segunda-feira, junho 29, 2009

Pintura de Ângela Gomes é hino à amizade entre Portugal e Brasil

Isabel de Carvalho Garcia, Ângela Gomes e Teresa Pestana


A Galeria Minerva tem patente a exposição de pintura TRATADO DE AMIZADE de Ângela Gomes, natural de Cahoeiro de Itapemirim, Espírito Santo (Brasil), uma mostra que é um verdadeiro hino à amizade entre Portugal e o país irmão.

Durante a inauguração da exposição, Isabel de Carvalho Garcia falou sobre pintura naïf e Ângela Gomes agradeceu a amizade e carinho com que foi recebida em Portugal. A sessão incluiu ainda um momento musical por Marília Ascenso.

A exposição poderá ser visitada até dia 13 de Julho, de segunda a sábado, das 10h00 às 13h00 e das 14h30 às 20h00.

Pintora Naïf, Ângela Gomes é espontânea, ingénua e primitiva. Participou em várias exposições em Espírito Santo, por todo Brasil e exterior, tendo sido premiada com menção honrosa, medalhas de ouro e prata.

Com várias exposições nacionais e internacionais, Ângela Gomes procura valorizar paisagens regionais e cenas que expressam a arte e a tradição popular — o povo, seus usos e costumes. Procura elementos para abastecer o seu universo iconográfico, através de pesquisa junto da comunidade, usando cores puras e variadas.

Para a exposição TRATADO DE AMIZADE, Ângela Gomes brinda-nos com imagens de lugares por onde passou, que registou e pintou. No conteúdo plástico, constantemente colorido, reflecte na sua memória um Espírito totalmente Santo, repleto de pássaros, pipas, flores... muita gente, que brinca, que passeia, dança, trabalha e canta, num total de 25 obras, em tamanhos variados e pintadas em acrílico s/tela.

Ângela Gomes é séria e alegre e a sua obra é brasileira, feliz e nostálgica, mas também retrata com a mesma felicidade lugares de países do exterior, como Itália, Espanha e Portugal.














































sexta-feira, junho 26, 2009

Não me ensines a estrada, um livro preso ao domínio do sonho

 
Isabel de Carvalho Garcia, Mª Helena Teixeira, Mª Emília Martins, Manuela Gouveia Delille, Mª Manuel Almeida

Um livro preso ao domínio do sonho e recheado de auto-questionação são algumas das características apontadas ao novo livro de poesia, o quarto, de Maria Helena Teixeira, cuja sessão de lançamento decorreu no Pavilhão Centro de Portugal com apresentação de Maria Manuela Gouveia Delille e leitura de poemas por Maria Manuel Almeida. Numa sala pequena para tantos amigos e familiares da autora, a sessão foi ainda abrilhantada pela actuação de um quarteto da Orquestra Clássica do Centro.

E sobre o livro, “Não me ensines a estrada”, Maria Manuela Delille referiu que a autora, ou o sujeito poético, “se confessa inexplicável mas irremediavelmente preso ao domínio do sonho que acaba por desgastar a vida”.

“Em horas de intensa desorientação, inquietude, angústia e/ou funda melancolia, acentuam-se as sensações de frialdade e de vazio em vários poemas”, afirmou numa visita guiada por “Não me ensines a estrada”, é também “curioso notar que na captação de instantes ou momentos do quotidiano o eu lírico, nos relativamente raros poemas em que sai para fora da esfera íntima, regra geral [Maria Helena Teixeira] percepciona uma realidade disfórica, feita de imagens meramente alinhadas, desconexas, das quais o sentido parece estar ausente, chegando a roçar o absurdo”.

Não são, porém, acrescentou, “as imagens (quase sempre disfóricas) do mundo exterior (que, note-se, constituem completa novidade em relação à lírica cerradamente intimista dos volumes anteriores) que acabam por predominar nesta nova colectânea. A maior parte dos versos diz respeito quer ao quotidiano rotineiro e manietante do eu poético e às tentativas de auto-questionação de início referidas, quer aos lugares-tempo ou aos lugares de sonho em que esse mesmo eu se refugia ou para os quais tenta evadir-se”. Refúgio esse frequentemente “encontrado na evocação nostálgica do mundo perdido da infância, de que o mar constitui parte indissolúvel”.

Em relação a outros livros da autora, Maria Manuela Delille confessou-se impressionada pela “estrutura mais coesa destes poemas, a maior densidade e autenticidade metafórica, a maior atenção ao quotidiano e dentro dele também ao momento histórico que atravessamos, e sobretudo a mais contida transfiguração poética das vivências ou experiências do universo real de que fazemos parte”.

A apresentadora realçou ainda a colaboração de Zé Penicheiro na feitura do livro, “uma colaboração preciosa que, mantendo a tradição dos volumes anteriores, vem a meu ver acentuar, através do seu traço dinâmico, o já de si forte elemento cinético destes versos, os seus múltiplos movimentos, ondulações, fugas, evasões, numa associação muito sugestiva entre poesia e desenho, em plena sintonia com a sensibilidade estética da autora e com a mensagem por ela intencionada”.

Durante a sessão, presidida por Maria Emília Martins, directora da Orquestra Clássica do Centro, usaram ainda da palavra a editora Isabel de Carvalho Garcia e Maria Helena Teixeira, que agradeceu a todos a presença na sessão