segunda-feira, outubro 29, 2007

“Chá com Bichos” abre tertúlias de fim de tarde na Quinta das Lágrimas

“Chá com lágrimas” é a mais recente criação da Fundação Inês de Castro, Edições MinervaCoimbra e Hotel Quinta das Lágrimas. A iniciativa, sempre subordinada a um tema, tem lugar todas as primeiras quintas-feiras de cada mês, às 17h30, no Hotel.

A primeira sessão é a 8 de Novembro e vai decorrer sob a inspiração da poesia de Miguel Torga. Daí, a designação de “Chá com Bichos”, que conta com a presença e a intervenção da directora da casa Museu Miguel Torga, Prof.ª Doutora Cristina Robalo Cordeiro.

Estes encontros serão envolvidos pela ambiência das velhas tertúlias coimbrãs, razão que explica o espaço dado ao diálogo artístico e cultural, num clima da maior informalidade. A leitura de poemas de Torga, ditos por Aurelino Costa e o escritor na Canção de Coimbra, pelo “Grupo de Coimbra”, constituído por Ricardo Dias (guitarra), Pedro Lopes (viola) e João Farinha (voz) completam o programa da primeira sessão do “Chá com lágrimas”.

A 6 de Dezembro, novo encontro, à mesma hora e no mesmo local, desejavelmente sujeito a reserva prévia na recepção do Hotel dada a limitação de lugares. “O Natal ontem e hoje” é o tema da segunda sessão, para a qual está já confirmada a presença do tenor Giovani D´Amore, que interpretará temas alusivos à época natalícia, acompanhado ao piano por Stefano Nanni.

“Chá com Inês”, “Chá com Amor” e “Chá com Música” são os temas das sessões seguintes, numa iniciativa que conta com o apoio da Empresa Municipal de Turismo de Coimbra.

domingo, outubro 28, 2007

Pedaços de bom Direito



As Edições MinervaCoimbra promoveram em Coimbra uma sessão de lançamento da obra “Dura Lex – Retratos da Justiça Portuguesa”, da autoria de António Marinho e Pinto, advogado e actual candidato a Bastonário, com apresentação de José Francisco de Faria Costa.

Trata-se, segundo afirmou o professor da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, de uma obra que utiliza “uma linguagem forte que privilegia o substantivo em frases curtas e incisivas”. António Marinho e Pinto faz uso de uma “prosa directa de defesa intransigente naquilo em que crê mas também indiscutivelmente pedaços de bom Direito”, reconheceu.

Entre esses “pedaços”, Faria Costa realçou a “noção fundamental de que o Direito é uma ordem de paz, uma ordem normativa de pacificação” e o realce da “ausência da percepção do real por parte da Lei e da percepção do real constante por parte do Juiz”.

Mas também, o facto de Marinho e Pinto fazer da honra o centro nuclear que “está para lá das dimensões ideológicas, que está para lá da dimensão religiosa, que está para lá daquilo que é o bom nome”, enunciou Faria Costa. “Este é um bom Direito. Porque nós podemos acrescentar bom nome, podemos perder bom nome, mas não podemos acrescentar honra, nem ninguém nos acrescenta honra”.

Em suma, “Dura Lex – Retratos da Justiça Portuguesa” é um “conjunto de formulações de enorme equilíbrio e de enorme sensibilidade, mas sempre com um desafrontamento e coragem de uma cidadania completa”, concluiu.

Por seu turno, António Marinho e Pinto salientou que o livro assenta em duas ideias centrais. “A Justiça, entendo-a como um bem demasiado importante para ser deixado ao cuidado exclusivo dos tribunais, dos magistrados, dos juristas em geral. Esta ideia de Justiça que eu defendo é uma ideia transversal na cultura, nos valores, em todos os domínios da vida humana e não só no Direito. Nós devemos ser justos em tudo”. Desde logo devemos ser justos “connosco próprios” para, então, criar “uma sociedade mais justa”.

A outra ideia subjacente ao livro, segundo o autor, é a de que “se a Justiça funcionar mal, nada funcionará bem na nossa sociedade. Porque ela constitui a última instância de regulação da vida social”.

Conhecido pela sua actividade em prol da defesa dos Direitos Humanos — actualmente é membro da Secção Portuguesa da Amnistia Internacional — Marinho e Pinto defende também na obra que “a primeira exigência do Direito é o respeito absoluto pela pessoa humana. Não haverá Direito onde faltar ou estiver diminuído esse dever de respeito”. E que o Direito se funda “na liberdade e não na autoridade. Só os homens livres podem ser sujeitos e destinatários do Direito”.

António Marinho e Pinto é advogado, jornalista e professor auxiliar convidado da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, na Licenciatura em Jornalismo. Enquanto advogado foi membro do Conselho Geral da Ordem dos Advogados, presidente da Comissão de Direitos Humanos e Patrono Formador. Actualmente é candidato a Bastonário para o triénio 2007-2010.

No domínio da sua actuação cívica, António Marinho e Pinto foi dirigente da Associação Académica de Coimbra antes do 25 de Abril, preso político e membro da Comissão Nacional para a Liberdade de Informação.






















O livro foi também alvo de uma sessão de lançamento no El Corte Inglés do Porto, com apresentação de Carlos Magno.




sábado, outubro 27, 2007

sexta-feira, outubro 26, 2007

Media & Jornalismo

No Indústrias Culturais em primeira mão...

quinta-feira, outubro 25, 2007

Autobiografia ficcionada


As Edições MinervaCoimbra promoveram o lançamento do livro “Viagem ao planeta da utopia”, de João Afonso, numa sessão que contou com a presença de mais de uma centena de amigos do autor e que contou com a apresentação de Francisco Paz. Acompanhou ainda o lançamento o pintor Vasco Berardo, autor da capa do livro com o óleo sobre tela intitulado “A menina que passava por cima de tudo”.

