quinta-feira, julho 27, 2006

Hélia Correia nas Terças-Feiras de Minerva



A Livraria Minerva, em colaboração com o Instituto de Estudos Clássicos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, promoveu uma sessão das Terças-Feiras de Minerva dedicada à apresentação da obra de Hélia Correia e Henrique Cayatte, “Mopsos, o Pequeno Grego II – A Coroa de Olímpia”.






Com a presença da escritora e do ilustrador, a obra foi apresentada por José Ribeiro Ferreira e a sessão contou ainda com a dramatização de fragmentos de poesia grega sobre o vinho e a leitura de passos da obra de Hélia Correia por elementos do grupo de teatro Thíasos, do Instituto de Estudos Clássicos.

“Mopsos, o Pequeno Grego II – A Coroa de Olímpia” é o segundo volume da série centrada na personagem do pequeno Mopsos, filho de Apolo e neto do grande adivinho Tirésias, que já faz as delícias de muitos leitores.




Depois de, no volume anterior, “O Ouro de Delfos”, se ter acompanhado o protagonista na visita ao grande santuário e oráculo do deus da claridade, da razão, da poesia e da música, Hélia Correia leva-nos agora a outro grande santuário da Grécia antiga, para assistir à realização dos primeiros Jogos Olímpicos, criados por Héracles e viver os últimos momentos da sua organização e da construção das estruturas necessárias a acolher atletas e delegações, sentir as emoções da chegada dos participantes e concorrentes, e o sabor das alegrias da vitória.






Tal como no o volume anterior, também este aparece ilustrado com desenhos simples e sugestivos de Henrique Cayatte. Ilustrações singelas, de traço seguro, e que são um regalo estético, provando que Hélia Correia e Henrique Cayatte foram uma dupla feliz.

Em suma, “Mopsos, o Pequeno Grego II – A Coroa de Olímpia” oferece prazer estético na leitura e na contemplação das ilustrações deixa o leitor ansioso pelo próximo volume já anunciado - “Mopsos, o Pequeno Grego III – O Carneiro da Cólquida” – que naturalmente proporcionará a companhia de Jasão e dos Argonautas, com suas aventuras na terra de Medeia, mas também a presença, intensa e excessiva, dessa terrível e fascinante mulher que nunca se deixa vencer ou se dá por vencida.

As Terças-Feiras de Minerva regressarão em Setembro.

sábado, julho 15, 2006

Terça-Feira de Minerva

O Presidente do Conselho Directivo, o Director do Instituto de Estudos Clássicos e a Livraria Minerva têm o prazer de convidar para mais uma sessão das Terças-Feiras de Minerva, a realizar no próximo dia 25 de Julho, pelas 21h30, na Livraria Minerva (Rua de Macau, nº 52), com o seguinte programa:

– Dramatização de fragmentos de poesia grega sobre o vinho;

– Lançamento do livro de Hélia Correia, Mopsos o Pequeno Grego. II – A Coroa de Olímpia (Relógio d’Água, 2006). Apresentação de José Ribeiro Ferreira;

– Leitura de passos da obra pelo grupo Thíasos do Instituto de Estudos Clássicos.

A sessão contará com a presença da escritora e do ilustrador.


As Terças-Feiras de Minerva regressarão em Setembro.

Arte na Quinta da Sobreira Quinhentista



Numa organização conjunta da Galeria Minerva (Coimbra), Santiago Ribeiro e Quinta da Sobreira Quinhentista, foi ontem inaugurada uma exposição colectiva de Pintura, Cerâmica e Escultura, no bar Quinta da Sobreira Quinhentista, em Ançã.












A mostra tem obras de COLETTE VILATTE, HELENA TOSCANO, ISABEL DIAS (escultura), JOÃO BERARDO, LÚCIA MAIA, MARIA PEDRO OLAYO (cerâmica), MÁRIO SILVA, MINDA LAVADO, PEDRO OLAYO (Filho), PINHO DINIS, RUI CUNHA, SANTIAGO RIBEIRO, VASCO BERARDO e ZÉ PENICHEIRO.







A exposição pode ser visitada até ao próximo dia 31 de Julho de terça a sexta das 12:00 às 02:00 horas e aos sábados e domingos das 14:00 às 04:00 horas.

Desenho e Pintura de Renato e Zé Lopes na Galeria Minerva


A Galeria Minerva inaugurou ontem exposição de Desenho e Pintura de Renato e Zé Lopes que pode ser visitada até ao próximo dia 16 de Agosto de segunda a sábado das 10:00 às 13:00 e das 14:00 às 20:00.



