domingo, dezembro 23, 2012

BOAS FESTAS E FELIZ 2013





MinervaCoimbra 
editora ▪ livraria ▪ galeria
 deseja 

BOAS FESTAS  e FELIZ 2013

EDGARD PANÃO E O «CANCIONEIRO POPULAR DE MIRANDA DO CORVO» DE BELISÁRIO PIMENTA


Foi apresentada recentemente a nova edição do Cancioneiro Popular de Miranda do Corvo organizado por Edgard Panão. A edição original, publicada em 1953, por Belisário Pimenta, teve uma tiragem de 50 exemplares rubricados e assinados pelo autor. Baseada nessa 1ª edição, este volume, que agora se publica, teve como organizador e editor literário Edgard Panão e contou com a chancela das edições MinervaCoimbra.
Contem uma nota prefacial do Prof. Doutor José Augusto Cardoso Bernardes (Diretor da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra), uma nota justificativa para esta publicação do Dr. Edgard Panão intitulada " Razões para a nova edição do Cancioneiro Popular de Miranda do Corvo" e ainda um anexo à nova edição de autoria do Prof. Doutor António de Oliveira, que apresentou esta obra, numa sessão que decorreu na Livraria Minerva, da rua de Macau, em Coimbra.
Esta edição organizada por Edgard Panão destina-se  a homenagear Belisário Pimenta, um eminente vulto da Cultura portuguesa da primeira metade do século XX, que publicou perto de 1000 publicações para as quais, de um modo geral, foi convidado para a sua elaboração, e sendo que, para a publicação das mesmas, teve apoio em jornais, revistas, opúsculos, etc. 

A sessão foi iniciada por Isabel de Carvalho Garcia (Minervacoimbra) que teceu algumas considerações sobre o autor e elogiou a sua forma altruista de para além da sua satisfação pessoal, fazer uma investigação cuidada de índole histórica e genealógica para publicação desde 1993, altura em que se reformou. Com vários livros publicados, Edgard Panão, tem contribuído para perpetuar a história regional e local, assim como a memória de alguns vultos da nossa cultura,  sendo esta publicação o seu mais recente testemunho.



O professor António de Oliveira apresentou este livro cujo excerto deixamos no fim deste documento, e por fim o Dr. Edgard Panão agradeceu a todos a presença e justificou esta nova edição do «Cancioneiro Popular de Miranda do Corvo».




Excerto da apresentação da obra de Belisário Pimenta, Cancioneiro popular de Miranda do Corvo. Nova edição de Edgar Panão,  Coimbra, MinervaCoimbra, 2012, feita por António de Oliveira:

«1.A obra que  nos congrega é uma nova edição do Cancioneiro popular de Miranda do Corvo, o qual foi recolhido, comentado e editado pelo coronel Belisário Pimenta, cuja memória evocamos. A sua publicação começou em 1949  numa revista de muito curta  duração (Terras do Mondego), conseguindo o autor trazer a público todo o conjunto, prefaciado em 1943, apenas dez anos depois. Reaviva-o agora, numa homenagem ao autor e à terra que o suscitou, o Dr. Edgard Panão com o dinamismo e a inteligência de que tantas provas tem dado ao longo da vida, qualidades que agora, e afinal desde que se aposentou, foram historiograficamente expressas através das vivências e do amor à terra que o viu nascer ou simplesmente criou, havendo trazido a público, nos últimos doze anos, dez volumes, se fiz bem a conta, não contando com a presente reedição, dos quais a maioria se enquadram na história local. Temática que só por si se cruza obrigatoriamente com Belisário Pimenta, um cultor também da história pátria, pátria terra onde se nasceu ou nela se criaram raízes que prenderam e alimentaram a vida toda através dos afectos da infância. A influência telúrica, em Edgar Panão, conduzi-lo-á, literariamente, à Escola Agrícola, onde situa a  destinatária das cartas de Leonardo em tempos de anunciação precoce da libertação do género e, certamente, de si próprio. A influência da terra-mãe em Belisário Pimenta, mais complexa, levá-lo-á a criar horizontes de silêncio, mesmo quando do alto do monte da Esperança, no dealbar do dia em que terminava a noite de prevenção, olhava do quartel de Santa Clara para o casario alcantilado de Coimbra, seguia pelo Dianteiro aos contrafortes do Buçaco e rodava o pensamento, atraído e absorto, para a figuração de Miranda do Corvo, onde imaginativamente o envolvia a evasão silenciosa das águas, das árvores e da terra criadora. Paisagem que vista da Senhora da Piedade de Tábuas, de onde se acentuava «o verde escuro, severo, dos pinheirais do Valongo»,  lhe continuava a dar, como escreveu ainda em 1950, «a íntima sensação de calma e o esquecimento insensível das maldades do mundo».  Terra que nunca esqueceu,  desde o tempo em que na meninice corria pela quinta  da Cerrada da Nora  e ficava a olhar para a represa do Alheda, embora já sentisse que a serra, por vezes, quando contemplada «a certas horas, metia medo como muralha escura que se levantasse no extremo da planície», como recorda numa passagem do longo memorial da escrita da sua vida.
Edgard Panão, que se criou em Miranda do Corvo, onde fez a instrução primária, travou conhecimento com Belisário Pimenta desde muito jovem, em Coimbra quando estudante, e pode adivinhar-se, na imaginação que  se desenvolvia e se rebelava, o acrisolar de um arquétipo de semblante cultural ou, quem sabe, o de uma figura que um dia gostaria de representar, embora sem papel ainda definido. As  vidas são realizações de sonhos da infância, necessariamente voltados a sonhar nas vigílias constantes da vida.
 As vidas vividas do autor do Cancioneiro e a do novo editor literário, homens de séculos e personalidades diferentes, seguiram direcções existenciais divergentes. Num ponto, pelo menos, inequivocamente se encontraram: o de se terem dedicado a tempo integral à escrita da história depois da passagem à reserva ou à aposentação. Um dos temas comuns,  a amada Miranda individualizada como a do Corvo, povoação e ave que as rivalidades locais, expressas  em quadras populares, gostavam de colocar quieto, por agoirento, em cima de um pinheiro, esconjurando-o da vila (quadra nº 85).
Belisário Pimenta, nascido em Coimbra em 1879, foi um oficial do exército cuja carreira parou no limiar do generalato. O gosto pela história, no entanto, despontou muito cedo, como demonstram alguns trabalhos de índole estudantil ou de coleccionador de factos históricos, tendo brotado, intelectual e emocionalmente, quando aos 13 anos teve oportunidade de abrir em madeira uma gravura destinada à capa da primeira tentativa histórica do teólogo António Garcia Ribeiro de Vasconcelos, a história do culto da Rainha Santa, mulher de D. Dinis e padroeira de Coimbra, editada em 1894. Cooperação que nunca mais esqueceu, num tempo em que os símbolos  do saber  universitário, a borla e o capelo, criavam mundos hipostasiados, de cuja magia nunca se libertou.
Embora profissionalmente tivesse seguido a carreira militar, dela se evadiu, sempre que possível, através da investigação história, na qual perdurou, a tempo integral, depois da passagem à reserva, havendo começado por estudar  história local, nomeadamente a da vila  de Miranda do Corvo, onde não nasceu, mas onde tinha raízes profundas através dos antepassados maternos.
Com este objectivo começou a frequentar, em 1913, o Arquivo da Universidade e o cartório eclesiástico, então situado no seminário, seguindo-se depois muitos outros fundos documentais, incluindo, em Lisboa, os da Torre do Tombo e  Biblioteca Nacional. Nesta afã se esfalfou durante anos e anos, sem nunca ter conseguido levar a bom termo o ambicionado e ambicioso projecto, acabando por publicar apenas fragmentos dispersos em jornais, alguns deles acabados de reunir e reeditar em volume oportuno, com adaptação e anotações do senhor Engenheiro Carlos Ferreira, em co-edição da Câmara Municipal de Miranda do Corvo e Edições MinervaCoimbra (Belisario Pimenta, Escritos dispersos).
O simples folhear da documentação recolhida para erguer semelhante o monumento historiográfico, e que legou ao Arquivo da Universidade, deixa-nos de imediato a impressão da impossibilidade de concluir sozinho semelhante monografia a qual, a ser realizada, bem poderia anunciar, em outra conjuntura, as que a partir dos anos cinquenta e sessenta se realizaram, mas apenas aos níveis da história económica e social, tempo em que Belisário Pimenta, no entanto, havia já desistido do projecto e inaugurado entre nós, pela via militar, a história das ideias, persistindo com gosto nesta temática. As grandes dificuldades estavam na síntese, obra do historiador, dos documentos que o investigador  recolhia a eito.