“Não há dúvida nenhuma que pegando no livro, o personagem principal é o João Afonso, mas depois percebemos que é uma autobiografia ficcionada”, afirmou Francisco Paz, destacando o grande amor e fidelidade que o autor manifesta por Coimbra ao longo de toda a obra.

“Uma acção que nos prende, com descrições belíssimas, dando continuidade ao enredo e prendendo o leitor do princípio ao fim do livro”, referiu ainda Francisco Paz. João Afonso, salientou, “consegue misturar um discurso literário com um discurso muito popular, onde faz uso de uma memória extraordinária e de um grande poder de atenção. E é aí que ele consegue enriquecer as suas estórias e flori-las de tal maneira que não conseguimos desprender-nos da leitura”.

Um conjunto de estórias que, no entanto, “espelham a essência do carácter” do autor. “Eu acho que este é um livro de exposição de sentimentos, de exposição de carácter, e onde ele define bem os valores que o norteiam na vida”, concluiu Francisco Paz.

Este é um livro que João Afonso pretendeu “provocador, divertido e, mesmo que o não quisesse, substancialmente dramático” pela exposição circunstanciada que faz sobre a perda de um filho. E era nesses momentos mais difíceis que o autor confessa que encontrava, “na companhia de ilustres escritores portugueses, o suporte mais verdadeiro, mais genuíno, mais reedificante e reconstrutivo de todo o meu equilíbrio emocional. E foi pela ajuda que me prestaram que, como forma de agradecimento, pensei humildemente em partilhar com eles este livro, numa viagem pelo mundo do meu imaginário literário”.

“Viagem ao planeta da utopia” é assim uma homenagem a Torga, Eça, Agustina, Aquilino, Júlio Dinis, Camilo e Lobo Antunes, entre outros. Escritores que dão ao autor “a possibilidade de fruir com eles o outro lado de mim, o mais oculto e venerável”. Para João Afonso este seu primeiro livro é “um esforçado exercício ficcional” e “uma suposta biografia romanceada e aventurosa, susceptível de criar intriga, mexericos, chicana emocional, com muitas histórias e enredos, semelhantes a tantas outras que dão corpo a tantos livros da vastíssima história literária de Portugal”.

As receitas da venda desta obra revertem a favor do Memorial JP (Rugby).







segunda-feira, outubro 22, 2007

Pintura e escultura na Minerva





Está patente na Galeria Minerva a exposição de pintura e escultura "Um Olhar sobre Coimbra", de Rui Cristino da Silva e Antonieta Roque Gameiro.

A sessão de inauguração contou com a presença de muitos amigos e familiares dos artistas, com especial destaque para o poeta Mário Cristino Silva, que declamou alguns dos seus poemas.

A mostra está patente até ao próximo dia 21 de Novembro, de segunda-feira a sábado das 10h00 às 13h00 e das 14h30 às 20h00 (Rua de Macau, 52 - Bairro Norton de Matos, Coimbra).

















segunda-feira, outubro 15, 2007

Viagem ao Planeta da Utopia

Esta sessão de lançamento integra as Terças-Feiras de Minerva.



Este livro é uma homenagem que eu presto ao meu filho João Pedro. Um livro que eu pretendi fosse provocador, divertido e, mesmo que o não quisesse, substancialmente dramático.

PROVOCADOR para, da maneira mais fácil, com o método mais ardiloso e com a destreza mais descarada, prender a atenção dos mais desinteressados, com temas que lhes possam inflamar a curiosidade, incendiar a indiscrição.

DIVERTIDO, porque seria uma exigência, uma qualidade impres­cin­dível, um requisito imposto pelo João Pedro, caso ele tivesse acompanhado a sua construção.

DRAMÁTICO, pela exposição circunstanciada que eu faço sobre a perda deste meu filho.


Os Direitos de Autor desta obra revertem a favor do Memorial JP (Rugby)


João Afonso dos Santos
Ia o ano de 1948 rigorosamente a meio, quando eu nasci. Havia calor, segundo dizem, na margem esquerda do Rio Sever, para onde se escoou o saco das águas do meu nascimento e cujo leito, rasgado no cerne empedernido do granito, desvinculou, intemporalmente, o concelho de Marvão da imensidão atraente e apelativa dos domínios de Espanha.
A infância e a instrução primária, as duas juntas, passaram-se divertidas lá mais para Sul, com Badajoz à vista.
Recordo-me que a minha vacilante carreira académica se iniciou na capital de distrito.
No Liceu, como se impunha.
Quiseram-me advogado e trouxeram-me para Coimbra, logo no fim do primeiro ciclo.
Cedo de mais como se provou.
No segundo ciclo, fui visita pouco frequente do Liceu D. João III e do Colégio D. João de Castro. No terceiro ciclo, ainda pior. Do colégio Os Lusíadas nem uma fotografia, para recordar.
Matricularam-me no ISCA. Talvez resultasse. Neste entretanto, os filhos começaram a poisar-me nos braços e fiz-me à vida. Pirei-me para França para frequentar um curso intensivo na área do marketing. Um pequeno passo para mim, mas um grande salto para o meu futuro.
Chefe de Vendas foi o meu métier. Primeiro de equipamentos de jardinagem, vejam só. Depois, e em definitivo, na área da publicidade. Trinta anos a vender ideias. Coisa fácil, naquela altura, num País tão falho delas.
E por as ter vendido todas, fiquei sem elas.
… E então comecei a escrever.