quinta-feira, novembro 26, 2009

República tem de ser prezada

Casimiro Simões, Amadeu Carvalho Homem e Isabel de Carvalho Garcia


“Que botas pisam a República?” foi o tema da recente “Terça-feira de Minerva” que, tendo como mote o livro “Com as Botas do meu Pai”, contou com as participações do autor, Casimiro Simões e de Amadeu Carvalho Homem.

“Com as botas do meu pai – Pegadas do poder autárquico na vila de Vale Tudo” é o primeiro livro do jornalista Casimiro Simões, uma sátira sobre o exercício do poder autárquico em Portugal, quando a República se aproxima da respeitável idade de um século.

Para Carvalho Homem, trata-se de uma mensagem sobre como deveria ser a República “e não é”. Casimiro Simões, jornalista da Agência Lusa, prestou, segundo o historiador, “um bom serviço, dizendo o que não está bem nesta sátira”. Um texto “deliberadamente caricatural que carrega nas tintas de determinadas disfunções muito visíveis na democracia portuguesa”, afirmou.

Carvalho Homem considerou que “as acusações que aqui estão apontadas com humor, são a percepção de um conjunto de situações que tanto podem acontecer na vila do «Vale Tudo» como na cidade do «vale nada»”, aludindo ao subtítulo do livro, “Pegadas do poder autárquico na vila de Vale Tudo”.

Em relação à República, o historiador lamentou ser “extraordinário que vivamos num tempo em que verificamos que os poderes instalados parecem olhar para estes 100 anos da República pensando ‘que chatice, lá temos nós de comemorar isto. Tem de ser’. Quando a República é o ponto de partida, uma antecedente necessário de um determinado acontecimento histórico, que nos colocou onde estamos”.

Carvalho Homem salientou ainda o facto de a “República estar cheia de vícios e contradições mas, mesmo assim, ter de ser prezada”. E rematou: “Em Portugal há uma consciência cívica por acabar e a celebração do centenário da República é significativa para que os portugueses tomem consciência do que foram e do que podem ainda fazer por este país”.

Casimiro Simões encerrou a sessão, que teve um aceso debate entre com o público presente, recordando alguns episódios ocorridos durante a feitura do livro. Desde que a ideia lhe ocorreu, há mais de dois anos, Casimiro Simões já tinha escolhido o título com que a obra chegou aos leitores. E foi em torno deste tema que o jornalista, natural e residente na Lousã, construiu uma história, um livro com várias histórias dentro.

Segundo o próprio, a prosa levou-o por atalhos que não estavam previstos, águas nunca antes navegadas, nem sequer no imaginário rio Tudinho, que banha o município de Vale Tudo desde o nascer dos tempos.

Um projecto a que se juntou na recta final o gráfico Carlos Alvarinhas, seu conterrâneo, criador da capa e das ilustrações.






quarta-feira, novembro 25, 2009

[Covilhã] AMANHÃ E PARA SEMPRE



As Edições MinervaCoimbra e a Autora têm o prazer de convidar para a apresentação do livro


AMANHÃ E PARA SEMPRE


de Rita Sampaio.

A apresentação será feita pela Prof.ª Doutora Luiza Granadeiro.

A sessão realiza-se no dia 25 de Novembro, pelas 17h30, no Grande Auditório da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior (av. Infante D. Henrique), Covilhã.

Participam a “Tuna-MUS” e a “C´a tuna aos saltos”.


Será servido um Porto de Honra.



“Esta foi a história do meu amor. Por conseguinte foi também a história da minha vida, porque uma verdadeira história de vida se conta com uma verdadeira história de amor, seja ele em que sentido for. O amor, esse sentimento que nunca ninguém quantificou ou definiu em todo o seu esplendor. Esse sentimento invisível que modifica toda uma vida e faz o mundo avançar. Ele construiu a minha história, cheia de sorrisos, lágrimas, esperança e saudade. E valeu a pena? Como diria o poeta, «Tudo vale a pena se a alma não é pequena» e a minha era enorme e estava destinada a encontrar a dele já desde antes dos séculos se chamarem séculos.

Pergunto-me agora onde Deus vai colocar o nosso amor depois de partirmos. Se eu pudesse falar com ele, tentaria convencê-lo a deixar as nossas almas livres a passear e a dançar pelo universo, a tocar as constelações que os nossos corpos viram da terra. Convencê-lo-ia, eu sei, porque o meu maior medo é ter saudades dele durante a eternidade.

Não sei se as nossas almas e o nosso corpo foram criados no big bang ou se vieram dos sucessivos filhos de Adão e Eva ou se viemos da água e descendemos da evolução das espécies, mas uma coisa sei, a matéria de que sou feita já existia, tal como a dele. Hoje desta forma, amanhã fazendo parte de um pássaro, de uma árvore ou da lava de um vulcão, mas estaremos juntos... amanhã e para sempre.

