerto”. Neste momento, a empresária diz existir “uma teoria que não está a ser utilizada, não está posta em prática”. E remata referindo que “reformas têm de ser feitas, mas questiono-me se esta será a melhor forma de levá-las a cabo”.

Perfil

Natural de Alvaredo, concelho de Melgaço, e filha de oficial da Força Aérea Portuguesa natural do concelho de Miranda do Corvo, Distrito de Coimbra, Isabel de Carvalho Garcia radicou-se em Coimbra, em 1974, depois de passagem por várias cidades, incluindo Lourenço Marques onde viveu de 1965 a 1970. Responsável pela edição da MinervaCoimbra, Isabel Garcia é licenciada em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Possui uma elevada experiência na organização de inúmeras palestras sobre os mais diversos temas, como história, economia, política, paz mundial e arte. Os projectos de animação cultural também são da sua responsabilidade.
Com um percurso composto por várias áreas de trabalho, a empresária possui formações e experiências profissionais que a caracterizam como uma profissional multifacetada. Autora de artigos de opinião e textos para catálogos e conferências, esta responsável pela edição é também autora de prefácios, essencialmente romance e poesia. Casada e mãe de três filhos, revela-se uma mulher empreendedora, trabalhadora e determinada, mas ao mesmo tempo uma mulher, que nos seus tempos livres, para além de os dedicar aos filhos, dedica-os também a várias associações das quais é elemento de direcção, tal como Associação Nacional de Apoio ao Idoso e a Associação dos Antigos Estudantes de Coimbra, para além da LAHUC.
Com uma actividade profissional intensa, Isabel de Carvalho Garcia é uma mulher que se guia pela intuição e entre as suas paixões não podia deixar de estar a edição de livros. Responsável por mais de três centenas de livros a que o público pode ter acesso, a empresária desempenha também o papel de co-organizadora e co-coordenadora de várias publicações.
Embaixadora do Movimento Internacional de Solidariedade “Rainha N’Zinga”, Isabel Garcia é, desde 2001, vice-presidente da Liga dos Amigos dos Hospitais da Universidade de Coimbra, embora seja elemento da direcção desde 1996.

Empresa - Uma variedade de temáticas
Criada em 1985, por José Alberto de Amaral Garcia e Isabel de Carvalho Garcia com uma forte ligação a Coimbra e ao mundo universitário, as Edições MinervaCoimbra abrangem todo o país. Privilegiando sempre os autores portugueses e suas edições, esta editora publicou sempre em função dos interesses do seu público, que se caracteriza por ser exigente e diverso. Conhecida como uma das principais editoras de Coimbra, a MinervaCoimbra tem um papel fulcral na sociedade, porque, para além de ser editora, é também importadora, distribuidora de livros e publicações, livraria e galeria de arte.
A actividade editorial da empresa conta com livros de autores universitários, como as teses de doutoramentos e dos mestrados, obras e textos redigidos por jornalistas, políticos, entre outros conhecidos ou menos conhecidos. As temáticas são das mais variadas. Para além destas, a MinervaCoimbra organiza ainda colecções de temas expostos por professores de áreas específicas. Contudo, existem publicações fora das colecções, tal como publicações de traduções de autores estrangeiros. Com uma vasta gama de obras publicadas por esta firma, é de referir que a sua actividade foi iniciada com uma livraria alfarrabista, a Livraria Minerva, responsável, na altura, pela importação de livros técnicos e distribuição de livros escolares.
“Actas do 1.º Congresso Luso-Espanhol de História de Arte”, organizado pelo professor Pedro Dias, foi a primeira obra a ser editada nesta livraria, em 1986. Em 1988 é iniciada a colecção Minerva-História, sob a direcção do professor Luís Reis Torgal. Posteriormente, vieram outros docentes pedir a criação de colecções que permitissem colmatar as necessidades sentidas em certas áreas de estudo. Surgiam assim as colecções Minerva, das quais “Cadernos Minerva”, de Mário Mesquita (2002) e “Temas de Infecciologia”, por António Meliço Silvestre e Saraiva da Cunha, foram as últimas a completar esta lista em constante crescimento.

“Terças-feiras de Minerva”

A MinervaCoimbra foi a primeira livraria em Coimbra a começar com as tertúlias, que podiam ser semanais, quinzenais ou mensais, de acordo com os temas a expor e o interesse dos intervenientes. Intitulados “Terças-feiras de Minerva”, estes debates ocorriam normalmente à noite ou ao fim da tarde, onde eram discutidos todos os tipos de temas, desde a poesia até às ciências sociais, passando pela arte. Temáticas actuais são discutidas desde há cinco anos, em encontros que permitem a reflexão e debate de todos os cidadãos interessados pelos problemas da cidade, do país ou mesmo com os problemas que afectam o nosso mundo.
Feitas individualmente ou em ciclos, estas sessões permitem aos presentes a exposição da sua opinião e o aconselhamento mútuo para melhorar certas situações que estão ao alcance de todos. “Coimbra – Uma candidatura a património mundial da Unesco” é um dos ciclos destacados, uma vez que estiveram presentes elementos directamente ligados a esta candidatura. Esta capacidade de debate das “Terças-feiras de Minerva” tem adquirido importância ao longo dos anos, em parte pelos seus actos e temas escolhidos para debate, tal como o resultado do concurso “Os Grandes Portugueses”, que lhe permitiu unir, num só espaço, historiadores, políticos, jornalistas e cidadãos comuns.
Contudo, a livraria Minerva não proporciona tertúlias apenas para os adultos. Em conjunto com os ATL, tem organizado sessões livres de leitura e visitas pedagógicas à livraria, a fim de incutir o gosto e a importância da leitura.
Márcia Oliveira
Diário As Beiras
17.Dez.2007

sábado, dezembro 15, 2007

Daniel e o Bicho da Lanterna de Noémia Malva Novais




Lançamento do livro infantil

DANIEL E O BICHO DA LANTERNA
de Noémia Malva Novais

com ilustrações de Inês Massano

19 de Dezembro, 18h30, Atrium Solum (Coimbra)

Apresentação do livro por Eduardo Sá

Apoios: REN, Atrium Solum e 1.º Jardim Escola João de Deus

“Daniel e o Bicho da Lanterna” é o primeiro livro de literatura infantil publicado pelas Edições MinervaCoimbra no âmbito da colecção Letras Pequenas.

