segunda-feira, fevereiro 22, 2010

Pintura e fotografia taurinas em Coimbra





Foi com casa cheia que inaugurou em Coimbra a exposição Arenas, com pintura de Élia Ramalho e fotografia de Paula Almeida. A Galeria Minerva foi pequena para todos os que quiseram marcar presença, entre os quais algumas figuras do meio taurino como João Cortesão, acompanhado dos filhos, Jaime e António, César Pegado e Marco Gomes, que desde Alter do Chão rumou a Coimbra com a família.

O painel em tríptico de Élia Ramalho traduz as várias vertentes do toureio, destacando-se uma homenagem a Manolete. A jovem promessa da pintura, aficionada, é natural de Tomar, tendo já retratado várias figuras da tauromaquia nacional, entre as quais Rui Salvador e Paulo Jorge Ferreira.

Quanto às fotos de Paula Almeida, foram recolhidas nos últimos anos em várias arenas lusas, espelhando detalhes “debruados com a lotaria do instante”, como refere a jornalista Paula Carmo, autora de um magnífico texto incluído no folheto da exposição.

Recorde-se que a exposição coincidiu com o arranque da Tertúlia Tauromáquica Feminina “A Mantilha” — da qual tanto Élia Ramalho como Paula Almeida fazem parte —, que reuniu nesse dia pela primeira vez alguns dos seus elementos fundadores, prometendo para breve as suas primeiras atividades.

Na sessão, a galerista, Isabel de Carvalho Garcia, destacou o trabalho de Élia Ramalho e Paula Almeida, elogiando a coragem pela criação da Tertúlia e pelo tema escolhido para a exposição. A esse propósito, Paula Almeida salientou o facto de tanto Isabel de Carvalho Garcia como o marido, José Alberto Garcia, não serem aficionados nem sequer simpatizantes da Festa, mas terem demonstrado, desde o início, total abertura à realização da exposição na sua galeria, sendo por isso um exemplo do respeito que deveria imperar no meio ‘anti’ taurino. Aliás, foi também com chancela das Edições MinervaCoimbra, propriedade dos dois, que foi editado o primeiro livro de João Cortesão, “Quites, detalhes e puyazos”.

Ainda durante a sessão, as duas ‘mantilhanas’ foram surpreendidas por um artista plástico da Chamusca, Quim Madeira, há alguns anos radicado na Figueira da Foz, e que ofereceu simbolicamente a ambas um chapéu de aba larga e uma casaca — negra com ramagens prateadas, em homenagem à Académica — usados pelo grupo Alma Portuguesa no desfile do Carnaval deste ano, e que arrecadou o primeiro prémio. A temática do quadro vencedor era precisamente a tauromaquia e o fado.

A exposição está patente na Galeria Minerva (rua de Macau, 52 - Bairro Norton de Matos), em Coimbra, e pode ser visitada até 4 de Março, de segunda a sábado, das 10h00 às 13h00 e das 14h30 às 20h00.



































Arenas no Farpas blogue...

http://farpasblogue.blogspot.com/2010/02/exposicao-arenas-inaugurada-com-sucesso.html

... e n'O Sexo e a Cidade

http://osexoeacidade.com/sem-categoria/arenas-2/

sábado, fevereiro 20, 2010

ARENAS na Galeria Minerva



A Galeria Minerva tem a honra de convidar para a inauguração da exposição

ARENAS

de Élia Ramalho (pintura) e Paula Almeida (fotografia),
que assinala o arranque, em Coimbra, da Tertúlia Tauromáquica Feminina A Mantilha.

A sessão decorre dia 20 de fevereiro (sábado), pelas 17h00, na Galeria Minerva (rua de Macau, 52 - Bairro Norton de Matos), em Coimbra.

A exposição pode ser visitada até 4 de março, de segunda a sábado, das 10h00 às 13h00 e das 14h30 às 20h00.

