sexta-feira, setembro 27, 2013

«ANÁLISES DA SAÚDE» DE PEDRO PITA BARROS [ SUGESTÃO DE LEITURA ]





«ANÁLISES DA SAÚDE»

de Pedro Pita Barros


Neste livro, Pedro Pita Barros analisa alguns dos temas que mais atenção foram merecendo nos últimos anos na área da saúde taxas moderadas, listas de espera, transformação jurídica dos hospitais, política do medicamento e liberalização das farmácias e, também, os problemas de contenção de custos e orçamentos do Serviço Nacional de Saúde. 

A saúde figura de forma regular nas principais preocupações dos portugueses. O desejo da sociedade de garantir que ninguém fica privado de cuidados de saúde é cada vez mais complexo de assegurar. Recursos limitados e escolhas que é preciso fazer são uma realidade também na saúde, e têm que ser feitas.

A forma como encaramos a saúde, e em particular como nos organizamos, enquanto país, para que todos tenham acesso a cuidados de que necessitem, sofreu alterações profundas no âmbito da tecnologia, da cultura, dos hábitos de vida, mas também da economia.

Este conjunto de textos, publicados em vários locais ao longo dos anos, dá um olhar, de economista, sobre o sector. A intenção é levar a ver com curiosidade e mente aberta dilemas e especificidades que associamos à saúde.

Conseguir perceber a realidade das relações económicas no sector da saúde de uma forma consistente é um desafio permanente, que se procura partilhar com estas “análises”.




Pedro Pita Barros é licenciado e doutorado em Economia. É Professor Catedrático da Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa. Foi investigador convidado na Universitat Autónoma de Barcelona. É membro do Centre for Economic Policy Research (Londres).
É autor de diversos artigos científicos, autor e editor de livros publicados internacionalmente, editor chefe e editor associado de revistas científicas na área de economia da Saúde. Foi presidente da Associação Portuguesa de Economia da Saúde. Os seus interesses de investigação centram-se no funcionamento económico do sector da saúde, bem como em aspectos de concorrência e regulação em geral.


http://minervacoimbra.blogspot.pt/search?q=PEDRO+PITA+BARROS

terça-feira, setembro 24, 2013

«IMPRENSA E OPINIÃO PÚBLICA» DE JOSÉ TENGARRINHA, NO ÂMBITO DO DIA INTERNACIONAL DA IMPRENSA [24 DE SETEMBRO]