A autora, Noémia Malva Novais, é jornalista e investigadora na área da História e da Comunicação mas assume-se, essencialmente, como comunicadora.
A escrita, seja no domínio jornalístico, historiográfico ou da ficção, é a sua paixão. No entanto, considera que ainda é precoce considerá-la uma escritora.
O seu primeiro livro — “João Chagas. A Diplomacia e a Guerra (1914-1918)” —, igualmente editado pela MinervaCoimbra, integra, na sétima posição, a lista do Almanaque Republicano dos dez melhores livros de história contemporânea portuguesa publicados em 2006.
“Daniel e o Bicho da Lanterna” é ilustrado por Inês Massano, para quem o desenho é a grande paixão. Esta jovem ilustradora é professora de Educação Visual e já ilustrou outros dois livros infantis.
A escrita de Noémia Malva Novais e a ilustração de Inês Massano convivem harmoniosamente neste pequeno livro feito a pensar nas crianças que gostam de ouvir histórias e nos pais que têm pouco tempo para as contar.



Noémia Malva Novais
Nasceu em Ançã em 1968. É licenciada em História e mestre em História Contemporânea pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Prepara o doutoramento em Ciências da Comunicação, especialidade de Comunicação e Ciências Sociais, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
É jornalista desde 1988, contando diversas funções e/ou artigos publicados nos jornais Diário de Coimbra, As Beiras, Jornal de Coimbra, A Capital e O Comércio do Porto, bem como nas revistas Visão, Arganilia, Sábado e Invest.
A par da actividade jornalística realizou o estágio de formação educacional da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, tendo exercido a actividade docente nas escolas de Ançã, Montemor-o-Velho, Lagares da Beira, Penacova e Carapinheira.
Na qualidade de jornalista, orientou o estágio curricular e profissional de alunos da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra e da Escola Superior de Educação de Portalegre. Como investigadora, integra o Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX (CEIS 20).
É bolseira de doutoramento da Fundação para a Ciência e a Tecnologia, instituição da qual foi também bolseira de mestrado. A sua dissertação de mestrado, já publicada sob o título “João Chagas. A diplomacia e a Guerra. 1914-1918”, foi distinguida com a 1.ª Menção Especial do Prémio Aristides Sousa Mendes atribuído pela Associação Sindical dos Diplomatas Portugueses.

Inês Massano
Nasceu em Coimbra a 14 de Março de 1979. Desde muito cedo, revelou interesse pelo desenho e por tudo que se relacionasse com esta arte.
Em 2002, terminou a licenciatura em Design de Comunicação, na Escola Universitária das Artes de Coimbra. Neste mesmo ano, começou a leccionar no Instituto D. João V, no Louriçal.
Actualmente é professora de Desenho e de Educação Visual.
Nos últimos anos, tem participado em diversas exposições e ilustrado livros infantis. Inês Massano dedica a maior parte do tempo a desenhar e a criar.

sexta-feira, dezembro 14, 2007

Descontos especiais de Natal

A Livraria Minerva (Rua de Macau 52, Bairro Norton de Matos) oferece descontos especiais em livros de várias editoras até ao final do ano.

Simultaneamente, até 19 de Dezembro, tem patente uma Feira do Livro na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.

quarta-feira, dezembro 12, 2007

Os Reis Magos



A Livraria Minerva promoveu mais uma sessão das Terças-Feiras de Minerva, desta feita a sua sessão comemorativa do Natal, sob o título “Os Reis Magos” e com a participação de José Ribeiro Ferreira e de elementos do grupo de teatro Thíasos que leram poesia alusiva ao tema.

Tal como recordou José Ribeiro Ferreira, a festa da Epifania — ou seja, a manifestação, e com pompa real, de Jesus Cristo ao mundo inteiro —, entrou em Roma na segunda metade do século IV, embora já antes se celebrasse no Oriente e em algumas igrejas do Ocidente, com uma importância tão grande como o 25 de Dezembro para a igreja romana.

Toda a tradição cristã viu na adoração dos Reis Magos as primícias da conversão dos gentios e dos diversos povos. A festa dos Reis Magos espalhou-se por todo o lado e entrou na tradição popular, encontrando-se, hoje, os três reis do Oriente na arte, na literatura e no folclore.



Durante a sessão foram lidos poemas de Mestre André Dias, Diogo Mendes Quintela, Gomes Leal, Diogo Bernardes, Guerra Junqueiro, João de Lemos, António Sardinha, Eugénio de Castroegipto Gonçalves e Augusto Gil.

As Terças-Feiras de Minerva regressam em Janeiro de 2008.

segunda-feira, dezembro 10, 2007

Terça-Feira de Minerva de Natal

A Livraria Minerva e o Instituto de Estudos Clássicos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra promovem no próximo dia 11 de Dezembro, mas uma sessão das Terças-Feiras de Minerva, desta vez dedicada ao Natal.

Com o título "Os Reis Magos", a sessão terá leitura de poesia pelo Grupo Thíasos com intervenção do Prof. Doutor José Ribeiro Ferreira.

A Terça-Feira de Minerva de Natal decorre no dia 11 de Dezembro, pelas 21h30, na Livraria Minerva (Rua de Macau 52, Bairro Norton de Matos), em Coimbra.

A entrada é livre.

sábado, dezembro 08, 2007

Frei Domenico Celibrini, Giovani d’Amore e Stefano Nannni no Chá de Natal, do ciclo "Chá com Lágrimas" [Quinta das Lágrimas]



Frei Domenico Celibrini, Giovani d’Amore e Stefano Nanni foram os convidados da segunda edição do “Chá com Lágrimas”, que decorreu sob o título “Chá de Natal”. De novo, a Sala Jardim do Hotel foi palco da iniciativa que junta a Fundação Inês de Castro, o Hotel Quinta das Lágrimas e as Edições MinervaCoimbra.
Utilizando como tema da sua intervenção, “O Natal hoje”, o burro e a vaca que sempre marcam presença no Presépio, Frei Domenico recordou que eles salientam a vida quotidiana, carregando as penas do dia a dia e querendo mostrar que a vida não é só o Dia de Natal. E “não se pode celebrar um dia de festa sem se celebrar o quotidiano”, afirmou. Até porque “nem tudo é trabalho e nem tudo é festa”.
É importante lembrar que a fadiga dos animais faz parte do dia a dia e que aquelas duas personagens fazem sentido mesmo nos dias mais tristes, mesmo não falando. Mas, salientou Frei Domenico, o Presépio tem outra personagem muda: o Menino Jesus. “O Natal é infante. O Natal é um Deus que se mostra e não falar, às vezes, dá sentido à palavra”.
Para Frei Domenico, “o Natal, hoje, é silêncio no meio do barulho. E faz sentido porque é silêncio que dá valor até à palavra mais insignificante”.
Depois de uma bela dissertação sobre o Natal, Giovani d’Amore e Stefano Nanni interpretaram algumas músicas tradicionais desta quadra e ainda alguns temas tradicionais italianos, país de onde são oriundos, encantando todos quantos estiveram presentes em mais um “Chá com Lágrimas”.
A próxima edição está agendada para 10 de Janeiro, às 17h00, no Hotel Quinta das Lágrimas, sob o tema “Chá com Inês”.