Juntos como neste fim de tarde de Primavera em que pousamos o chá em cima da mesa ao mesmo tempo e nos encostamos nestas cadeiras de baloiço para dar repouso ao corpo já cansado. E de mãos dadas observamos a cor das primeiras flores, o tom do primeiro verde das folhagens e a Maria, a nossa neta de 5 anos que passeia pelo jardim de mão dada com a Joana e com o seu amor concretizável, porque há amores concretizáveis e irremediavelmente condenados à união física e há amores que estão condenados a existir apenas noutro plano, noutra dimensão”.


A autora
Rita Sampaio nasceu em Chaves no ano de 1986 e é estudante do sexto ano de Medicina na Universidade da Beira Interior.
“Amanhã e para sempre” é o seu terceiro livro publicado.
Desde muito cedo a autora mostrou gosto pela leitura e pela escrita, o que já lhe mereceu distinção em 1998 com o poema União, prémio atribuído pela UTAD (Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro) e Menção Honrosa da Literatura no Podium 2000 do Alto Tâmega.
A autora teve ainda o privilégio de ser considerada uma das ilustres transmontanas constando no livro “Dicionário dos mais Ilustres Transmontanos”, editado no ano de 2003.

Livros publicados: “Quatro Primos em Férias” e “O Clone da Cientista”.

A Recepção Portuguesa de Die Leiden des jungen Werthers



As Edições MinervaCoimbra e o Centro de Investigação Estudos Germanísticos (CIEG), promoveram, no Porto, o lançamento do livro “A Recepção Portuguesa de Die Leiden des jungen Werthers (de 1784 até Finais do Primeiro Romantismo)”, de Maria Antónia Gaspar Teixeira.


A apresentação este a cargo de Zulmira Coelho dos Santos, docente da Faculdade de Letras da Universidade do Porto.

Este é o n.º 16 da Colecção Minerva-CIEG dirigida por Maria Manuela Gouveia Delille.















terça-feira, novembro 24, 2009

[Terça-Feira de Minerva] QUE BOTAS PISAM A REPÚBLICA?

“Que botas pisam a República?” é o tema da próxima “Terça-feira de Minerva” com Amadeu Carvalho Homem e Casimiro Simões à volta do livro “Com as Botas do meu Pai”.

A sessão realiza-se no próximo dia 24 de Novembro, pelas 18h30 na Livraria Minerva (rua de Macau, 52 - Bairro Norton de Matos), em Coimbra.




“Com as botas do meu pai – Pegadas do poder autárquico na vila de Vale Tudo” é o primeiro livro do jornalista Casimiro Simões. Trata-se de uma sátira sobre o exercício do poder autárquico em Portugal, quando a República se aproxima da respeitável idade de um século.

Desde que a ideia lhe ocorreu, há mais de dois anos, Casimiro Simões já tinha escolhido o título com que a obra chega aos leitores. E foi em torno deste tema que o jornalista, natural e residente na Lousã, construiu uma história, um livro com várias histórias dentro.
Um projecto a que se juntou na recta final o gráfico Carlos Alvarinhas, seu conterrâneo, criador da capa e das ilustrações.

A sátira a um certo modo de exercer o poder local (não às boas obras feitas ou projectadas, muito menos a qualquer protagonista em concreto) foi o ponto de partida e de chegada de Casimiro Simões. Mas o enredo também se construiu a si mesmo. Foram emergindo antigas palavras e expressões da sua infância, locais, diálogos e emoções inesperados, em risco de extinção, personagens que olhavam o autor de frente, desafiando-o.


Segundo o próprio, a prosa levou-o por atalhos que não estavam previstos, águas nunca antes navegadas, nem sequer no imaginário rio Tudinho, que banha o município de Vale Tudo desde o nascer dos tempos.


Os protagonistas da obra são o autarca veterano Onófrio dos Santos Valente, mais conhecido por Fanfarrão, que quer ser deputado, e o filho Franganito, que sonha suceder ao pai na presidência da Câmara de Vale Tudo.


A caricatura que Casimiro Simões quis traçar de um certo estilo de poder autárquico, generalizado de norte a sul do país, e nem sempre apenas nos meios rurais, reflecte a sua apreensão cívica face às perversões do sistema democrático, tão flagrantes trinta e cinco anos após o 25 de Abril.


Entendeu o jornalista, que foi há 27 anos, ainda jovem, autarca na freguesia da Lousã, que a crítica necessária, sempre urgente em democracia, pode ser também veiculada através de uma literatura caricatural, “dizendo verdades a rir aos que nos mentem a sério”, como preferia o poeta popular António Aleixo.


Em ano de eleições autárquicas, além das europeias e legislativas, faz todo o sentido reflectirmos sobre o estado da democracia em Portugal, a começar pela forma como ela acontece nas câmaras e juntas.


Aos partidos, seus dirigentes e autarcas, cabe um papel importante no seu aprofundamento, mas o alheamento dos cidadãos da vida colectiva, o medo e a falta de coragem, que dominam hoje vastos sectores da sociedade, agravam o actual estado de coisas.


