sábado, junho 28, 2008

Música encerrou primeiro ciclo do “Chá com Lágrimas”

Isabel de Carvalho Garcia, Virgílio Caseiro e Teresa Lopes


Virgílio Caseiro e um quarteto de saxofones foram os convidados para a última sessão do primeiro ciclo do “Chá com Lágrimas”, desta vez intitulado “Chá com Música”, e que decorreu num agradável fim de tarde nos jardins do Hotel Quinta das Lágrimas.

“A música como factor interventivo sociológico” foi precisamente o tema da intervenção de Virgílio Caseiro, maestro titular da Orquestra Clássica do Centro e do Coro dos Antigos Orfeonistas da Universidade de Coimbra. Para que serve a música e qual a sua importância na aprendizagem e da moldagem dos seres humanos, constituiu a base da breve palestra do maestro que lamentou o pouco peso que a música tem no ensino e a pouca importância que se lhe confere em relação às humanidades e às ciências.

A música, afirmou, “consegue intervencionar num conjunto de capacidades ao nível cognitivo”, algo que dificilmente é atingido por qualquer outra disciplina. Recordando uma frase do filósofo grego Sócrates — “Os sentidos são a janela do espírito” —, Virgílio Caseiro assegurou que “se tivermos a sorte de transformar em janelas os cinco sentidos que nos preparam para aprender, teremos um melhor desenvolvimento ao longo da vida”.

A intervenção do maestro foi complementada pela actuação de um quarteto de saxofones composto por Ricardo Oliveira, Tiago Taborda, António Alves e Licínio Maurício, que interpretou temas clássicos e de jazz dos séculos XIX e XX, comprovando, tal como referiu Virgílio Caseiro, que “a música é um alimento para todos os dias”.

O “Chá com Lágrimas”, que regressa em Outubro para um novo ciclo, é a mais recente criação da Fundação Inês de Castro, das Edições MinervaCoimbra e do Hotel Quinta das Lágrimas, e tem por objectivo relembrar a ambiência das velhas tertúlias coimbrãs, razão que explica o espaço dado ao diálogo artístico e cultural, num clima da maior informalidade. A iniciativa conta ainda com o apoio da Empresa Municipal de Turismo.






















terça-feira, junho 24, 2008

domingo, junho 22, 2008

Música encerra primeira temporada do “Chá com Lágrimas”

Teresa Lopes, Luís Alcoforado, Maria José Azevedo Santos,
Isabel de Carvalho Garcia e Fernando Meireles



“Chá com Música” é o título do próximo chá integrado na primeira temporada do “Chá com Lágrimas” que termina no próximo dia 25, nos jardins do Hotel Quinta das Lágrimas, a partir das 17h30.

O maestro Virgílio Caseiro é o convidado para esta sessão que, para além de uma breve reflexão sobre música, terá, como é hábito, um momento musical.

As inscrições para o “Chá com Música” poderão ser feitas na recepção do hotel ou por telefone, através do 239 802 380.

Recorde-se que a última sessão do “Chá com Lágrimas”, intitulada “Chá com Rosas”, contou coma presença de Maria José Azevedo Santos, professora catedrática da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, com o tema “Saber ler e escrever no século da Rainha Santa Isabel”.

O século da Rainha Santa Isabel marca o início, por um lado, de uma acentuada escribocracia, por outro, de uma crescente difusão activa e passiva da leitura e dos livros, recordou a historiadora. Os homens do século XIV adquirem a convicção de que um documento é, para além de uma forma de fixar a palavra, o registo ímpar da memória individual e colectiva.

As marcas desta realidade descobrem-se no aumento e diversidade da produção de documentos passados por tabeliães e escrivães que ganham, então, como profissionais da pena, um relevo particular. O rei, os mosteiros, os concelhos, e outros, usavam a escrita, entre outros fins, como meio de garantir uma boa gestão e administração do património que possuíam. Paralelamente, há sinais de um aumento da circulação do livro manuscrito, para o que muito contribuíram as universidades, a proliferação de bibliotecas e a expansão, ainda que incipiente, do saber ler e escrever traduzido, tantas vezes, em assinaturas autógrafas de bom recorte gráfico, referiu Maria José Azevedo Santos.

Por sua vez, Santa Isabel constitui um testemunho singular do papel da escrita e do livro na vida de uma rainha. Era muito culta, possuía escrivão, selo, e alguns livros de uso pessoal. Os finais da centúria em apreço, e os inícios do século XV, acentuarão, fruto da complexidade administrativa e das alterações sócio-culturais, entretanto operadas, a utilidade de um saber prático que a sociedade já não poderia, em caso algum, dispensar, concluiu a historiadora.