segunda-feira, dezembro 03, 2007

«SEGREDOS DO SUB-MUNDO» DE JÚLIA DURAND [ACABA DE SER PUBLICADO]




SEGREDOS DO SUB-MUNDOé o n.º 2 da Colecção Geração21e Júlia Durand é, actualmente,
a mais jovem autora
das Edições MinervaCoimbra,
com apenas 13 anos.


Do livro
O poder da música é infinito. Artemise, uma jovem de 14 anos, entra num mundo paralelo através de um clarinete e de uma pena. Rapidamente encontra a sua personagem espelho e uma amiga que conhecera muito tempo atrás, Mis. Juntas, partem para uma jornada de exploração do Sub-Mundo, à procura da irmã de Mis, Luna, uma rapariga que fora a sua melhor companheira e que desaparecera misteriosamente. Nessa aventura Artemise vai aprendendo a cultura do Sub-Mundo, mas também se depara com obstáculos difíceis de superar.



Da autora

Júlia Pereira da Cunha Durand nasceu em 1994. Grande apanhadora de framboesas e de cogumelos nas serras nortenhas e nos Alpes, toca piano e fala francês.
A última característica não custou muito, graças à colecção de BD do pai, imigrante em Portugal. O jeitinho para a música vem-lhe de alguns anos de esforço e de prazer na Escola-Conservatório Calouste Gulbenkian, em Braga, onde frequenta o oitavo ano.
Tem gosto pela leitura, incentivado desde cedo nas sessões de adormecimento na companhia da mãe, e não liga à televisão porque nunca apreciou "ficar com os olhos parados".
Das suas voltas pelo mundo, pelos livros, por velhos westerns e pela internet, traz lembranças, impressões e ideias para partilhar com as suas duas gatas, que preferem ficar em casa, e com os leitores do seu primeiro livro que convida a viajar com ela.
Desde SEGREDOS DO SUB-MUNDO lançou-se em mais duas histórias e escreve contos que vai partilhando à média de uma página por dia com colegas da turma, os quais já começaram a trabalhar com afinco para a troca.
Uma outra história sua está a ser convertida em guião para um filme.

quarta-feira, novembro 28, 2007

O Stress na vida de todos os dias de Adriano Vaz Serra



Sendo responsáveis pela sua distribuição,
as Edições MinervaCoimbra têm já disponível
a 3.ª edição revista e aumentada da obra
"O Stress na vida de todos os dias",
da autoria de Adriano Vaz Serra.

No presente livro o autor convida o leitor a percorrer os diversos caminhos do stress. Na parte introdutória refere-se à sua definição, descreve as circunstâncias que o induzem, as características que levam um indivíduo a sentir-se em stress e a importância do apoio social como factor atenuante. De seguida salienta as alterações que determina no indivíduo, a nível biológico, do pensamento, das emoções e do comportamento observável. Menciona a associação que se pode estabelecer entre stress, doença física e psíquica. A partir daí relata situações específicas de stress, a que se dá actualmente grande importância, tais como o stress no trabalho, os comportamentos de mobbing no local de trabalho, o stress nos profissionais de saúde e na família. Os últimos capítulos são dedicados ao tratamento do stress.

Se tiver a curiosidade de folhear as diversas páginas do livro pode verificar que nele são citados inúmeros exemplos que facilitam a clarificação do texto. São igualmente apresentados quadros e figuras que ajudam a sintetisar a exposição.

Em suma: é um livro abrangente, que aborda o stress nas suas numerosas facetas e que procura responder às dúvidas específicas que qualquer pessoa possa ter. Atendendo a estas características cremos que é, verdadeiramente, um livro para si!
O autor é Professor Catedrático de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra e Director da Clínica Psiquiátrica dos Hospitais da Universidade de Coimbra.
Tem 195 trabalhos científicos e capítulos publicados em livros, alguns deles em revistas internacionais. As suas áreas preferenciais de investigação são o stress, depressões, transtornos mediados pela ansiedade e construção de escalas de avaliação clínica. Em Junho de 1992 foi convidado pela Organização Mundial de Saúde, como “Consultor Temporário”, para participar numa reunião internacional sobre “Approaches to stress management in the community setting”, realizada na cidade de Praga.
Tem produzido trabalhos inovadores na construção de instrumentos de avaliação psicológica e psicopatológica. Em Abril de 1995 foi distinguido pela Associação dos Psicólogos Portugueses com o “Prémio APPORT de Reconhecimento” pelo trabalho desenvolvido na construção de escalas de avaliação. As escalas originais que criou denominam-se: “Inventário Clínico de Auto-Conceito” (1985), “Inventário de Resolução de Problemas” (1987), Inventário de Avaliação Clínica da Depressão (IACLIDE, 1994), Escala de Avaliação de uma Personalidade Dependente (INDEP, 1996) e 23 QVS (2000). Esta última é uma escala que se destina a avaliar a vulnerabilidade ao stress e que se tem revelado muito eficaz na discriminação de determinadas situações psicopatológicas.

O autor foi o primeiro Presidente da Direcção do Colégio de Psiquiatria da Ordem dos Médicos quando esta instituição organizou os Colégios das Especialidades, tendo o seu mandato decorrido por 3 anos, a partir de 1978. Em 1994 foi o primeiro Presidente eleito da Direcção do Colégio de Psiquiatria da Ordem dos Médicos. Exerceu, durante três mandatos, o cargo de Presidente da Assembleia-geral da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos.