Élia Sofia Ramalho nasceu em Tomar a 23 de setembro de 1976. É licenciada em Pintura pela ARCA.EUAC e tem uma pós-graduação em Comunicação Estética. Está representada no Museu da Presidência da República, no Hospital Distrital de Tomar (entrada principal e Unidade de Cuidados Paliativos) e nas bibliotecas de Ferreira do Zêzere e Ferreira do Alentejo, bem como nalgumas coleções particulares. Recebeu uma Menção honrosa na Bienal de Porto Santo, em Agosto de 2009. É professora de Arte no Colégio Menino Jesus, em Coimbra.



Paula Almeida nasceu em Lisboa a 1 de setembro de 1965. É licenciada em Jornalismo pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e tem uma pós-graduação em Estudos sobre a Europa. No jornalismo integrou as redações do Jornal de Coimbra, Diário As Beiras, O Primeiro de Janeiro, Campeão das Províncias e O Despertar, entre outras colaborações esporádicas em jornais e revistas nacionais. É colaboradora especializada do semanário Notícias Médicas e mantém, no quinzenário O Despertar, uma colaboração na área da tauromaquia.



Arenas
 
Nobre arte, esta, de perfumar a sorte. Todos querem espetáculo. Vénias, campinos, brilhante cortejo. Casacas para a cerimónia, ao estilo de Luís XV (uns). Ousadias de manto bordado (outros). Cavalos de raça, valentes, em lide com gente brava. Há touro farpeado, touro bandarilhado. Bonita festa. Nestes pormenores do triunfo, há rostos fechados, toureiros apegados à sorte dos outros. Solidariedade de gente brilhante. Nas arenas da nossa terra, há corridas, ora de aplausos ora de silêncio. Nobre arte de pegar touros, por forcados destemidos. Um perfume no santuário do respeito e do entusiasmo. Aplausos. Olha-se em torno do redondel. As farpelas enchem o olho. Cor, céu largo. Terra fértil. A cada profissão, o seu lugar. A cada gesto, o seu maneio. Ferros curtos, de êxtase. Os compridos, de força maior. Quem enche a praça nem sempre sabe ao que vai. Mas há quem escolha os favoritos. Há sol. Há luzes que iluminam a noite. Toca a banda, quando a preceito se forma o bailado da corrida. Todos em comunhão. Trocam-se cavalos. A lide é o sorteio da vida. Uma vez, boa. Outras, a desilusão findo todo o empenho. Que mais? Gente simples. Gente de estirpe, com nomes compridos. Ganadeiros empreendedores. Apoderados na roda de uma rivalidade nem sempre salutar. De triunfo em triunfo, cada cartel. Há alterações de última hora. Mas, todos, todos na festa.
Ombreia-se a alegria à vontade da lide perfeita. Os ferros sucedem-se, na labuta frenética de cada temporada. Na ribalta, o desembaraço de homens e mulheres personagens de uma narrativa de valentia. Eles e elas escolhem montadas para abrilhantar o seu estilo. Aroma de classe, lides mais repousadas. Toureio moderno, impregnado de velocidade. Ritmos, cadências. A bandeira de Portugal. Variedades taurinas. Modas antigas em tempos de convicções e de promessas. E ficam, para sempre, as imagens. Debruadas com a lotaria do instante. Sensibilidade de quem vê as arenas de Portugal, com a glória calibrada pelo sorriso largo. Tons de festa. Lampejos de agrado.


Paula Carmo
(texto originalmente publicado na revista A23 online aquando da inclusão do portfolio Arenas, de Paula Almeida, em dezembro de 2009)

 

sábado, fevereiro 13, 2010

Representação da realidade em pintura já não faz sentido

Isabel de Carvalho Garcia e Conceição Mendes


"Os caminhos da pintura", com Conceição Mendes, mestre em Comunicação Estética (EUAC), foi o tema de conversa de mais uma tertúlia que decorreu na Galeria Minerva. Esta sessão teve como inspiração a exposição coletiva de pintura patente na Galeria com obras de Barrett, Conceição Mendes, Hipólito Andrade, José Castilho, Maria Alcina, Paulo Diogo, Paulo Simões, Tesha e Vasco Berardo, e que pode ser visitada até 17 de fevereiro.