Aos jornalistas, assim eles e suas empresas o queiram, como é seu dever, cabe também um significativo naco de responsabilidade na construção de uma democracia moderna, participativa e com mais qualidade.


“Com as botas do meu pai…” foi apresentado na Lousã, no dia 31 de Outubro, com intervenções do médico Louzã Henriques, do advogado António Arnaut e do actor Adriano Carvalho. Tudo ficção para rir e reflectir!



O autor apresenta-se
Casimiro Soares Simões, jornalista da LUSA – Agência de Notícias de Portugal, nasceu no Casal dos Rios, Lousã, em 1959.
Em 1989, começou a trabalhar na Agência, em Coimbra, onde desempenhou as funções de delegado para a região centro, entre 1 de Outubro de 2005 e 1 de Outubro de 2009.
De 1990 a 2002, Casimiro Simões foi director do jornal Trevim, da Lousã, integrando ainda hoje os corpos gerentes da Cooperativa Trevim e o Conselho Editorial daquele periódico.
Mantém a colaboração com o quinzenário local, assinando regularmente crónicas e artigos de opinião.
Em 1989, em Coimbra, colaborou no arranque da Rádio Jornal do Centro, então associada da TSF, trabalhando, em simultâneo, no semanário Jornal de Coimbra.
Colaborou também com o jornal As Beiras, em diferentes fases da sua publicação.
O autor escreveu ainda na Gazeta Académica, da Secção de Jornalismo da Associação Académica de Coimbra, e na revista Munda, do Grupo de Arqueologia e Arte do Centro (GAAC).
Como jornalista da LUSA, tem centenas de reportagens assinadas na maioria dos títulos da imprensa generalista portuguesa.
Colaborou também com a revista Expo-Informação, da Expo’98, e mais recentemente com a Grande Reportagem, entre outras publicações.
Participou nos livros “Alta de Coimbra”, editado pelo GAAC, e “Repúblicas de Coimbra”, da autoria do fotógrafo Paulo Abrantes.
Enquanto estudante universitário, residiu na República dos Kágados, tendo participado activamente no processo que levou à recuperação do imóvel da Alta que alberga a mais antiga república da cidade.
Integrou o Grupo de Etnografia e Folclore da Academia de Coimbra (GEFAC) e colaborou, nesta década, na série televisiva “Povo que Canta”, da RTP, sobre música tradicional portuguesa.
É membro do Conselho Geral do Sindicato dos Jornalistas e sócio de diferentes colectividades da Lousã.
“Com as botas do meu pai – Pegadas do poder autárquico na vila de Vale Tudo” é o seu primeiro livro.

sábado, novembro 21, 2009

COMUNICAÇÃO POLÍTICA NA REVOLUÇÃO DE ABRIL DE MARCO GOMES. A HISTÓRIA A PARTIR DA IMAGEM.





      As Edições MinervaCoimbra lançaram o primeiro volume da Colecção Comunicação História e Memória dirigida por Isabel Nobre Vargues, consolidando assim a sua liderança editorial na área da Comunicação. 
      “A Comunicação Política na Revolução de Abril (1974-1976)”, da autoria de Marco Gomes, foi apresentado por Amadeu Carvalho Homem. Trata-se de uma obra que se debruça sobre a comunicação política, privilegiando um caminho relativamente inovador, afirmou o historiador. Efectivamente, no seu trabalho agora publicado, Marco Gomes analisa a comunicação política do ponto de vista da imagem. 
    Amadeu Carvalho Homem confessou o seu entusiasmo pelo potencial que demonstra o aproveitamento da imagem para a historiografia, “como a imagem se introduz no fenómeno histórico”. Realizada fundamentalmente pelo verbo, a comunicação política passou, depois do 25 de Abril de 1974, a fazer-se também através da imagem nos mais diversos suportes — murais, cartazes, fotografia, objectos... mas este é um aspecto ainda pouco investigado e que, de acordo com Amadeu Carvalho Homem, merece mais atenção. 
    Isabel de Carvalho Garcia e Isabel Nobre Vargues, por seu turno, apresentaram a nova colecção das Edições MinervaCoimbra. A história e a memória da comunicação é hoje uma área de investigação que importa desenvolver, tendo em vista uma melhor compreensão e um estudo do papel e da responsabilidade social e cívica do historiador, do escritor e do jornalista nas sociedades mediatizadas tais como também se definem as sociedades contemporâneas. 
    A Colecção Comunicação História e Memória pretende assim contribuir para essa reflexão dando a público novos estudos e antigas fontes. Nas duas vertentes, História e Memória, serão publicados estudos de diversa natureza e de investigadores de diversas gerações e formações, sob a forma de ensaio, memória, diário, perfil ou biografia, estudo de associação e de empresa, tese, acta e outras obras, em reedição, pois algumas já não se encontram facilmente disponíveis e são verdadeiros tesouros para o sucesso da investigação que assim ficam acessíveis ao leitor. 
    Recorde-se que a Colecção Comunicação História e Memória é um complemento às três colecções de Comunicação já existentes nesta editora de Coimbra, e dirigidas por Mário Mesquita.

quinta-feira, novembro 19, 2009

A Comunicação Política na Revolução de Abril (1974-1976)


As Edições MinervaCoimbra, a Directora da Colecção Comunicação História e Memória, o Autor e o Teatro Académico de Gil Vicente convidam para o lançamento do livro

A Comunicação Política na Revolução de Abril (1974-1976)

de Marco Gomes.