Pertence a diversas sociedades científicas. Foi membro fundador da “Associação Portuguesa de Terapia do Comportamento”, tendo sido seu Presidente de 1989 a 1992. Entre Setembro de 1991 e Setembro de 1992 foi Presidente da “Associação Europeia de Terapia do Comportamento”. É membro fundador da Associação de Língua Portuguesa para o Estudo do Stress Traumático. É membro fundador da Associação de Saúde Mental de Língua Portuguesa. É membro honorário da “Associação de Psiquiatria Biológica” tendo sido Presidente desta associação entre 1997/99. Actualmente é Presidente da Sociedade de Psiquiatria e Saúde Mental.

Em 2003 publicou um livro sobre “O Distúrbio de Stress Pós-Traumático”.

A DIABETES - Epidemia do século XXI



A Livraria Minerva promoveu mais uma sessão das Terças-Feiras de Minerva, desta feita dedicada ao tema da Diabetes, no âmbito da passagem de mais uma Dia Mundial da Diabetes, a 14 de Novembro.

A sessão esteve a cargo de Manuela Carvalheiro, Directora do Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo dos Hospitais da Universidade de Coimbra, que alertou para o facto de cerca de 10% dos portugueses serem diabéticos.

A diabetes, referiu a especialista, é a epidemia do século XXI, juntamente com a obesidade, à qual, aliás, está muitas vezes associada. “Morrem mais pessoas em todo o mundo de diabetes do que de sida”, salientou Manuela Carvalheiro.

O sedentarismo, o excesso de peso e a crescente falta de cuidado com a alimentação são três das principais causas para o surgimento e crescimento da doença nas últimas décadas, especialmente em crianças.

O crescimento anual da diabetes tipo 1 é, nas crianças, de 3%, aumentando nas idades pré-escolares para 5%. Estima-se que, anualmente, 70.000 crianças abaixo dos 5 anos desenvolvam diabetes tipo 1, o que significa 200 crianças/dia. Das 440.000 crianças com idade igual ou inferior a 14 anos, estimam-se que, 25% residam no continente Asiático e 20% na Europa.

Pensa-se também que a incidência global da diabetes tipo 2 nas crianças, situação até há poucos anos apenas existente na idade adulta, poderá aumentar 50% nos próximos 15 anos, caso não sejam instauradas medidas de prevenção, como modificações no estilo de vida, promoção de uma alimentação saudável e aumento da actividade física.

Em 2007, em todo o mundo, mais de 246 milhões de pessoas sabem ser diabéticas (6% da população mundial dos 20 aos 79 anos), estimando-se que em 2025 mais de 380 milhões terão diabetes (7,3%). Por outro lado, em 2007 mais de 308 milhões sabem ter uma diminuição da tolerância à glicose — situação de hiperglicemia intermédia entre o normal e a diabetes — e prevê-se que em 2025 mais de 418 milhões venham a saber ter esta situação.

A sessão contou com a presença de Carlos Costa Almeida, cirurgião vascular no Hospital Geral do Centro Hospitalar de Coimbra (Hospital dos Covões), autor e coordenador do livro "Pé Diabético. Recomendações para o diagnóstico, profilaxia e tratamento", editado pelas Edições MinervaCoimbra.


PÉ DIABÉTICO
Recomendações para o diagnóstico, profilaxia e tratamento
Carlos Costa Almeida
Cirurgião geral e vascular; Director de Serviço do Centro Hospitalar de Coimbra; Professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra; Regente da Cadeira de Cirurgia Vascular

Álvaro Pratas Balhau
Cirurgião geral e vascular; Assistente Graduado do Hospital de Santa Maria Maior (Barcelos)

Carlos Pereira Alves
Cirurgião geral e vascular; Director de Serviço do Hospital dos Capuchos (Lisboa); Professor da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa

José Neves
Cirurgião geral e vascular; Assistente Graduado do Hospital dos Capuchos (Lisboa)

Mateus Amado Mendes
Cirurgião geral; Director de Serviço do Hospital de Santo André (Leiria)Luís Filipe Pinheiro
Cirurgião geral; Chefe de Serviço do Hospital de S. Teotónio (Viseu)

Aida Paulino
Cirurgiã geral; Assistente Hospitalar do Hospital Amato Lusitano (Castelo Branco)

Estas recomendações sobre Pé Diabético destinam-se a todos – médicos, enfermeiros, podologistas, fisioterapeutas – que lidam no seu dia a dia profissional com este flagelo social, bem como aos próprios doentes diabéticos.
São recomendações objectivas, de carácter essencialmente prático, respostas a perguntas muitas vezes feitas, mas assentes em algumas páginas de natureza teórica sobre a diabetes e a fisiopatologia desta sua complicação. Num pequeno texto pretende-se dar uma visão global, concisa mas eficaz, do problema tal como ele é visto pelos autores no momento actual.

Miguel Barbosa na Minerva




A Galeria Minerva tem patente uma exposição de Pintura de Miguel Barbosa.

A mostra poderá ser visitada até 18 de Dezembro, de segunda a sábado, das 10h00 às 13h00 e das 14h30 às 20h00.

Por ocasião da inauguração da exposição, realizou-se também o lançamento do livro de poesia de Miguel Barbosa, intulado "Mitomania Poética", que foi apresentado por José Ribeiro Ferreiro.

MITOMANIA POÉTICA de Miguel Barbosa

todos os dias
acontece um Big Bang
dentro de nós
há que compreender a mensagem
que representa para a consciência da humanidade
antes que o pó da tragédia
a dissolva em palavras

O Big Bang interior que mostra o interesse insaciável e transformação interior que pode tornar-se em pó dissolvida em palavras.
Este tema do Big Bang aproveita-o para uma crítica ao tirano que, demagogicamente, de tudo lança mãos para se exaltar:

um tirano
julgando que o Big Bang
acontecera só por sua causa
começou a explodir demagogia pelos poros
enchendo a alma do povo de excrementos
a que chamou justiça
e amor à humanidade
ao meter a utopia num campo de concentração
de ideias