No âmbito do Dia Internacional da Imprensa, que hoje se celebra - 24 de Setembro -  aconselhamos a leitura do livro
Imprensa e Opinião Pública em Portugal” de José Tengarrinha
publicado pelas Edições MinervaCoimbra, Colecção Minerva Ciências da Comunicação dirigida por Mário Mesquita . Para o director da colecção «Imprensa e Opinião Pública em Portugal», da autoria de José Tengarrinha, "é fruto de uma investigação séria e qualificada de alguém a quem a história da imprensa muito deve”.
 “Imprensa”, “Opinião Pública” e “Censura” são palavras-chave do livro de José Tengarrinha que consta de doze estudos situados na área da história do jornalismo. Desses estudos, sintetizou, seis visam especialmente a imprensa. Em “Assim nasceu o Jornalismo em Portugal” analisa-se o surgimento dos periódicos em Portugal no início do século XVII. A imprensa da emigração política, sediada em Inglaterra, sob o impulso dos exilados liberais é o tema abordado em “O Jornalismo da primeira emigração em Londres na formação de uma corrente de opinião liberal”; a que se seguem “Primeira Emigração Liberal e Pré-romantismo”, “O Jornalismo Romântico”, “A imprensa clandestina durante a guerra civil de 1846-1848” e ainda “A imprensa nas dinâmicas da sociedade oitocentista”.
Quatro desses estudos centram-se, de forma explícita na problemática da opinião pública. É o caso dos capítulos intitulados “A formação da opinião pública em Portugal”, “A opinião pública segundo Garrett” (acompanhado de comentários de Maria de Lourdes Lima dos Santos), “As crises ibéricas finisseculares, a opinião pública e a imprensa” e, por fim, “Imprensa e opinião pública no Estado Novo”.
Os dois capítulos restantes incidem sobre as instituições e a acção da censura. Neste aspecto merece especial realce o estudo “A Censura às Folhas Informativas (visão global)”, que Mário Mesquita considerou “a primeira visão de conjunto da censura à imprensa em Portugal, abarcando o vasto período que vai das Ordenações Filipinas até ao fim do salazarismo. Este conspecto possui o mérito de descrever de forma clara, concisa e contextualizada os institutos e os mecanismos de censura à imprensa. Desnecessário será enaltecer o valor pedagógico que possui, com vista à plena compreensão de sucessivas ordens censórias ao longo da História de Portugal”.
José Tengarrinha, destacou o facto de na obra abordar não apenas a censura enquanto acto limitativo, mas sobretudo a “tentativa de criação de «bloco de opinião nacional» ao serviço de interesses dos governantes”. Como exemplos, o historiador e ex-jornalista refere “o primeiro jornal português, que procura desenvolver uma «corrente de opinião» favorável à Restauração, contra a que os castelhanos tentavam promover, ou, em 1809, quando o objectivo do Governo era levantar o País contra os invasores franceses”.
A obra de José Tengarrinha abrange um longo período, percorrido em algumas das principais fases e questões emergentes, desde 1641 ao Estado Novo. “Os primeiros debates teóricos em Portugal sobre «opinião pública», a partir de propostas dos nossos escritores românticos, merecem igualmente atenção, ao mesmo tempo que se intenta compreender os novos aspectos evolutivos da Imprensa quando inserida nas dinâmicas da sociedade oitocentista”, refere ainda o autor.
José Tengarrinha é Professor Catedrático Jubilado da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, e tem publicada uma vasta obra em Portugal e no estrangeiro no domínio da História e das Ciências Sociais. Na bibliografia sobre a história da imprensa portuguesa refira-se “História da Imprensa Periódica Portuguesa”, 2ª ed., 1989 e “Da Liberdade Mitificada à Liberdade Subvertida. Uma exploração no interior da repressão à imprensa periódica de 1820 a 1828”, 1993
José Manuel  Tengarrinha, professor catedrático jubilado da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, nasceu em Portimão, em 1932. Ganhou o Prémio da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto em 1962. Criou, dirigiu e leccionou mestrados, em Portugal, nas áreas da História Contemporânea, História Moderna, História do Brasil, História da Imprensa Periódica, História Regional e Local e Cultura e Formação Autárquica, tendo orientado, nessas áreas, numerosas teses de mestrado e doutoramento. Leccionou em cursos e seminários de doutoramento em universidades estrangeiras como Florença, Pescara, Bolonha, Paris VII, Nantes, Valladolid, Bilbao, Autónoma de Barcelona, Carlos III de Madrid, Sevilha, Canárias e École des Hautes Études en Sciences Sociales de Paris, entre outras. Foi professor visitante da Universidade de São Paulo para cursos de pós-graduação, em 1997.
Tem publicadas numerosas obras em Portugal, no domínio da História e das Ciências Sociais, com destaque para «Movimentos Populares Agrários em Portugal – 1750-1825» (tese de doutoramento), 2 vols., 1994, e «História do Governo Civil de Lisboa», 2 vols., 2002, e, no Brasil, «A Historiografia Portuguesa, Hoje», 1999, «Historiografia Luso-Brasileira Contemporânea», 1999, e «História de Portugal», 2ª ed. 2001. Da sua vasta bibliografia sobre a história da imprensa portuguesa refira-se «História da Imprensa Periódica Portuguesa», 2ª ed. 1989 e «Da Liberdade Mitificada à Liberdade Subvertida. Uma exploração no interior da repressão à imprensa periódica de 1820 a 1828», 1993.

sábado, setembro 21, 2013

«A PAZ DA FÉ» DE NICOLAU DE CUSA, COM TRADUÇÃO E INTRODUÇÂO DE JOÃO MARIA ANDRÉ [ DIA INTERNACIONAL DA PAZ ]


Assinala-se hoje " O Dia Internacional da Paz ". É um iniciativa a nível mundial, tendo sido estabelecido este dia  pelas Nações Unidas em 1981. 
A primeira celebração da data ocorreu em Setembro de 1982.
Em 2002, a Assembleia Geral das Nações Unidas declarou oficialmente o dia 21 de Setembro como o Dia Internacional da Paz.
A comemoração tem como objectivo levar as pessoas a sensibilizaram-se para a necessidade da paz no mundo e para promoverem actos que tenham como resultado o fim dos conflitos entre povos e a consagração da paz mundial.