José Renato Barreira Dias Ribeiro
Renato nasceu em Lisboa a 16 de Março de 1949.
É pintor e escultor. Estudou desenho e escultura no Atelier dos Escultores Vasco Pereira da Conceição e Maria Barreira. Frequentou até ao 3.º ano o curso de Teatro e Encenação, no Conservatório Nacional de Lisboa. Cursou Arte dos anos 60, 70, 80, do Centro de Arte Moderna (CAM/JAP), Lisboa. É sócio da Sociedade Nacional de Belas-Artes. Fez várias ilustrações para a revista “Noesis” do Ministério da Educação e para a revista “Atlantis” da TAP. É membro fundador do “Grupo de Artes Plásticas de Pontével”.
Está representado em vários lugares públicos e privados do país e em colecções particulares.
Está representado com trabalhos de escultura na discoteca “Hora H”, na Praia da Rocha (Algarve), na discoteca “Vai de Rastos” (Cartaxo), no “Salão Quinta Nova” (Pernes), no bar “Toma Lá Noite” (Aveiras de Cima).
Está representado com trabalhos de pintura no restaurante “Charrette” (Pontével) e na discoteca “Horta 2” (Portimão).
É autor das bandeiras da Sociedade Filarmónica e do Centro de Dia de Pontével. Está representado na colecção da Câmara Municipal do Cartaxo, tendo participado na II Mostra Colectiva do Património Municipal em 1993.
Em 1994, integrado na Eco Cartaxo’94 (na qual colaborou) expõe escultura, pintura, desenho e é autor do painel de fundo.
Em 1996 (a 1 de Junho) participou nas actividades do Dia Mundial da Criança em Constância – organização da Comissão Concelhia de Educação, a convite da Câmara Municipal.
Pertence ao MAC (Movimento Artístico de Coimbra).

Exposições
Participou em mais de 70 Exposições Colectivas em vários locais, como por exemplo, além de outras:
• Casa do Ribatejo (Lisboa) – 1995
• Sociedade Nacional de Belas-Artes (Lisboa) – de 1995 a 1999 e de 2001 a 2005
• Biblioteca Municipal de Constância – 1996
• Galeria Municipal (Sala Pintor José Tagarro), Cartaxo – 1983, 1991 e de 1993 a 1997
• Galeria Municipal Maria Cristina Correia (Gerardo da Maia), Azambuja – 1997
• Antiga Biblioteca Municipal de Constância – 1997
• Fórum Mário Viegas (Salão de Outono 88), Santarém – 1988
• Galeria Minerva, Coimbra – de 2001 a 2005 (Exposições conjuntas com Zé Lopes)
• Casa Municipal da Cultura, Coimbra – MAC 2003, 2004, 2005
• Biblioteca Municipal de Tomar – 2004, 2005 (conjuntas com Zé Lopes)








Simultaneamente foi apresentado o mais recente livro de Poesia de Maria José Lopes - RECICLADOS - que foi apresentado por Maria Teresa Desterro com leitura de alguns poemas por José Ribeiro Ferreira e Isabel de Carvalho Garcia.





Maria José da Conceição Vicente Lopes Dias Ribeiro
Zé Lopes nasceu em Pontével a 2 de Fevereiro de 1949.
É pintora de Arte. Frequentou, em 1967 a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e o Conservatório Nacional – Curso de Arte de Representar e Encenação, onde concluiu o Curso de Arte de Dizer.
Em 1969, orientada pelo pintor Renato Ribeiro, com quem vem a casar, começa a dedicar-se à pintura. Cursou Arte dos anos 60, 70, 80, do Centro de Arte Moderna (CAM/JAP) – Lisboa. É sócia da Sociedade Nacional de Belas-Artes. Está representada em vários lugares públicos e privados do país e em colecções particulares. É membro do Grupo de Artes Plásticas de Pontével. Está representada na colecção da Câmara Municipal do Cartaxo, tendo participado da II Mostra Colectiva do Património Municipal em 1993.
Em 1994, integrada na Eco Cartaxo’94 (na qual colaborou) expõe pintura, desenho.
A 1 de Junho de 1996, a convite da Câmara Municipal de Constância, participou nas actividades do Dia Mundial da Criança, em Constância – organização da Comissão Concelhia de Educação.
Pertence ao MAC (Movimento Artístico de Coimbra).