Estes dois poemas – onde se fala e critica a utilização indevida dela se faz – põem em realce outro tema do livro: o poder da palavra, em evidência inclusive por dar título e uma parte da colectânea. Se pode ser a revelação da palavra descoberta pela criança na gota do leite materno (p. 34), é também a lixeira das palavras (p. 53), são as palavras vãs e o lixo verbal (p. 18), é o tirano que explode «demagogia pelos poros, enchendo a alma do povo de excrementos» (p. 16).
A propósito de crítica aos demagogos e sua utilização indevida da palavra vale a pena ler este epitáfio ao demagogo:

epitáfio
ao demagogo mito
de um importante Ministro
que caiu da tribuna onde perorava
o seu grande amor ao povo
e partindo o nariz gritava que o fazia
por amor à Pátria
e também para mostrar a excelência
dos nossos novos hospitais…

As palavras servem para esconder os anátemas da vergonha ou abafar «a denunciante consciência»:

escondidos os anátemas da vergonha
abafada a denunciante consciência
em meia dúzia de belas imagens
cristalinas palavras
reflexos de uma breve oração
primavera sintetizada em dogmas
ressurgimos tranquilos e felizes
prontos a recomeçar tudo
batendo no peito
como um gorila

Pode, no entanto, haver sempre um homem ou algo que transmita ou dê sentido às palavras — os sacerdotes de Osíris e os hieróglifos:

os sacerdotes escreveram
o nome de Osíris
em hieróglifos na Pedra da Roseta
para que ninguém entendesse
a incongruência da mensagem do deus
não a conseguindo decifrar
mas esqueceram-se que de há sempre um homem
que luta pela verdade

Os poemas acabados de ler colocam-nos outro problema e abrem novo tema: a relação da palavra com a verdade que infelizmente nem sempre coincidem – um grave, velho, e muito moderno ainda, problema, o da comunicação entre as pessoas.
Pode ser o conflito do eu com o outro que cada um tem em si, com o poeta a perguntar-se se pode «perdoar ao inimigo cego e feroz» que vive em si:

poderei um dia perdoar
ao inimigo cego e feroz
que fui de mim próprio
se não o enfrentar
no beco do quarto em que ambos vivemos
ou mais uma vez irei esconder-me
no submundo da consciência
fingindo que somos irmãos no ódio
cúmplices no «gang» do mesmo bairro
e mais uma vez vencido?

Ou então a inautenticidade entre o que verdadeiramente é, a fama de que goza e as honras que lhe tributam:

tinha tudo
dinheiro, poder, o busto nos jardins
e retratos até nas maternidades
de onde saíam as crianças ranhosas
que tinha de beijar na rua
com um enfadado sorriso estudado
para disfarçar o desprezo que sentia
pelas vozes que gritavam o seu nome
e não sabiam o imbecil que ele era

Pode ser a criança que nasce de uma ideia que morre:

na ideia
que morre
há sempre uma criança
que nasce
cresce expande-se e vive
nas mãos do artista que a quer moldar
só para si
sem ver que a patine a envelheceu
e o tempo lentamente a vai apagando

E no final deste poema há de certo modo a impossibilidade de o artista transmitir ou materializar a obra que intuiu – tão bem expressa no mito greco-latino de Orfeu e Eurídice. Perfeitamente anotada neste poema:

A Arte
… é uma festa de todos os dias e o sofrimento de cada
segundo de suor das miragens que as mãos calejadas
do espírito não agarram

E também subjacente no poema em que o artista, no «universo vazio e secreto da solidão», «procura as sementes da eternidade» e a esperança «de redenção pela beleza»:

no universo vazio e secreto
da solidão
o artista procura as sementes
da eternidade
escondida nos escaninhos escuros da imaginação
para tecer na falibilidade da luz da ideia
uma esperança miraculosa de redenção
pela beleza

Talvez por isso, em muitos poemas, aparece expresso o desejo de se aquecer «a alma no frio fogo da saudade»:

entregue ao vento
e à chuva
sempre na sombra da cotovia
que passa
à espera de se enroscar na razão
carente de Sol
aqueceu a alma
no frio fogo da saudade

São muitas as vezes, porém, em que o tema percute a tónica da utilização indevida das palavras ou do seu uso para esconder as falhas ou abafar a verdade.

hoje
direi uma única palavra
em meu desabono
é o sabático dia
da abstinência verbal
mas amanhã
para disfarçar os meus crimes
oratórios
vou usar o teu sagrado nome
ainda por toda a semana

As palavras vãs equiparadas a excrementos corrosivos:

por favor
não ponham os corrosivos excrementos
das palavras vãs
à porta de minha casa
e não venham dizer
que o lixo verbal é meu
sou só um injustiçado advérbio
que nunca se desfaz das ilusões
pensando sobreviver na eternidade
da razão perdida

Mas pode ser apenas uma parte da palavra – o «corpo de uma sílaba vazio de conteúdo»:

o bafo
do corpo de uma sílaba vazia de conteúdo
é o grito de lava
de uma catedral submersa
no silêncio
da razão deturpada
pela liturgia do amor egoísta da solidão

Daí que o poeta precise de «ter uma eternidade limpa / das privadas lixeiras» das palavras e do silêncio que é o «mito das palavras que a oração afasta»:

o poeta
precisa de pedir ao espaço
o equivalente às dezasseis milhas de mar
para ter uma eternidade limpa
das privadas lixeiras atómicas
que as estrumeiras já mal suportam…
o silêncio que é o mito das palavras que a oração afasta

E assim fica caminho aberto para outro tema do livro Mitomania Poética – o da poesia ou poema e do poeta.
Noção de irrealização da poesia de que fica «meia dúzia de palavras inúteis», depois de muito se destruir nos «desejos de triunfos pessoais»:

destruí
uma floresta
para plantar éclogas nas fábulas
desejos de triunfos pessoais
valeu a pena sacrificar a Natureza
se de tudo ficou só meia dúzia
de pungentes palavras inúteis?


terça-feira, novembro 27, 2007

Ana Martins visita escolas de Coimbra a propósito do livro "O Nono Brasão"




Ana Martins, a autora de "O NONO BRASÃO", das Edições MinervaCoimbra, estará em Coimbra no próximo dia 29 de Novembro para conversar com alunos de escolas locais.

Assim, pelas 10h30, a jovem autora estará no Agrupamento de Escolas de Taveiro e, pelas 15h00, tem encontro marcado com os alunos da Escola Secundária Quinta das Flores.

Ana Pedroso de Lima Martins, uma jovem de 14 anos, é a autora do primeiro volume da nova "Colecção Geração21" e a mais jovem autora da MinervaCoimbra.

Nasceu em Outubro de 1992, em Lisboa, onde vive.