No âmbito deste dia sugerimos a leitura  de «A PAZ DA FÉ» de Nicolau de Cusa (MinervaCoimbra). Já em 1455 Nicolau de Cusa apelava à concórdia entre os povos pela força da palavra.

«A PAZ DA FÉ SEGUIDA DE CARTA A JOÃO DE SEGÓVIA» de Nicolau de Cusa com tradução e introdução de João Maria André

Este livro aborda as condições da paz da fé na troca de correspondência entre Nicolau de Cusa e João de Segóvia acerca dos caminhos possíveis para a situação que lhes era dado viver. Um apelo à paz pela força da palavra.      

NICOLAU DE CUSA E A FORÇA DA PALAVRA
                                    por   JOÃO MARIA ANDRÉ

«[...] São tempos conturbados aqueles que vivemos. Hoje como há seis  séculos atrás, acendem-se as paixões nos conflitos dos homens entre si e dos povos uns contra os outros, tendo como base os mais diversificados motivos e interesses: económicos, políticos, étnicos, religiosos e culturais. E também hoje, como há seis séculos atrás, apenas duas vias parecem abrir-se para a superação desses conflitos: a via do diálogo ou a via da violência, ou seja, a força da palavra ou a força das armas...(...)

É também essa uma das heranças do grande pensador alemão do século XV que agora mobiliza a nossa atenção, sobretudo quando afirma na sua carta
a João de Segóvia, que “se com a invasão armada escolhermos a
agressão, deveremos temer que se lutarmos com as armas, pelas armas
morreremos”. Todos os esforços de Nicolau de Cusa postulam no
contexto do seu pensamento profundamente dialógico, o recurso à força da palavra e não propriamente à força das armas. [...]»
                                                      

Nicolau de Cusa

(1401-1464) nasceu em Krebs/Cusa, na atual Alemanha. Filho de um abastado barqueiro do rio Mosela, teve uma educação cuidada em Heidelberg e Pádua, estudando filosofia, matemática e direito. Estudou depois teologia em Colónia. Entrado na vida eclesiástica, participou em discussões conciliares e desempenhou diversas missões diplomáticas. Em 1448 é nomeado cardeal de S. Pietro in Vincoli e em 1450 bispo de Bressanone/Brixen. Ao longo da sua atividade eclesiástica e diplomática manteve sempre o mesmo interesse pelo saber e pela busca de manuscritos de autores menos lidos, muitos dos quais de tradição hermética e neoplatónica ainda se conservam com as suas anotações na biblioteca do asilo que fundou em Bernkastel-Kues. A sua extensa obra é marcada pela exploração original de ideias filosóficas, matemáticas e cosmológicas que então marcavam o renascimento do pensamento, das artes e das ciências. No diálogo O não-outro, considerado um dos mais densos, profundos e especulativos textos de Nicolau de Cusa, cruzam-se algumas das suas principais intuições metafísicas na tentativa de compreender o absoluto, numa orientação platónica, afirmando e negando dialeticamente a identidade e a diferença, a relação entre o criador e as criaturas, o infinito e o finito, o uno e o múltiplo, a transcendência e a imanência. A obra, centrada na questão dos nomes divinos, mostra-nos a mestria dialética de Nicolau de Cusa no apogeu do seu pensamento, simultaneamente místico e filosófico. Morreu em 1464, tendo à cabeceira o seu médico, o português Fernando Martins, interlocutor do diálogo O não-outro.

João Maria André
é Professor Catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, tendo-se doutorado em Filosofia pela mesma Faculdade com uma dissertação  sobre Nicolau de Cusa. Ensina nas áreas de Filosofia e do Teatro.  É Director do Departamento de História, Arqueologia e Artes. Actua na área da filosofia, ética e Religião.
Traduziu ainda para português várias obras de Nicolau de Cusa. Além de docente e investigador, tem desenvolvido também a sua actividade como animador cultural, nomeadamente através da tradução, dramaturgia e encenação na Cooperativa Bonifrates de Coimbra e no Teatro Académico de Gil Vicente, de que foi Director de 2001 a 2005. 
Sobre Nicolau de Cusa editou e publicou obras coletivas, artigos e capítulos, em Portugal e no estrangeiro. É membro do Wissenschaftliches Beirat da Sociedade Cusana. Tem publicado também sobre o pensamento renascentista, o teatro e as questões da interculturalidade e globalização.