 O anúncio da história de Miranda do Corvo, feito precisamente no ano de arranque do Integralismo Lusitano, seguia, forçosamente, por caminhos divergentes deste. Ao integralismo interessava-lhe a regeneração da pátria através do regresso da tradição monárquica, «onde a célula social é a família, a qual se integra territorialmente no município e profissionalmente na sua corporação». Belisário Pimenta, que tinha em Herculano um dos seus venerados em matéria de História, optava pela liberdade, pretendendo  que as vereações de Miranda do Corvo se realizassem  sob a presença simbólica do seu foral manuelino, como durante décadas sucedeu, como acabo de verificar no trabalho citado de Carlos Ferreira, embora, como aponta, a luz (pelos danos) o fizesse recolher, encadeado, a seguro cativeiro.
O projecto da monografia local que Belisário Pimenta idealizou, um projecto muito sui generis, como admite, traçado por sonho ambicioso, como também aceita, não podia deixar de incluir a história da cultura do povo mirandense, a qual tinha uma das suas expressões nos romanceiros e  cancioneiros populares, na tradição que vinha de Garrett e sobretudo dos neogarrettianos.
Sabemos quando Belisário Pimenta começou a recolher as primeiras quadras e os esforços que empreendeu para, ao longo de  vinte e cinco anos, levar a bom fim um projecto onde, finalmente, acaba por apresentar um corpus de documentação oral  expressivo  do viver e do sentir do povo mirandense durante os últimos séculos, pelo menos.
Foi seguramente nas férias de 1918, «umas boas férias», como considera, de mês e meio que passou em Miranda do Corvo entre Julho e Agosto, que avançou mais uma vez para o terreno. Como escreveu, «corri então o concelho em busca de informações e documentos, copiando documentos dos arquivos das confrarias, da residência paroquial ou de uma ou outra particular tudo para a desejada monografia que me consumiu anos de trabalho, canseiras e despesas». Com o compadre José Ferreira de Carvalho, «fez grandes caminhadas pelas aldeias afastadas, correu a serra e o aglomerado interessante da Serrinha, esquadrinhando recantos menos conhecidos». «Subiu ao monte de S. Gens, onde há uma capela que creio ser um problema que deixo para os posteros que queiram resolver bagatelas – até que regressei a Coimbra». Bagatelas, sem dúvida, numa fase já avançada da sua historiografia, a do tempo da passagem a limpo das  memórias, a que mais uma vez recorri.
Do esforço iniciado em 1918 e concluído em 1943,  resultou a publicação de 573 quadras e uma quintilha, na numeração da presente edição, referentes ao espaço concelhio, quase todas de segura origem popular. Belisário Pimenta distribuiu-as por dez conjuntos, comentou-as com a perícia de quem conhece ao pormenor os lugares, os nomes e as gentes e valorizou o volume com diversos índices, seguindo os cânones editoriais de então, e uma bibliografia. O  editor literário juntou à presente edição  uma Nota prefacial, escrita pelo actual Director da Biblioteca Geral, Senhor Prof. Doutor José Augusto Cardoso Bernardes, deu razões que motivaram a  decisão de reeditar o Cancioneiro e colocou no final do volume um apêndice biográfico que redigi para outra circunstância.
Através das quadras do Cancioneiro perpassam modos essenciais, duradouros, não efémeros, da vida quotidiana local, por vezes comuns   a outros lugares através das migrações internas, das deslocações dos romeiros e outras influências que as vias de comunicação sugerem. Localmente, abundam os afectos,  profanos ou religiosos, como dando razão aos amores heráldicos da vila (hoje cidade). Entre eles, o amor à terra, por vezes envolvido em amor filial. Reflectem, ao mesmo tempo, as agruras do trabalho, a sua evasão em tempos festivos ou pela procura de melhores dias através da emigração. A labuta da serrana em ir buscar lenha à serra ou levar o comer ao pastor (se é mesmo de pão que a ceia era feita); o fabrico da olaria vermelha, mudando de origem quando chegava ao mercado de Coimbra; a tecedeira imobilizada no seu local de trabalho, longe de ver e ser vista; a manifestação do maravilhoso; a água, as fontes, os rios, as azenhas e as pontes; a sensibilidade à natureza; os pinhais, as oliveiras e castanheiros; as rosas, as laranjas e as maçãs, a cebola, a pimenta e os pimentões; a alegria, a doença e a dor; S. Pedro, S. João, o Senhor da Serra e nossa Senhora da Piedade, atraindo romeiros, alguns amortalhados, vindos de muito longe; Nossa Senhora   da  Conceição, da Boa Morte e outras protecções divinas por todo o concelho. Palavras que se podem multiplicar abrindo o volume e procurando os sentidos simbólicos de cada uma.  [ Referência à antiga quinta do avô, a Cerrada da Nora (quadra nº 38), por onde em menino Belisário correu em correrias de liberdade e de que existem documentos manuscritos e topográficos que legou ao AUC; sobre as serranas jovens, nº 102 e 103, de expressivo simbolismo; a tecedeira sempre recolhida, nº 397].
 O pequeno número de exemplares da impressão do Cancioneiro em 1953 não permitiu um alargado conhecimento da recolha, permanecendo muito pouco conhecida a nível nacional. Impunha-se a sua divulgação. O editor literário e a editora MinervaCoimbra, com larga tradição na difusão da cultura e da história local e regional, em boa hora uniram esforços, entregando hoje ao público uma obra que continua actual.
 O tempo é de globalização e, por isso mesmo, é o tempo da emergência da história transnacional e global, cujos olhares se colocam acima dos fragmentos, dos pedaços, das miunças, das migalhas e dos etnocentrismos. A micro-história e história global são, no entanto, apenas dois modos diferentes de considerar a realidade histórica, necessitando a macro-história generalizante do conhecimento local a diversos títulos.
A maior homenagem que se poderia fazer a Belisário Pimenta como historiador   - o autor que hoje lembramos tem direito a muitos outros títulos, como o de promotor e defensor da república, como se tem ultimamente acentuado -  , seria precisamente a de escrever, em termos de modernidade historiográfica, uma monografia de Miranda do Corvo, onde Belisário Pimenta teria um lugar cativo de primeiro colaborador. Com a advertência, necessária, de que soube por si, fora da  escola que então nascia em Coimbra (a recém fundada Faculdade de Letras), criar uma nova vida dentro da vida militar, que seguramente lhe custou muito trabalho, mas que lhe permitiu  exorcizar medos, maiores dos que a serra de Miranda lhe provocava na meninice  quando as nuvens negras se adensavam, dando-lhe força para se erguer da modéstia que sempre cultivou e receber hoje, mais uma vez, o testemunho do nosso respeito, a que tem jus como militar culto e probo  historiador. »