A apresentação será feita pelo Prof. Doutor Amadeu Carvalho Homem.

A sessão realiza-se no próximo dia 19 de Novembro, pelas 16h00, no Foyer do Teatro Académico de Gil Vicente, em Coimbra.


Primeiro volume da Colecção Comunicação História e Memória publicada pelas Edições MinervaCoimbra e dirigida por Isabel Nobre Vargues.


"... A comunicação política é aqui encarada num sentido amplo, abrangendo um leque variado de formas e actores, que extravasa em muito as mensagens dos órgãos de comunicação social, os que até agora mais interesse despertaram entre os estudiosos. Sem deixar de lhes conceder aos jornais, rádio e televisão a atenção necessária, Marco Gomes debruça-se também, no que é o carácter mais inovador do seu trabalho, sobre as mensagens políticas da propaganda partidária, os cartazes, os slogans, as caricaturas, as fotomontagens, a banda desenhada, a pintura mural, o canto de intervenção e a mais variada iconografia da Revolução, desde os emblemas e postais até à estatuária e à medalhística...".

António Reis, in Prefácio


Marco Gomes nasceu em Santarém, habitou em Lisboa, Coimbra e Porto, mas a sua cidade é Leiria, onde viveu grande parte da juventude. Mestre em História das Ideologias e Utopias Contemporâneas, é bolseiro de doutoramento da Fundação para a Ciência e Tecnologia e investigador do Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX (CEIS20).
Em 2003 integrou a equipa responsável pela cobertura noticiosa da Coimbra Capital Nacional da Cultura, tendo sido, posteriormente, colaborador dos jornais A Bola e Diário de Coimbra. Dedicou-se ainda à assessoria de imprensa.
Actualmente, desenvolve o projecto de doutoramento em Milão, onde analisa, através da imprensa de referência, o impacto da Revolução dos Cravos em Itália (1974-1976). Colabora também com o Centro de Documentação 25 de Abril da Universidade de Coimbra, numa associação de esforços que visa a criação de um acervo sobre a produção de textos italianos, periódicos, de carácter jornalístico ou cientifico.



Colecção Comunicação História e Memória

A história e a memória da comunicação é hoje uma área de investigação que importa desenvolver, tendo em vista uma melhor compreensão e um estudo do papel e da responsabilidade social e cívica do historiador, do escritor e do jornalista nas sociedades mediatizadas tais como também se definem as sociedades contemporâneas.

A Colecção Comunicação História e Memória, editada pelas Edições MinervaCoimbra, com direcção de Isabel Nobre Vargues, pretende contribuir para essa reflexão dando a público novos estudos e antigas fontes. Nas duas vertentes, História e Memória, serão publicados estudos de diversa natureza e de investigadores de diversas gerações e formações, sob a forma de ensaio, memória, diário, perfil ou biografia, estudo de associação e de empresa, tese, acta e outras obras, em reedição, pois algumas já não se encontram facilmente disponíveis e são verdadeiros tesouros para o sucesso da investigação que assim ficam acessíveis ao leitor.

A Colecção Comunicação História e Memória é um complemento às três colecções de Comunicação, existentes nesta editora de Coimbra, dirigidas por Mário Mesquita.

segunda-feira, novembro 16, 2009

[Porto] Lançamento A Recepção Portuguesa de Die Leiden des jungen Werthers




O Director do Departamento de Estudos Germanísticos da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, a Coordenadora Científica do Centro de Investigação Estudos Germanísticos (CIEG),
a Directora da Colecção Minerva / CIEG
e as Edições MinervaCoimbra têm o gosto de convidar para o lançamento do livro

A Recepção Portuguesa
de Die Leiden des jungen Werthers

(de 1784 até Finais do Primeiro Romantismo)


de Maria Antónia Gaspar Teixeira

A apresentação será feita pela
Prof.ª Doutora Zulmira Coelho dos Santos
(Faculdade de Letras da Universidade do Porto)

A sessão realiza-se no dia 16 de Novembro de 2009, pelas 18h00, na Biblioteca do Departamento de Estudos Germanísticos da FLUP
(Via Panorâmica Torre A, Piso 1), Porto

sábado, novembro 14, 2009

Integrar entregou diplomas



A Livraria Minerva acolheu a cerimónia em que foram entregues os Certificados da Formação Pedagógica Inicial de Formadores e Certificados de Participação nas Jornadas de Informática da Associação Integrar.

Como forma de agradecimento pela colaboração e disponibilidade demonstradas, a Instituição entregou um cesto de Produtos Biológicos, do Centro de Actividades Ocupacionais da Quinta dos Olivais, a Isabel de Carvalho Garcia, e atribuiu o Diploma de Sócia Honorária à eng.ª Margarida.