A sessão contou ainda com as presenças de Maria Manuel Almeida, que leu poesia alusiva ao tema de vários autores portugueses, terminando com um poema de Paulino Mota Tavares, e de Fernando Meireles que tocou sanfona.

O “Chá com Lágrimas” é a mais recente criação da Fundação Inês de Castro, das Edições MinervaCoimbra e do Hotel Quinta das Lágrimas, e tem por objectivo relembrar a ambiência das velhas tertúlias coimbrãs, razão que explica o espaço dado ao diálogo artístico e cultural, num clima da maior informalidade. A iniciativa conta ainda com o apoio da Empresa Municipal de Turismo.









quinta-feira, junho 19, 2008

Crónicas da vida de um homem do mundo

Henrique Pinto, Isabel de Carvalho Garcia e Meliço Silvestre



As Edições MinervaCoimbra promoveram a apresentação em Coimbra do livro “Até o Diabo tem as malas feitas”, de Henrique Pinto, numa sessão que decorreu na sede da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos e contou com as presenças, entre outros, do seu presidente, José Manuel Silva, e de Meliço Silvestre, a quem coube a apresentação da obra.

“Até o Diabo tem as Malas Feitas” “insere crónicas da vida de um homem do mundo que, por dádivas dos deuses, alia à sua vasta cultura, uma caneta fácil e uma agradável e consistente escrita, que se devora com prazer”, começou por afirmar Meliço Silvestre, para quem a obra “é um grito de alerta de um homem que não torce”.

Na sua apresentação, Meliço Silvestre destacou o trabalho de Henrique Pinto ao nível humanitário de Rotary International, da Fundação Rotária Internacional ou da Comunidade laica de Santo Egídeo, em Moçambique, ou, a nível cultural, enquanto criador do Orfeão de Leiria.

“Até o Diabo tem as malas feitas” é composto por um conjunto de textos publicados na imprensa por Henrique Pinto, embebidos, segundo o próprio, “no interesse por tudo o que é humano e no empenho no bem-estar alheio”. O livro, referiu, “é a um certo tempo uma peregrinação pelo mundo — o interior de cada um de nós e o exterior, desde o que nos fica ao pé da porta até ao que está distante dela — e, num outro registo, a maneira de ver tomando partido sem sinais de partido”.

As viagens como consultor internacional e enquanto voluntário de causas humanitárias, deram a Henrique Pinto “a oportunidade de construir este conjunto de histórias em torno da luta para apear um dos grandes males do mundo, de forma que pode e está a ser matricial para a solução doutros estrangulamentos mor da humanidade, a poliomielite”.

Pelo meio da trama, salienta, “há o humor possível que adoça todos os enredos. Seja o colaborador da Organização Mundial de Saúde que não usava preservativo com receio que a mulher o trocasse por outro. Ou as ameaças de prisão por passar em frente da esquadra de polícia. Ou até o padre que empurrava até fazer doer numa bicha anómala dum aeroporto interno, algures, e alguém lhe pergunta se ele está com pressa de chegar ao céu”.

“Até o Diabo tem as malas feitas” é um livro de “traços, histórias e protagonistas do dia a dia mas com alguma ênfase no maior envolvimento solidário do mundo, praticamente desconhecido de muitos apesar de coexistir no meio de todos, de portas escancaradas”.

Henrique Pinto é diplomado em Saúde Pública, disciplina em que é especialista, pela Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa e mestre em Saúde Pública pela mesma universidade. Tem várias pós graduações na área da Administração de Saúde.

É Consultor da Organização Mundial de Saúde, da UNICEF e do Centers for Disease Control and Prevention dos EUA, depois de ter exercido funções dirigentes na saúde a todos os níveis, local, regional e nacional.

Membro do Rotary Club de Leiria desde 1984 foi Governador 2002-03 de Rotary International. É Advocacy Advisor for Polio Eradication, Training Leader mundial e Coordenador para a Zona 10 (Europa e África) desta organização internacional. É ainda director das instituições Fellowship Association for Literacy e Hands Across the Sea para os Recursos Hídricos, ambas nos EUA.









O livro de Henrique Pinto foi também recentemente lançado em Leiria, na sede do Orfeão de Leiria, com apresentação de Adelaide Pinho e João Cunha, terminando com um momento musical e um champanhe de honra.