Edgard Panão nasceu em Penela. Viveu em Miranda do Corvo. Foi professor liceal de Filosofia e História em vários liceus do país director e professor da Escola do Magistério Primário de Silva Porto (actual Kuito) Angola, e director e professor da Escola do Magistério Primário de Aveiro; responsável pelos Serviços de Educação em Dili. Foi ainda vereador e presidente da Câmara Municipal de Estarreja.
Desde 1993, altura em que se reformou, que se dedica à investigação de índole histórica e genealógica para publicação, juntamente com trabalhos de outra índole. Destacam-se “O Moleiro Inteligente” (2000), “A reconstituição das famílias da freguesia de Salvador da vila de Miranda do Corvo” (2002), “Covseiro de Myranda” (2006), “Cartas a Ana de Leonardo” (2007), "Os Trautos de Miranda" (2008), "Comentário - O outro lado da coisa" (2009), "Os convencidos da Vida" (2010), " O Tombo da República" (2011) estes seis últimos livros com a chancela das Edições MinervaCoimbra.

sexta-feira, dezembro 21, 2012

EDGARD PANÃO ORGANIZA UMA NOVA EDIÇÃO DO «CANCIONEIRO POPULAR DE MIRANDA DO CORVO» DE BELISÁRIO PIMENTA [APRESENTAÇÃO DIA 22 DE DEZEMBRO, 16H00] LIVRARIA MINERVA GALERIA [COIMBRA]




CONVITE

As Edições MinervaCoimbra e  Edgard Panão
têm a honra de convidar V. Exa. para o lançamento  
da nova edição do Cancioneiro Popular de Miranda do Corvo
de Belisário Pimenta.

O Prof. Doutor António de Oliveira dá-nos a honra de apresentar 
esta nova edição organizada pelo Dr. Edgard Panão
no  próximo dia 22 de Dezembro (sábado), pelas 16H00, 
na Livraria Minerva Galeria, 
Rua de Macau, 52 (Bº Norton de Matos)
em Coimbra.


***



Belisário Pimenta foi um eminente vulto da Cultura portuguesa da primeira metade do século XX. Tem perto de 1000 publicações para as quais, de um modo geral, foi convidado para a sua elaboração, e sendo que, para a publicação das mesmas, teve apoio em jornais, revistas, opúsculos, etc. Contudo, de acordo com o que ele próprio refere quanto à falta de colabo-
ração, por ele solicitada, enfrentou algumas dificuldades com o seu Cancioneiro Popular de Miranda do Corvo, pelo que a publicação foi feita à sua custa, enquanto Autor, mas sóao fim de alguns anos de investigação exaustiva.