[Vila Franca de Xira] FERNANDO NAMORA POR ENTRE OS DEDOS DA PIDE

O Museu do Neo-Realismo acolhe hoje, 14 de Novembro, às 17h00, uma sessão de apresentação da obra FERNANDO NAMORA POR ENTRE OS DEDOS DA PIDE, de Paulo Marques da Silva, com apresentação de Luís Reis Torgal e a presença do autor.

Paulo Silva nasceu no dia 12 de Dezembro de 1966 em Condeixa-a-Nova. Licenciou-se em História, em 2005, pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Colaborador do Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX da Universidade de Coimbra (CEIS20), tem vindo a estudar, nos arquivos da PIDE/DGS, os processos de alguns escritores e de outras personalidades ligadas à oposição ao Estado Novo. Este livro é a sua primeira publicação historiográfica. Neste momento, o autor encontra-se a preparar outro trabalho sobre a oposição ao regime de Salazar em Condeixa, sua terra natal.

Luís Reis Torgal é professor catedrático aposentado da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, onde pertenceu ao Instituto de História e Teoria das Ideias. É investigador do Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX da Universidade de Coimbra (CEIS20), em cuja fundação participou. Foi director da Revista de História das Ideias e da revista Estudos do Século. Foi membro do Senado da Universidade de Coimbra durante 15 anos e tem pertencido a várias comissões e conselhos consultivos organizados no âmbito da mesma Universidade. Leccionou disciplinas de História Moderna e de História Contemporânea e de Teoria da História na Universidade de Coimbra, e ensinou também em outras universidades públicas portuguesas e estrangeiras. Dedicou-se, como investigador, a vários temas, tendo orientado e continuado a orientar, várias teses de mestrado e de doutoramento, e publicado vários livros e artigos, alguns deles sobre o Estado Novo. Entre os estudos sobre este tema, podem citar-se História e Ideologia (1989), A Universidade e o Estado Novo (1999), para além da obra de que foi co-autor O cinema sob o olhar de Salazar (2000).

quarta-feira, novembro 11, 2009

Pintura e cerâmica de Vasco Berardo e João Berardo na Galeria Minerva



A Galeria Minerva tem patente uma exposição de cerâmica e pintura do consagrado artista plástico Vasco Berardo e uma mostra de trabalhos cerâmicos de João Berardo.

A exposição pode ser visitada até 4 de Dezembro, de segunda a sábado, das 10h00 às 13h00 e das 14h30 às 19h00.









VASCO BERARDO
Nasceu em Coimbra em 1933. É um autodidacta. O seu longo curriculum define a sua obra, por ser uma das mais extensas, sobretudo em medalhística, mas também das mais variadas, a nível nacional. Fez a sua primeira exposição em 1951 com os Novos de Coimbra, em 1958 fez o primeiro baixo-relevo em cerânica para a residência do jornalista Rocha Pato e em 1959 ficou gravado para sempre na memória de todos e mais recentemente no livro “Espaços Perdidos”, com o mural do velho Café Mandarim. Depois disso, Coimbra nunca mais deixou de ter a sua marca.
Alguns destaques da sua vasta carreira e do trabalhador incansável que continua a ser.
Distinções:
Realiza uma obra em medalha para a Trans-Zambézia
São oferecidas obras suas pelo Governo Português ao Governo Brasileiro
Executa uma obra para a “Anglo Portuguese Society” que lhe merece um louvor da Câmara dos Lordes
É publicado trabalho seu na revista Studio Documentazione Artistica de Lugano, Itália
1.º Prémio Internacional de Escultura para Medalha – FIDEM – Polónia
Solicitação de obras de medalha para museus estrangeiros, nomeadamente Polónia e Hungria
Solicitação de obras para a Fundação Henrique de Amorim e para a Fundação Egas Moniz
É convidado pela Assembleia da República Portuguesa a executar a obra destinada ao 1.º aniversário da tomada de posse de Sua Ex.ª o Presidente General Ramalho Eanes
Merece um lugar entre os vinte primeiros artistas da Arte da Medalha em França
É seleccionado pela Revista Project e Museu Wroclaw para ilustrar um artigo sobre medalhística. Foram seleccionados oito obras entre quatrocentas
Recebe um louvor da Ordem dos Advogados pela Medalha dos 70 Anos
Medalha dos 700 Anos da Universidade de Coimbra2006 – Instituto Politécnico de Coimbra – Colar de condecoração