Conceição Mendes fez uma breve incursão pela história da pintura desde a antiguidade até aos nossos dias. No final decorreu um animado debate com os presentes a questionarem o que é a pintura hoje e as várias correntes estéticas.

“É lugar-comum que desde sempre houve uma segmentação estética em termos de divisão artística por tendências, que corresponde à distinção entre diferentes escolas, programas, movimentos, correntes, estilos, grupos, como o Renascimento, o Impressionismo, o Surrealismo, o Cubismo, a Pop, o Dada, as vanguardas e tantos outros, cujas possibilidades de exemplificação são inumeráveis”, referiu.

“A importância desta distinção torna-se evidente, desde logo, pelo facto de ser em função dela que se estrutura a história da pintura e da arte em geral, ou pelo menos a esmagadora maioria de visões da história da arte. O tempo longo da história, traduzido em décadas, séculos, milénios, vai-se compondo e recompondo em função do peso das sobrevivências de cada tendência e da estruturação do passado que a sua sucessão promove”, esclareceu Conceição Mendes.

“Hoje a pintura reveste-se de características únicas e as alterações radicais impostas pelas correntes artísticas do século XX irão certamente continuar. Atualmente, na prática da pintura, é a própria pintura que está em jogo, é a pintura “ensimesmada”; hoje a representação da realidade em pintura já não faz sentido. Os procedimentos têm mais a ver com a tinta do que com o representado e as decisões que se tomam são muitas vezes condicionadas pela própria pintura ou pela forma como os materiais se comportam no momento do registo. E é sabido que diferentes materiais trazem diferentes plasticidades e neste sentido a experimentação é fundamental”.

De acordo com a palestrante, “hoje, a tela já não tem o sentido clássico de janela através da qual se vê e assume a condição de lugar onde tudo acontece. É o lugar onde se misturam as tintas porque as preocupações são exclusivamente plásticas. Hoje a prática da pintura assenta na experimentação. Nunca antes a experiência e a inovação foram tão relevantes para a pintura e para arte em geral. Nunca antes se esteve perante uma tão grande multiplicidade de opções, tendências e processos de expressão artística que conduzem a arte por caminhos tão diversos e imprevisíveis. Hoje não há uma sequência cronológica coerente e a delimitação de correntes ou estilos torna-se cada vez mais imprecisa, se não mesmo impossível de delinear. A história da pintura avança para um encontro com o desconhecido e o incerto. Só a passagem do tempo pode revelar quais os artistas do nosso mundo contemporâneo que perdurarão e deixarão o seu legado”.

Para Conceição Mendes “o que parece certo é que as grandes propostas residem na inovação. Há uma grande tensão entre a arte e a técnica que coloca a arte num lugar de intensa experimentação. Não se trata de inventar mas sim de dar o passo em frente. É o que está à nossa frente, é o passo seguinte, e esse caminho é inevitável!”. Por outro lado, “também é importante referir que a obra suscita diferentes interpretações por parte do observador e torna-se evidente que o observador é indispensável, é imprescindível em todo este processo. As coisas acabam por ser também aquilo que cada um de nós vê e a forma como as vê”.

E concluiu: “É esta multiplicidade de formas de produção artística a que hoje assistimos, as novas gramáticas, as novas atitudes, colocam-nos perante uma enorme diversidade de tendências, de orientações, que nos distanciam substancialmente daquela arte que começou um dia riscada nas paredes das cavernas e se consolidou através dos séculos que nos precederam”.

sábado, fevereiro 06, 2010

Crianças descobrem Frida Kahlo



A Livraria Minerva acolheu o lançamento do primeiro volume de uma coleção da Frequência Mágica, que pretende dar a conhecer aos alunos do pré-escolar e primeiro ciclo uma série de artistas e obras. Cada livro conta uma história que se desenrola à volta da vida e obra de um autor, permitindo assim ao aluno vivenciar a experiência da arte.