Exposições
Participou em cerca de 70 Exposições Colectivas em vários locais, como por exemplo, além de outras:
• Casa do Ribatejo (Lisboa) – 1995
• Biblioteca Municipal de Constância – 1996
• Galeria Municipal (Sala Pintor José Tagarro), Cartaxo – 1983, 1991 e de 1993 a 1997
• Galeria Municipal Maria Cristina Correia (Gerardo da Maia), Azambuja – 1997
• Biblioteca da Junta de Freguesia de Pontével (integrada nas Comemorações dos 800 anos do 1.º Foral – 1994
• Antiga Biblioteca Municipal de Constância – 1997
• Sociedade Nacional de Belas-Artes (Lisboa) – 1999 e de 2001 a 2005
• Galeria Minerva, Coimbra – de 2001 a 2005 (Exposições conjuntas com Renato)
• Casa Municipal da Cultura, Coimbra – MAC 2003, 2004, 2005
• Biblioteca Municipal de Tomar – 2004, 2005 (conjuntas com Renato)





quarta-feira, julho 12, 2006

GALERIA MINERVA na QUINTA DA SOBREIRA QUINHENTISTA (Ançã)

A Galeria Minerva (Coimbra) e a Quinta da Sobreira Quinhentista (Ançã) inauguram no próximo dai 14 de Julho, pelas 21h30, uma exposição colectiva de Pintura, Cerâmica e Escultura, na Quinta da Sobreira Quinhentista (Rua Outeiro do Paço, Ançã).

A mostra tem obras de COLETTE VILATTE, HELENA TOSCANO, ISABEL DIAS (escultura), JOÃO BERARDO, LÚCIA MAIA, MARIA PEDRO OLAYO (cerâmica), MÁRIO SILVA, MINDA LAVADO, PEDRO OLAYO (FILHO), PINHO DINIS, RUI CUNHA, SANTIAGO RIBEIRO, VASCO BERARDO e ZÉ PENICHEIRO.

A exposição pode ser visitada até ao próximo dia 31 de Julho de terça a sexta das 12:00 às 02:00 horas e aos sábados e domingos das 14:00 às 04:00 horas.

Organização: Galeria Minerva, Santiago Ribeiro e Quinta da Sobreira Quinhentista

terça-feira, julho 11, 2006

Lançamento e exposição na Galeria Minerva


Maria José da Conceição Vicente Lopes Dias Ribeiro (Maria José Lopes) nasceu em Pontével (Ribatejo), a 2 de Fevereiro de 1949.
Começa a escrever poesia ainda criança.
Publica o primeiro livro de poesia – Voo do Poeta – (Edição de Autor) em Maio de 1966., quando ainda frequentava o Colégio Andaluz em Santarém.
Frequentou a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e o Conservatório Nacional – Curso de Arte de Representar e Encenação, onde concluiu o Curso de Arte de Dizer.
Em Junho de 1970, já casada com o pintor Renato, publica o segundo livro de poesia – O Anjo Azul – (também Edição de Autor).
Continua a escrever poesia.
É pintora de Arte (Zé Lopes).

A exposição pode ser visitada de segunda a sábado das 10:00 às 13:00 e das 14:00 às 20:00.

segunda-feira, julho 03, 2006

EPITÁFIOS A UMA INSENSATEZ INACABADA
















O mais recente livro do poeta, dramaturgo e pintor, Miguel Barbosa editado pela MinervaCoimbra foi lançado no Museu Nacional de Arqueologia, Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa. "Epitáfios a uma insensatez inacabada" é o número 48 da Colecção Poesia Minerva dirigida por José Ribeiro Ferreira.
















Luís Machado, Joaquim Pessoa, Lívia Cristina, Miguel Barbosa e Isabel de Carvalho Garcia


A mesa presidida por Lívia Cristina em representação do Director do Museu, Luís Raposo, contou ainda com Miguel Barbosa, Joaquim Pessoa (que fez a apresentação do livro), Luís Machado (leitura de alguns poemas) e Isabel de Carvalho Garcia que em nome da editora agradeceu a oportunidade de apresentar este livro num local tão envolvente e simbólico como o Museu Nacional de Arqueologia. A editora teceu algumas considerações sobre o autor, e o seu vasto curriculum, que para além da literatura envolve ainda a pintura com inúmeras exposições em Portugal e no estrangeiro.

Isabel Garcia aproveitou a oportunidade para perante uma plateia de ilustres poetas e escritores mais uma vez elucidar que as Edições MinervaCoimbra nasceram há 20 anos, em Coimbra, com uma forte ligação à Universidade através dos seus autores, consultores, directores de colecção e as mais variadas colecções temáticas e co-edições. E que esta editora que inicialmente aparecia com a marca Livraria Minerva passou a marca registada de Edições MinervaCoimbra e é propriedade de José Alberto Amaral Garcia e Maria Isabel Fernandes de Carvalho Garcia.

