Murais Cerâmicos:
1973 Restaurante Tricana
1985 Restaurante Tem-Tem
1985 Edifício Fernão de Magalhães
1990 Centro Hospitalar de Coimbra
1990 Palácio da Justiça de Montemor-o-Velho – Ministério da Justiça
1991 Centro Cultural D. Diniz
1992 Edifício Cruzeiro – Cruz de Celas
1993 Santa Casa da Misericórdia de Arganil
1994 Unidade de Queimados dos Hospitais da Universidade de Coimbra
1996 Igreja dos Padres Franciscanos
1996 Escola Superior de Enfermagem Bissaya Barreto
1997 ARPAZ – Centro de Dia do Barco
1998 Câmara Municipal de Castanheira de Pêra
1998 Cantinas dos Serviços Sociais da Universidade de Coimbra
2000 Igreja de São José – Coimbra – Celebração do Ano Jubilar
2005 “Jardim dos Ensinamentos” – Padre Manuel Antunes – Sertã
2007 Ordem dos Enfermeiros da Zona Centro

Medalhística:
Signos Ocidentais
Galeotas
Navegadores
Moinhos Portugueses
Figuras da Medicina
Corsários Galeria Pisanello
Cavaleiros do Apocalipse
Signos Orientais Palácios Portugueses
Capitais de Distrito Porto
Santuários de Portugal
Monumentos de Coimbra, Lisboa e Porto
Mosteiros de Portugal
Mitologia (não editada)
Castelos Portugueses
Sés Portuguesas
Quiosques de Lisboa
Signos Ocidentais
500 Anos do Descobrimento do Brasil

Escultura de grandes dimensões:
1967 – Esculturas em madeira para a Capela do Colégio São Teotónio
1993 - Centro de Dia de Arganil
2000 - Prof. Bissaya Barreto
2001 - O Piano – Praça da Canção
2002 - São Bento Menni
2003 - Bombeiros Voluntários de Águeda
2004 - Câmara Municipal de Castanheira de Pêra
2005 - “Jardim dos Ensinamentos” – Padre Manuel Antunes

JOÃO BERARDO
João Berardo está actualmente no Brasil, mais propriamente em Belo Horizonte, Minas Gerais. Antes de voltar a este país, onde já tinha estado um ano, quis aprender mais. Com a sabedoria do mestre da cerâmica, Vitor Bizarro, aprendeu e aprendeu muito depressa. Foi um bom aluno, de acordo com o seu mestre. São pequenas peças que aqui se mostram, feitas na roda de oleiro, coloridas pela arte do fogo e outras mais pessoais, criativas, são figuras do povo português como ele as vê.
O seu percurso de arquitecto passa também pelas artes e esse acumular de habilidades está a dar frutos do outro lado do Atlântico.
João Berardo nasceu em Coimbra em 1981. Cedo se iniciou nas artes, sobretudo no desenho e mais tarde na pintura, escultura e azulejaria. É arquitecto.

Exposições Colectivas:
1999 Livraria Galeria Minerva –Coimbra
2000 Fundação Dionísio Pinheiro – Águeda; Livraria Galeria Minerva – Coimbra
2001 Casa Museu Bissaya Barreto
2006 Livraria Galeria Minerva – Coimbra; Quinta da Sobreira Quinhentista – Ançã
2007 Bric-a-Brac – Coimbra
2008 Livaria Galeria Minerva - Coimbra

Durante estes anos colaborou com Vasco Berardo na concepção de vários monumentos:
Bissaya Barreto – Coimbra
Praça da Canção – Coimbra
Painel Comemorativo do Jubileu, Igreja de S. José – Coimbra
S. Bento Meny – Condeixa-a-Nova
“Jardim dos Ensinamentos” – Sertã

sexta-feira, novembro 06, 2009

VASCO BERARDO E JOÃO BERARDO NA GALERIA MINERVA



A Galeria Minerva convida para a inaguração da exposição de cerâmica e pintura do consagrado artista plástico VASCO BERARDO.

Na ocasião será inaugurada também uma mostra de trabalhos cerâmicos de JOÃO BERARDO.

A sessão decorre dia 6 de Novembro (sexta feira) pelas 18h30 na Galeria Minerva (rua de Macau, 52 - Bairro Norton de Matos), em Coimbra.

A exposição pode ser visitada até 4 de Dezembro, de segunda a sábado, das 10h00 às 13h00 e das 14h30 às 19h00.





domingo, novembro 01, 2009

Edgard Panão assinalou 10 anos como escritor com lançamento de nova obra



Edgard Panão comemorou esta semana o seu 10.º aniversário enquanto escritor com o lançamento da obra “Comentário - O outro lado da coisa”, com chancela das Edições MinervaCoimbra.

Neste livro, o Autor, num estilo fluente e raciocínios práticos, aborda não só os assuntos mais simples do quotidiano mas também os elevados temas religiosos, filosóficos, políticos e de antropologia geral e cultural do país no pós 25 de Abril de 1974. De uma forma isenta, objectiva e pedagógica, Edgard Panão propõe uma reflexão serena sobre aquele período.

A obra foi apresentada por Rui Veloso que revelou tratar-se de textos escritos há 25 anos e agora trazidos à luz. “Trata-se de artifício do autor para nos remeter para um tempo que lhe permita, através de um discurso sofrido, mostrar como se sentiu injustiçado por querer afirmar a sua liberdade e recusar as ideias de que discordava”.