Começou a escrever "O NONO BRASÃO" com 12 anos e terminou-o um pouco antes de fazer 14.

"Quando, ao procurar um tesouro para levar para a escola e surprender os colegas, Miguel encontra, quase por acidente, uma colher gigante de ouro maciço, não pode saber que terá acesso a um mundo repleto de magia e mistério, pronto a ser explorado por ele e por mia, uma curiosa rapariga que rapidamente se torna sua amiga e companheira nesta aventura".


"Geração21"

A colecção "Geração21" nasce como resposta aos jovens talentos que foram surgindo naturalmente, na nossa editora, com propostas de publicação.
A faixa etária dos jovens autores da Colecção Geração21, engloba-se entre os 12 e os 21 anos. Os requisitos essenciais são a estruturação dos temas, a criatividade e a qualidade dos textos. À semelhança de outras colecções, a selecção é feita por um conselho editorial e os textos são revistos e corrigidos por professores de língua portuguesa.
Especificamente, esta colecção terá como coordenadores dois jovens: um de 21 anos e outro de 25. Cabe-lhes a eles, numa primeira abordagem, ajuizar do interesse ou não dos textos apresentados.
O objectivo desta colecção é fazer com que os nossos jovens, ao verem o exemplo de outros, da mesma idade, que ousaram comunicar através da escrita, dando largas à sua criatividade, o façam também. Acreditamos que este projecto possa ser um incentivo à leitura e à escrita.
Estamos a falar de jovens que escrevem para jovens. Ou seja,alguém da mesma idade que comunica através dos mesmos códigos. Esses códigos serão, entre outros, os termos utilizados, a linguagem, as mesmas esperanças, as mesmas ânsias e os mesmos receios.
Os Editores
Isabel de Carvalho Garcia
José Alberto Garcia

quinta-feira, novembro 22, 2007

Diabetes: uma epidemia global


No âmbito do Dia Mundial da Diabetes, a Livraria Minerva promove no próximo dia 27 de Novembro mais uma sessão das Terças-Feiras de Minerva, desta vez subordinada ao tema "Diabetes: uma epidemia global" e com a presença da Prof.ª Doutora Manuela Carvalheiro, Directora do Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo dos Hospitais da Universidade de Coimbra.

A sessão terá início às 18h30, na Livraria Minerva (Rua de Macau 52, Bairro Norton de Matos), em Coimbra. A entrada é livre.
O Dia Mundial da Diabetes foi introduzido pela Federação Internacional de Diabetes (IDF) e Organização Mundial de Saúde (OMS) em 1991, em consequência do crescimento epidémico da DIABETES no mundo.

Este dia é celebrado em todo o mundo e tem a finalidade de chamar a atenção da sociedade civil, profissionais de saúde, media e poderes económicos e políticos, para o grave problema da diabetes (DM), a nível mundial.

O facto do Dia Mundial da Diabetes se celebrar a 14 de Novembro, deve-se a ser este o dia do nascimento de Frederico Banting que com Carlos Best descobriram a insulina em 1921.

Todos os anos o Dia Mundial da Diabetes propõe um tema a discussão, sendo o de 2007 assim como o de 2008 ”Diabetes nas crianças e adolescentes”.

A escolha do tema tem a ver com o crescimento diabetes tipo 1, que atinge preferencialmente as crianças e adolescentes mas, e acima de tudo, com o crescimento da diabetes tipo 2 neste escalão etário.

Segundo a IDF o crescimento anual da DM tipo 1 é, nas crianças, de 3% aumentando nas idades pré-escolares para 5%. Estima-se que, anualmente, 70.000 crianças abaixo dos 5 anos desenvolvam DM tipo 1, o que significa 200 crianças/dia.

Das 440.000 crianças com idade igual ou inferior a 14 anos, estimam-se que, 25% residam no continente Asiático e 20% na Europa.

Pensa-se que a incidência global da DM tipo 2 nas crianças, situação até há poucos anos apenas existente na idade adulta, poderá aumentar 50% nos próximos 15 anos, caso não sejam instauradas medidas de prevenção (modificações no estilo de vida, como a alimentação saudável e aumento da actividade física).

Nos EUA, calcula-se que, a DM tipo 2 nas crianças representa, em algumas zonas, mais de 43% dos novos casos de DM, e a nível de alguns países, 29% dos casos de diabetes diagnosticada nos adolescentes.

Nos países em vias de desenvolvimento, a esperança de vida das crianças com diabetes tipo 1 é muito curta por falta de insulina, de meios de auto-controlo e acesso a cuidados diferenciados. Nos países desenvolvidos, entre os quais Portugal, tal não acontece, mas a diabetes nem sempre é tratada da forma mais eficaz, o que se traduz pelo aparecimento das complicações micro e macrovasculares, que reduzem a esperança e qualidade de vida.

O tratamento da DM tipo 1 implica a toma de insulina em múltiplas administrações/dia de insulinas rápidas e lentas (Portugal continua a não ter os análogos lentos comparticipados pelo SNS), ou bomba de perfusão de insulina (igualmente não comparticipada pelo SNS), uma educação terapêutica orientada, que implica um auto-controlo glicémico frequente, uma adequação das doses de insulina à ingestão alimentar (contagem dos equivalentes isto é insulina vs hidratos de carbono) e uma grande disponibilidade da equipa terapêutica.

No entanto, sem a colaboração do doente e da família, é difícil atingir bons níveis de tratamento e, em consequência da hiperglicemia crónica e continuada, as complicações (a nível de olhos, rim, nervos, coração, cérebro), podem surgir, conduzindo inexoravelmente a situação de incapacidade.

Mas o dia Mundial da Diabetes tem, a partir de 2007 uma outra abrangência, tendo em conta que as Nações Unidas designaram, após a aprovação da Resolução 61/225 em Dezembro de 2006, que o Dia Mundial da Diabetes passaria também a ser o Dia das Nações Unidas.

A resolução das Nações Unidas, designada por “Unidos pela Diabetes”, reconhece a diabetes como “uma doença crónica, debilitante e dispendiosa, associada a complicações importantes que condicionam diversos riscos para as famílias, países e para todo o mundo”.

A resolução das Nações Unidas foi um reconhecimento do impacto negativo do crescimento da DM a nível mundial, capaz de condicionar uma ameaça para a saúde global, tão séria como as epidemias infecciosas. Esta resolução estabelece uma agenda global de luta contra a pandemia da diabetes e encoraja as nações a desenvolverem políticas nacionais eficazes de prevenção, cuidados e tratamento da DM.