Assim, esta nova edição organizada por Edgard Panão, editada pela MinervaCoimbra,destina-se  a homenagear Belisário Pimenta.

A 1ª edição do Cancioneiro levou décadas a ser concluído. Na realidade, só depois de decorridos 25 anos após o seu início é que aconteceu a sua publicação em 1953, e devido à não obtenção de apoios foi publicada pelo próprio Belisário Pimenta.



Edgard Panão nasceu em Penela. Viveu em Miranda do Corvo. Foi professor liceal de Filosofia e História em vários liceus do país director e professor da Escola do Magistério Primário de Silva Porto (actual Kuito) Angola, e director e professor da Escola do Magistério Primário de Aveiro; responsável pelos Serviços de Educação em Dili. Foi ainda vereador e presidente da Câmara Municipal de Estarreja.
Desde 1993, altura em que se reformou, que se dedica à investigação de índole histórica e genealógica para publicação, juntamente com trabalhos de outra índole. Destacam-se “O Moleiro Inteligente” (2000), “A reconstituição das famílias da freguesia de Salvador da vila de Miranda do Corvo” (2002), “Covseiro de Myranda” (2006), “Cartas a Ana de Leonardo” (2007), "Os Trautos de Miranda" (2008), "Comentário - O outro lado da coisa" (2009), "Os convencidos da Vida" (2010), " O Tombo da República" (2011) estes seis últimos livros com a chancela das Edições MinervaCoimbra.

SOFIA NOBRE E O SEU MAIS RECENTE LIVRO DE POESIA «LIMIAR DA LUZ, FIO DE SOL» [APRESENTAÇÃO EM COIMBRA]




Decorreu na Livraria Minerva Galeria, em Coimbra, o lançamento do livro «Limiar da Luz, Fio de Sol» de Sofia Nobre.

A apresentação foi feita por António Barros e a sessão foi iniciada por Isabel de Carvalho Garcia, em nome das Edições MinervaCoimbra. Sofia Nobre agradeceu, por fim,  a todos os presentes.






Para Sofia Nobre 
«A poesia ultrapassa todos os domínios perceptíveis, racionais e quantas vezes razoáveis. É tanto simples quanto complexa, obrigando intuir a ambiguidade subtil da simples complexidade ou complexa simplicidade. É a simultaneidade e complementaridade ou interdependência da Luz e Sombra, da glória solar e tentação lunar. Prescinde de conceitos, preconceitos, consensos e controvérsias. Despe-se de técnicas, métodos e moralismos, é regra e rigor do amor.
Sai do ventre. É palavra, é verbo, é emoção, sensação, imagem, ritmo e som, é verdade crua: nua metodologia da alma. É talvez a expressão mais eloquente do belo: do belo belo e do feio belo. É a forma mais simples de arte e quiçá a menos fácil.   Por tudo isto ou mesmo nada disto, esta singela obra de aspiração poética tanto escrita como plástica tem a pretensão de traduzir a sublimação da eloquência da contradição do amor: o inferno e agitação, a paz e o silêncio, o mistério da vida.
»


SOFIA NOBRE«As Artes e as Letras, particularmente a Dança, o Desenho e a Poesia foram as suas primeiras paixões manifestas ainda na infância. Cedo
começou a falar e a caminhar. Comunicar é um dos seus talentos, complementando os idiomas aprendidos com a sensibilidade, o gesto delicado e olhar profundo. Tentou compreender a essência da vida através do estudo da Matemática, na FCTUC e posteriormente, em Aveiro.
Obteve formação artística na École Supérieure des Arts et Techniques de la Mode, Esmod–Paris, France. Mestre em Psicologia Clínica e Doutoranda na Universidad de Extremadura–España. É autora do romance Fúria de Aforismos, publicado em 2004, pela MinervaCoimbra, e ora palestrante e autora de vários artigos científicos, no âmbito da Psicologia.
Sofia apresenta-nos uma escrita eloquente com inequívoco domínio da expressão  e com um estilo muito próprio, desenhado sob uma técnica pura e cuidada, seja na prosa ou na poesia, as suas palavras serpenteiam-nos envolvendo-nos num ritmo voluptuoso de conforto inebriante. Aquilino Ribeiro sentenciou indubitavelmente Limiar da Luz, Fio de Sol à intemporalidade pois que: “Em literatura o estilo é como o álcool para os corpos embalsamados: conserva-a.”»
Susana Nobre