Também António Barbosa de Melo, autor do prefácio da obra, refere que Edgar Panão "para desenvolver o seu pensamento, imagina uma série de «conferências democráticas» proferidas por «oradores de níveis aceitáveis com alguma dignidade de seres pensantes», que se movessem «naquele caos ideológico vigente», e elabora uma súmula ou resumo de cada conferência, rematando-a, como que em contraponto, com um comentário a cargo do mesmo personagem para todas as conferências. Nestes debates de razões e sem razões vem ao de cima muito da problemática política, social e económica do país no fim da década de setenta do século passado...".

Edgard Panão nasceu em Penela mas desde criança que vive em Miranda do Corvo. Foi professor liceal de Filosofia e História no Liceu José Estevão em Aveiro e no Liceu Nacional de Leiria, director e professor da Escola do Magistério Primário de Silva Porto (actual Kuito), Angola, responsável pelos Serviços de Educação em Dili, Timor, e director e professor da Escola do Magistério Primário de Aveiro.

Foi ainda vereador e presidente da Câmara Municipal de Estarreja.

Desde 1993, altura em que se reformou, que se dedica à investigação de índole histórica e a publicar alguns trabalhos, dos quais se destacam “O Moleiro Inteligente” (2000), “A reconstituição das famílias da freguesia de Salvador da vila de Miranda do Corvo” (2002), “Covseiro de Myranda” (2006), “Cartas a Ana de Leonardo” (2007), "Os Trautos de Miranda" (2008) e agora "Comentário - O outro lado da coisa" (2009), estes quatro últimos com chancela das Edições MinervaCoimbra.





















10.º Aniversário de Escritor

Era um dia como os outros aquele de Domingo de 02 de Dezembro de 1998; um amigo de longa data levou-me um livro seu cujo conteúdo era o Roteiro Religioso e Cultural dum Concelho; de tamanho assaz volumoso, era tão de farto de páginas e de fotografias como bem documentado sobre moradas de santos em suas capelas, ermidas, alminhas assinalando as respectivas festas religiosas e romarias. A apresentação desta obra estava marcada para daí a 6 dias num dia santo, no Auditório da Câmara Municipal.

Aceitei até porque o meu amigo não me ia admitir uma desculpa fosse de que natureza fosse!

Já tinha feito muitas apresentações de vários livros seus, mas sempre os tinha recebido a tempo suficiente para os ler e os apresentar, geralmente também em cenários menos cerimoniosos. Porém, tratava-se de uma situação especial porque era no dia da celebração do Centenário da Restauração daquele Concelho!

E a pré-visão sobre a assistência, formada pelos convidados tanto na mesa de honra como os da assistência adivinhava-se que era tudo gente extremamente seleccionada para o evento de tal importância! Logo que subi à mesa de honra pude avaliar isso pela compostura solene dos rostos hieráticos, fechados e pela notada ausência visível da cor branca que não fosse das paredes, a das camisas e dos dentes de risos intermitentes daqueles risos de circunstância que, normalmente fazem as pessoas simpáticas a tentar disfarçar que acabam de sair de um cochilo durante a sessão!

No final de minha outra apresentação, um amigo brasileiro tinha-me procurado para me perbanizar e dizer que a assistência estava “pérvia pra caramba!”. Pérvia? Sim, muito animada e receptiva como vocês cá dizem!

Só que aquela assembleia não tinha nada de pérvia, pelo menos foi a minha primeira impressão já antes adivinhada, logo que vi à minha frente tantos doutores, escritores, professores, vereadores, assessores, autores, oradores, comendadores, historiadores e muitos mais senhores e, também muitas senhoras doutoras, escritoas, professoras, vereadoras, etc..

Perante esta situação concreta, eu nunca poderia abalançar-me a proceder à análise, ainda que modesta, de cariz teológico sobre o livro que eu levava comigo porque, apesar de ter passado 7 anos, num internato religioso de sólida formação moral e religiosa. Não passaria nunca de um vulgar teolograsto, isto é, de um teólogo medíocre, logo de um académico rasteiro sujeito a pisar o risco de heresia perante tão formal assistência tanto mais que a minha intervenção estava a ser gravada para ficar no arquivo na mediateca municipal, como era hábito!

Assim, como eu já antes fora, também, “almocreve nas várias estradas das ensinanças” a carregar montes de cadeiras para desempenhar o meu “valeroso ofício de Minerva”, durante mais de 40 anos, 24 cadeiras na Universidade e 16 na docência, resolvi que o mais cómodo era limpar o pó de uma dessas cadeiras, a Antropologia Cultural, e nela me sentar para segurança do discurso, mas com todos os cuidados que esta matéria era religiosa e não fosse por lapso “abrir demasiado os ponteiros do compasso” e o público não aprovar! Mas eu não queria deixar mal o Senhor Presidente da Câmara.

Face a esta minha decisão forçada, comecei pela estatística que levava comigo onde constavam os lugares em que os diversos santos eram venerados e também os lugares de invocações de Nossa Senhora.