O primeiro volume, agora lançado, é dedicado a Frida Kahlo. “Olhar, Experimentar e criar com Frida Kahlo” desmistifica a vida trágica de um dos maiores ícones artísticos do século XX e torna a sua história simples e acessível aos mais pequenos.

Os objetivos da coleção, de acordo com as responsáveis pelo projeto — Élia Ramalho, Armanda Baptista e Maria Rodrigues —, são educar o gosto pela arte, fazer sentir, pensar e refletir uma obra de arte, estimular a imaginação e a criação a partir do conhecimento de uma obra de arte e do seu autor, dar a conhecer vários artistas que fazem parte do património artístico mundial e o contexto sociocultural em que cada um deles desenvolveu a sua obra e, entre outros, motivar para a fruição da arte e criação de atividades artísticas.

O livro está ilustrado com desenhos de alunos do Externato Menino Jesus (Coimbra), onde uma das autoras dá aulas, e pode ser adquirido na Livraria Minerva.


OS CAMINHOS DA PINTURA na Galeria Minerva

A Galeria Minerva promove no próximo sábado, dia 6 de fevereiro, pelas 17h30, uma tertúlia intitulada "OS CAMINHOS DA PINTURA", com Conceição Mendes, mestre em Comunicação Estética (EUAC).

Esta sessão tem como inspiração a exposição coletiva de pintura patente na Galeria Minerva, com obras de Barrett, Conceição Mendes, Hipólito Andrade, José Castilho, Maria Alcina, Paulo Diogo, Paulo Simões, Tesha e Vasco Berardo.

A mostra pode ser visitada até 17 de fevereiro.

Seguir-se-á ARENAS de Élia Ramalho (pintura) e Paula Almeida (fotografia), com inauguração a 20 de fevereiro, às 17h00.

sexta-feira, fevereiro 05, 2010

OLHAR, EXPERIMENTAR E CRIAR COM FRIDA KAHLO



A Galeria Minerva tem a honra de convidar para o lançamento do livro

OLHAR, EXPERIMENTAR E CRIAR COM FRIDA KAHLO

com edição de Frequência Mágica.

A sessão decorre dia 5 de fevereiro (sexta), pelas 19h00, na Galeria Minerva (rua de Macau, 52 - Bairro Norton de Matos), em Coimbra.


A empresa Frequência Mágica Lda. tem sede num edifício histórico com traça de arquitetura Arte Nova e situa-se no coração da cidade de Tomar. Neste espaço a empresa dedica-se à formação e educação de crianças, jovens e adultos, mas também a atividades culturais e de lazer. A sede é um espaço multifacetado dividido por oito salas distintas: bar, galeria de exposições, oficina de artes, biblioteca, duas salas de estudo e formação e duas salas polivalentes equipadas para reuniões e formação.

As salas dispõem de Internet wireless, que pode ser utilizada livremente por todos os alunos no seu próprio computador, inclusivamente nos Magalhães das crianças do primeiro ciclo com o devido acompanhamento orientado por monitores que ajudam e ensinam a fazer pesquisas. Os alunos podem também imprimir trabalhos escolares ou outros documentos.
Pretendemos ainda, estabelecer uma forte ligação cultural e artística com a cidade organizando atividades e eventos de promoção do património local.




A equipa:
Armanda Baptista
Licenciada em Tecnologia e Artes Gráficas pelo Instituto Politécnico de Tomar e frequenta atualmente o Mestrado em Design e Multimédia pela Universidade de Coimbra.

Élia Ramalho
Formada pela ARCA-E.U.A.C. em Pintura. Pós-Graduação em Comunicação Estética. A realizar dissertação de Mestrado – Júlio Pomar – Fernando Pessoa “Corpo a corpo”.

Maria Rodrigues
Licenciada em Ensino 1º Ciclo pela Escola Superior de Educação de Santarém.