Epitáfios a uma insensatez inacabada ou um acertar de contas com a vida


Toda a eternidade cabe num segundo. E o que é um segundo? Um momento? Um instante? E, além disso, esse momento, esse instante que se capta, é a captação de uma realidade do presente ou, apesar de um segundo apenas, ela é já passado, é inexoravelmente passado, porque simplesmente o presente não existe?

Tantas perguntas, tão poucas respostas, muitas dúvidas, nenhumas certezas, ou melhor, uma certeza apenas na observação destes momentos que o talento do Miguel Barbosa permitiu roubar à eternidade para nos dar de presente, já que o presente, talvez não exista mesmo. E essa certeza é a de que, arrancados à vida, todos estes poemas são ao mesmo tempo momentos do passado e do futuro, e isto é a razão fundamental para perpetuar a poesia e a arte, que o mesmo é dizer, perpetuar a vida. Essa vida feita de encontros e desencontros, de ternura e lágrimas, de riso e de tristeza, de desilusão e de esperança.

O Miguel Barbosa não empurra o vento. Ele sabe que há coisas que não são captáveis, e não vale a pena fazer de conta que o são. Os seus poemas não são retratos psicológicos, os seus momentos retirados à vida são reais, não são imaginários. Eles aí estão, plenos de força, plenos de vida, que o mesmo é dizer de beleza, de constrangimento, de admiração. E também de coragem.

Na sua arte o pintor/poeta repara naquilo que o comum dos mortais tem por vezes dificuldade em ver. Se é essa a sua principal virtude, é esse o seu principal tormento. O poeta não desolha, não se distrai, não recua perante a vida. Dá-lhe apenas a sua pincelada pessoal, específica, própria, como uma impressão digital. O resto somos nós que temos que ver, que ler, que interpretar, porque, como estes momentos o demostram, quanto mais clara parece a leitura, mais complexa é a sua interpretação.

É, afinal, a diferença entre o que é fácil e o que é simples.
Apenas isso.

"Epitáfios a uma insensatez inacabada" é fruto de um longo percurso de escrita poética de Miguel Barbosa. Escrita sedimentar que se foi acumulando como o pólen ou, simplesmente, como o pó.

Digo como o pólen, no sentido da construção laboriosa de um corpo lírico conseguido com a paciência da abelha, trabalho de amor, de carinho renovado, de ternura que vai cristalizando como o mel, e que acaba por ir alimentando a escrita e o próprio poeta.

Digo como o pó, no sentido da memória: cantar é viajar pelo corpo e pela memória. Cantar é dar corpo à vida. É dar memória às coisas vivas, quase como na arqueologia. Por isso são, em muitas coisas, parecidos os arqueólogos e os poetas: trazem o passado ao presente e oferecem um presente ao futuro.

Mas é nítido que o nosso poeta escolhe, ou ganha, também outro lugar: o lugar do coração, uma pátria interior que extravasa as fronteiras do corpo, onde o outro ocupa uma grande parte dos territórios físico e emocional. Por isso, estes também são poemas de amor, quando se revelam como afirmações do sofrimento humano e amoroso, dos enganos, das frustações, da decepção ou do júbilo. São poemas de enorme dimensão pessoal, de permanente declaração inequívoca de que o outro não nos substitui, o outro não nos anula, o outro não é senão o outro em nós.

Seja alegria ou ansiedade, tranquilidade ou desespero, euforia ou sofrimento, o Miguel sabe transmitir rápida e profundamente todas essas disciplinas da emoção, ele que continua a ser um rebelde, mesmo sentindo que o corpo se sente prisioneiro de situações que a alma rejeita, para subir às alturas da liberdade. Escrever poesia é falar de libedade. É atingir a sua essência, aquilo que ela tem de mais belo e de mais humano: a criação.

Disse unm dia, de mim, o Miguel: Para o Joaquim Pessoa não há arte sem o poético coeficiente humano. Existe constante procura neste poeta-pintor da simplicidade, da síntese da essência do objecto e da criação.

Eu poderia, para falar dele, escrever hoje as mesmas palavras.
E acrescentar, prosaicamente; Miguel Barbosa, és um grande poeta, e este é um belo livro de poesia!

Naturalmente, nem tu, nem o teu livro poderão estar na graça de todos. Se assim for, é muito bom.

Lembra-te que nem Deus, que é supremo artista, consegue agradar a toda a gente.

A mim, até porque és susceptível, agradas-me.


Joaquim Pessoa