É autor, entre outros, dos livros:                                                               * Renascimento e Modernidade - do poder da magia à magia do poder, MinervaCoimbra, Coimbra, 2002;
* Sentido simbolismo e interpretação no discurso filosófico de Nicolau de Cusa, ed. FCG-JNICT, Lisboa 1997
* Pensamento e afectividade, Diálogo intercultural, utopia e mestiçagens em tempos de globalização
Para português traduziu  outras três obras de Nicolau de Cusa: 
 A visão de Deus, Lisboa 2012, 4ª ed.; A douta ignorância, Lisboa 2012, 3ª ed. e A paz da fé, seguida de Carta a João de Segóvia, MinervaCoimbra 2002. 

No campo da poesia publicou Rostos suspensos, e Estilhaços em poemas

sexta-feira, setembro 20, 2013

MANUEL ALEGRE EM "ANDAM PELA TERRA OS POETAS" [CASINO FIGUEIRA]





«Manuel Alegre  no casino  com a "alma" e "raízes" da poesia
Cultura O poeta partilhou memórias, sentimentos, sítios, preferências e a paixão pelo país e pela língua de Camões»
                       Bela Coutinho  in Diário de Coimbra 12/09/2013


 «Foi uma noite de emoção. Para o poeta e para a assistência, amigos e admiradores de Manuel Alegre, que o quiseram ouvir, conhecer mais a fundo a sua obra, partilhar inquietações e interrogações quanto ao futuro deste país e, apesar do que apenas foi dito nas entrelinhas sentiu-se o “acto de soberania espiritual”, que é como o poeta classifica a poesia.
Esta sétima edição  de "Andam pela terra os poetas",  organização do Casino Figueira e da editora MinervaCoimbra,  contou ainda com as presenças de José Ribeiro Ferreira (professor catedrático jubilado da FLUC) Nicolau Santos (Jornalista e Director-Adjunto do Jornal Expresso) Vasco Pereira da Costa (escritor, professor aposentado do ensino secundário e superior,
ex-Director do Departamento de Cultura e Turismo de Coimbra
e ex-Director Regional da Cultura dos Açores) e com outra presença muito especial para o poeta, a sua filha Joana Alegre  (voz) e Miguel Picciochi (guitarra), que interpretou temas de seu pai, um deles com"ousadia".
“Estou comovido por ouvir pela 1ª vez a minha filha cantar em público poemas meus. Gostei de os ouvir e do arranjo que juntou dois poemas (situação, contou, que quase o levaram a zangar-se com Zeca Afonso), mas gostei muito do arranjo que ela fez” diria Manuel Alegre, ainda de voz embargada. Já mais recomposto, leu alguns poemas, um deles inédito. Mas perante o entusiasmo da plateia, partilhou outro “variações sobre o desconcerto do mundo” e mais outro "a dor" e outro ainda.
Depois, falou dos seus poemas preferidos, de amigos, de sítios que nunca esquecerá como Angola ou os Açores), da guerra , do país, deste país, que o faz ser "muito atlântico" e acima de tudo de poesia. “Escrever poesia é a afirmação da língua. Numa altura em que tudo se globaliza é um acto de afirmação, de resistência. A poesia está aquém e além da literatura e é uma relação mágica com o mundo”, diria.
Para trás ficava a intervenção de José Ribeiro Ferreira que se centrou na obra literária (poesia) de Manuel Alegre, que considerou ser “pessoa insatisfeita”, inquieta, sempre em busca de melhores condições”,  para o ser humano, pois “serve-se da poesia para dar voz a denúncias concretas”. Houve ainda a declamação impressionante de vários poemas por Vasco Pereira da Costa e por Nicolau Santos.

Os responsáveis pela iniciativa, Domingos Silva e Isabel Garcia enalteceram Manuel Alegre, que consideraram ser “um dos maiores poetas vivos portugueses”. »     Bela Coutinho,  in Diário de Coimbra 12/09/2013