Só da Virgem Maria havia mais de uma dezena de capelas e onze denominações, Senhora da Saúde, das Dores, das Febres, do Ò, do Livramento, etc., e até dos Retornados, cujo objectivo do culto, em boa parte, pelos seus nomes eram de apreensão óbvia! Isto é, pedir coisas aos respectivos Santos.

Dos Santos havia capelas com os nomes de S. António, de S. Sebastião, de S. Pedro, S. Cristóvão, etc., que faziam parte de uma extensa lista; uns para compreensão popular eram de sua natureza representativa mais soft e por isso menos acessíveis à adesão da maioria das populações, como S. Paulo, S. João Evangelista; outros eram mais acessíveis ao culto popular por serem representados em retábulos mais naifs como S. Tomé, S. João Baptista, S. Cristóvão, S. Barnabé, S. Bartolomeu, este trazia o Diabo com a forma de cão preso curto por uma trela, etc.

A todos os Santos, era comum os povos recorrerem para lhes acudir ou para colmatar as suas necessidades diárias contra as desgraças e, sobretudo, nas doenças. Isto, antes e depois dos tempos em que Portugal havia o Hospital de Todos os Santos, em Lisboa, e umas quantas Misericórdias espalhadas pelo país disponíveis para tão pouca gente e por isso inacessíveis, sobretudo, às pessoas dispersas pelos territórios mais distantes. A estes só os Santos é que lhes podiam valer.

A leitura do livro que ia apresentar trouxe-me por instantes à lembrança as teogonias antigas constituídas por hierarquias de deuses que tudo explicavam e dos quais os homens dependiam e aos quais recorriam em suas aflições nos célebres locais de culto conhecidos da História.

E no meu discurso introduzi várias considerações de natureza antropológico-cultural ao fazer uma breve análise das realidades hagiológicas do roteiro procurando, como até ai, fazer uso de uma linguagem não axiomática para não ferir eventuais susceptibilidades dos assistentes.

Fui discorrendo, sentado e sem papel, sobre a aparente contradição, daqueles tempos relatados pelo autor daquele livro, se poder conciliar com a Bíblia, em grande parte como o livro que regista a saga literal do caminho percorrido pela humanidade ligada a um povo a tentar consolidar o monoteismo. Este fora há muito definido e aceite pela Igreja e no entanto, um pouco à semelhança das antigas teogonias, havia inumeros locais de culto dos vários Santos e Santas, no seio da própria Cristandade!

É claro que há distinção nestes cultos; uns são de simples veneração, como os de dolia e o de hiperdolia aos Santos e à Virgem Maria. O verdadeiro culto, o de latria, era só devido a Deus. Mas o povo tinha dificuldades em fazer estas distinções apesar de na Eucaristia ouvir relatos bíblicos sobre a natureza destes cultos!

Cada vez que olhava para a assistência procurava ler os rostos da assistência sentada mesmo à minha frente, e assim ia avançando cautelosamente nesta aparentemente estranha e insólita apresentação.

Tudo correu bem até ao final! Todos bateram palmas, mas notou-se que algumas eram as chamadas palmas secas, a soar à não concordancia total com aquilo que ali fora dito!

Em outro dia, numa segunda-feira eram 6 do mês de Maio de 1999, fui chamado a uma tipografiazinha da cidade para ir lá rever as provas tipográficas do meu livro. Esqueci este facto porque esclareci que deviam era chamar o autor do Roteiro que eu apresentara. Mas tive mesmo de ir à tipografia. O Presidente da Câmara, que no seu mandato publicou 40 obras de 12 autores, mostrava bem ser um verdadeiro autarca amante extraordinário das questões ligadas à cultura.

Fiquei surpreendido ao ler no Prefácio do “meu livro” em resultado daquela minha atribulada apresentação o seguinte escrito pelo Senhor Presidente: «Foi este ilustre e prestigiado homem que com elevação percorreu o Livro e que no mesmo descobriu uma vasta mensagem antropológica e um significativo testemunho cultural que pode esclarecer-nos sobre a vida e as vicissitudes das povoações existentes há séculos no nosso concelho. Dado que o texto além da análise judiciosa que faz do livro aborda assuntos antropologia cultural de muito interesse, entendeu a Câmara Municipal ser seu dever publicá-lo de modo a poder proporcionar a sua leitura a quem não teve o privilégio de estar presente na sessão solene e de o ouvir».

E foi assim que sem eu querer me fizeram escritor, vai para 10 anos; escritor é apenas um elogio que até nem me desagrada e, foi por isso, que acabei de ver publicado este meu décimo livro, tudo livrinhos, à excepção de um com quase 700 páginas e outro com mais de 2,5kg de peso.

Como facilmente se pode concluir, até para se ser escrito é preciso ter sorte e muito mais sorte para continuar a sê-lo graças ao empenhado e valioso apoio da minha editora MinervaCoimbra!.


Palavras proferidas por Edgard Panão na apresentação, na Livraria Minerva, do livro “COMENTÁRIO – O outro lado da coisa”.

Coimbra, 28 de Outubro 2009