O 1º Fórum Nacional de Diabetes, realizado no passado dia 10 de Novembro no Porto, e que reuniu mais de 700 pessoas entre profissionais de saúde e pessoas com diabetes, insere-se neste movimento.

É importante ter em conta números referentes a esta pandemia (Atlas IDF, 2006):
1. Em 2007 mais de 246 milhões de pessoas sabem ser diabéticas (6% da população mundial dos 20 aos 79 anos);
2. Em 2025 mais de 380 milhões terão diabetes (7,3%);
3. Em 2007 mais de 308 milhões sabem ter uma diminuição da tolerância à glicose (situação de hiperglicemia intermédia entre o normal e a diabetes);
4. Em 2025 mais de 418 milhões sabem ter esta situação.

O crescimento da diabetes a nível mundial deve-se acima de tudo ao aumento do número de pessoas com DM tipo 2 (cerca de 90% de todos os casos de DM) que aumenta em paralelo com o crescimento da obesidade (80 a 90% das pessoas com diabetes tipo 2 são obesas), o que faz destas doenças as pandemias do século XXI. Vários estudos clínicos mostraram que este pipo de diabetes pode ser prevenida.

É nesse sentido que todos organismos internacionais (IDF, OMS e NU), apelam à organização de programas de prevenção que, ao dirigir-se à diabetes, se dirijam também à obesidade e desde logo à prevenção das doenças cárdio-cérebro-vasculares, causa principal de mortalidade nestes grupos de doentes.

segunda-feira, novembro 19, 2007

Pintura e Poesia de Miguel Barbosa na Minerva



As Edições MinervaCoimbra e a Galeria Minerva promovem no próximo sábado, dia 24 de Novembro, o lançamento de um livro de Poesia e a inauguração de uma exposição de Pintura de Miguel Barbosa.

A obra, intitulada "Mitomania Poética", terá apresentação do Prof. Doutor José Ribeiro Ferreira.

A sessão tem início às 17 horas na Livraria Minerva Galeria, na Rua de Macau 52, ao Bairro Norton de Matos, em Coimbra.



Miguel Artur de Morais e Macedo Alves Barbosa nasceu a 23 de Novembro de 1925, em Lisboa. Licenciado em Ciências Económicas e Financeiras pela Universidade de Lisboa, é escritor, pintor, dramaturgo e poeta.

Com uma vastíssima obra publicada edita em 1955, o seu primeiro livro, Retalhos da Vida, que numa boa parte é retalhado pela censura oficial, então vigente. Em 1962, a RTP apresenta as suas peças “Uma Semana em Madrid”, com encenação de Artur Ramos e “Muro Alto” e “O Segredo dos Springfields”, encenadas por Pedro Martins.

Da sua obra salientamos que, em 1975, textos seus em inglês são utilizados por um pastor protestante, John Norbutt, na recuperação de drogados num gueto de Bronx, em Nova Iorque; Susan Shaffer, Universidade de Los Angeles, California, e Sebastiana Fadda, Universidade de Milão, Itália, apresentam teses de licenciatura sobre o teatro de Miguel Barbosa.

Usa o pseudónimo de Rusty Brown nos vários romances policiais que vê sair. Julie Brooksbank, da Universidade de Birmingham, Inglaterra, faz tese de licenciatura sobra a sua literatura policial. Usa também o pseudónimo de J. Penha Brava como romancista e novelista.
É detentor de vários prémios em Portugal e no estrangeiro.

A sua biografia pode ser consultada em publicações como: International Authors and Writers Who’s Who, 1976 e 1977, ed. Melrose Press, Inglaterra; Men of Achievement, 1976 e 1979, Ed. International Biographical Center, Cambrige, Inglaterra; Who’s Who in Europe, 1981, Ed. Servi-Tech, Bruxelas, Bélgica; Dictionary of International Biography, 1976/1979, Ed. Grand Rivers Book, Inglaterra; Who's Who in the World, 1978 e 1979, Ed. Marquis Inc., Chicago, Illinois, USA; Para o Estudo do Teatro em Portugal, 1964, Ed. Fernando Mendonça, Assis, Brasil (1971); Mester (Revista do Departamento Português e Espanhol), Maio/1978, Ed. Universidade de Los Angeles, California, UCLA, USA; Espasa-Calpe, 1968/1979, Barcelona, Espanha; Grande Dicionário da Literatura e de Teorias Literárias (direcção de João José Cochofel), 1977, Ed. Dr. Luiz Francisco Rebello; La Côte des Arts, 1983, Ed. De la Côte de Arts, Marselha, França e L'Annuaire des Arts, 1984, Ed. Denoèl, Paris, França.

É membro e segundo secretário do Instituto de Sintra, da Academia de Lutèce (Paris) e de Honra dos Artistas de França (St. Étienne). É, ainda, membro correspondente do Grande Prémio da Europa de Artes e Letras do Conselho da Europa e da Société dês Poètes et Artistes de France e pertence como membro do Conselho Fiscal ao Grupo dos Amigos do Museu de Arqueologia de Lisboa. É membro correspondente da União Brasileira de Escritores do Rio de Janeiro, Brasil.

Enquanto pintor, mestre Miguel Barbosa expôs nas sete partidas do mundo e possui vários prémios nacionais e internacionais.

Cartas a Ana de Leonardo


As Edições MinervaCoimbra e o Autor promovem amanhã, dia 20 de Novembro, pelas 17h00, no Anfiteatro da Escola Superior Agrária de Coimbra, uma sessão de apresentação da obra "Cartas a Ana de Leonardo. Breve ensaio sobre epistolografia amorosa", de Edgard Panão.

A apresentação estará a cargo da Dra. Isabel de Carvalho Garcia.

Trata-se da “Saga do seminarista Leonardo” que persistiu, por demasiado tempo, na convicção pessoal de que tinha vocação, quando afinal não a tinha; foi o seu director espiritual que o aconselhou a abandonar, pacificamente, o Seminário Maior de Coimbra; assim o fez, Leonardo e, entretanto, passou à condição de Estudante de Coimbra.

Leonardo conseguiu, felizmente, “endireitar a vida”, mas, a princípio, teve de vencer vários acidentes de percurso no novo caminho de leigo: amores poligamoides de natureza platónica, a encher-lhe o coração quando vazio da solidão; questões apologéticas, novas e quase insólitas; “a vida airada”, meio desprepositada, sem satisfação plena; doenças, complexos, mitos, etc, etc..

Um dia chegou, porém, em que seu coração ficou, firmemente, ancorado num amor forte e ático de uma colega, o que originou estas mais de cem cartas amorosas. E com este amor venceu na vida! Não foi fácil, de tal modo que, ciclicamente, haveria de recorrer às reservas morais e académicas que o Seminário lhe permitiu, durante o Curso de Humanidades amealhar, generosamente, sobretudo nos tempos difíceis de Estudante de Coimbra onde Leonardo e Ana Rita concluíram o Curso de Direito nos meados do século XX.

sábado, novembro 17, 2007

E aqui ficam os primeiros fãs a adquirir o último exemplar de Harry Potter, à meia-noite de quinta-feira...

quarta-feira, novembro 14, 2007

Harry Potter à meia noite na Livraria Minerva




A Livraria Minerva (Rua de Macau 52 ao Bairro Norton de Matos) vai abrir à meia-noite do dia 15 de Novembro para vender o sétimo e último livro da saga Harry Potter.

É neste sétimo volume que Harry Potter irá travar a mais negra e perigosa batalha da sua vida. Dumbledore reservou-lhe uma missão quase impossível – encontrar e destruir os Horcruxes de Voldemort... Nunca, em toda a sua longa série de aventuras, o jovem feiticeiro mais famoso do mundo se sentiu tão só e perante um futuro tão sombrio. Chegou o momento do confronto final – Harry Potter e Lord Voldemort... nenhum pode viver enquanto o outro sobreviver... um dos dois está prestes a acabar para sempre... Os seus destinos estão misteriosamente entrelaçados, mas apenas um sobreviverá...
Numa atmosfera apoteótica e vibrante, J. K. Rowling desvenda-nos, por fim, os segredos mais bem guardados do universo fantástico de Harry Potter e deixa-nos envoltos, talvez para sempre, na sua poderosa magia. Este sétimo volume tem sido considerado pelo público e pela crítica como o melhor de toda a série de Harry Potter.

segunda-feira, novembro 12, 2007

CRÓNICAS DE UM ANTIGO ESTUDANTE DE COIMBRA de JORGE RABAÇA CORDEIRO







As Edições MinervaCoimbra lançaram a obra “Crónicas de um antigo estudante de Coimbra”, da autoria de Jorge Rabaça Cordeiro, numa sessão que reuniu cerca de uma centena de amigos, colegas de curso e familiares do autor. Estiveram presentes Mário Nunes, vereador da Cultura, Henrique Vilaça Ramos, que apresentou a obra, e Isabel de Carvalho Garcia que referiu a importância que o tema “Coimbra” tem tido na editora que dirige há 22 anos.

Para Vilaça Ramos este livro “tem um enorme encanto para os que viveram aqueles anos, mas é também uma leitura muito apetecível para todos aqueles a quem Coimbra não é indiferente”. A literatura memorialista de Coimbra, acrescentou, “passa, a partir de hoje, a ter mais uma obra de grande interesse”. Com efeito, a obra de Jorge Rabaça integra o vasto número de composições de literatura memorialista coimbrã, mas para Henrique Vilaça Ramos escapa à divisão simplificadora das crónicas, por norma ou românticas ou jocosas. É que, referiu, “se em grande medida retrata figuras e descreve episódios de uma forma que se inscreve na corrente cómica e picaresca, ultrapassa em muito o simples relato do que tem carácter jocoso”.

Jorge Rabaça “dá-nos muitas informações históricas sobre pessoas e coisas de Coimbra que não são frequentes neste tipo de livros e das quais a maioria dos que passaram por Coimbra, e até dos conimbricenses, são geralmente ignorantes. Sirvam de exemplo muitas das informações que nos dá sobre a Rainha Santa Isabel e o seu mosteiro ou sobre a evolução dos festejos académicos”, realçou Vilaça Ramos.

A obra é assim “mais do que um simples repositório de crónicas datadas, de memórias de um tempo bem definido — o dos anos de estudante universitário —“, e “o seu conteúdo ultrapassa o título que o autor lhe deu, pois que nos traz, juntamente com as memórias do seu tempo juvenil, essas outras informações sobre a história conimbricense”.

A vertente memorialista é, no entanto, a que ocupa a maior parcela da obra, um “repositório de factos e de pessoas que recordam e ilustram o que era Coimbra e a sua vida académica nos anos cinquenta do século que passou”, revelou Vilaça Ramos, acrescentando que “são cada vez menos os que viveram esses tempos de Coimbra e, também por isso, esta obra tem inegável interesse, tanto mais que não abundam os livros publicados sobre esse período”.

Outro aspecto muito interessante do livro, segundo o apresentador, prende-se com o tipo de casa em que o estudante se albergava. Ontem, como hoje, recorda, “eram três os possíveis regimes de habitação: o quarto arrendado, a república e a casa de família”. Ora, na sua passagem por Coimbra Jorge Rabaça teve a rara oportunidade de experimentar os três. Mas a sua passagem por Coimbra ficou ainda registada com a frequência da Casa dos Estudantes do Império, perto do Penedo da Saudade. “Nessa casa, viveiro que foi de independentistas das então chamadas províncias ultramarinas, privou com alguns dos que maior relevo vieram a ter nas colónias, como por exemplo, Agostinho Neto e Lúcio Lara, que se destacaram na política, ou Júlio Castro Lopo que se evidenciou no jornalismo”, realçou Henrique Vilaça Ramos.

O apresentador, e colega de curso do autor, referiu ainda que como em quase todos os livros de crónica estudantil, este também nos apresenta uma colorida galeria de figuras típicas da Coimbra do seu tempo: o Pika, o André dos copos, o Policarpo, o Pícalo, o poeta Mascarenhas, o Pirata, o Taxeira, entre outros. “E ao recordar estas personagens, quantas histórias engraçadas esmaltam o texto, narradas com o verbo fácil de quem domina o idioma pátrio com segurança”.

Na linha cronista da obra o autor recorda também vários professores, e a conferir ainda maior interesse está o grande conjunto de ilustrações, “fotografias que ajudam a tornar mais presente o Jorge Rabaça na Coimbra dos anos 50”.