sexta-feira, junho 29, 2007

Sol, Farmácia e Publicidade nas Terças-Feiras de Minerva

A Livraria Minerva promove, na próxima terça-feira, dia 3 de Julho, mais uma sessão das Terças-Feiras de Minerva dedicadas ao Sol.

Desta vez o convidado é o Prof. Doutor João Rui Pita, que falará sobre “Sol, Farmácia e Publicidade”.

A sessão tem início às 18h30, na Livraria Minerva (Rua de Macau, 52 – Bairro Norton de Matos) e é de entrada livre.

quinta-feira, junho 28, 2007

Sol sim, mas com cuidado


Neste período de férias que se aproxima, faz parte da descontracção que pretendemos a sensação de bem estar quando nos expomos à acção do sol, sobretudo, na praia ou na montanha. Além disso, o efeito estético de um certo bronzeamento agrada-nos.
No entanto, devemos estar conscientes de que há riscos para a saúde da pele e, por isso, é importante saber escolher as horas de exposição ao sol e saber utilizar com eficácia os protectores solares que nos são aconselhados.

Isto mesmo aconselhou Maria de Lourdes Rebelo, docente e investigadora da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, na última sessão das Terças-Feiras de Minerva dedicada ao tema “Protecção Solar”. Na sua comunicação, Maria de Lourdes Rebelo falou aos presentes sobre radiação ultra-violeta e os efeitos dos raios solares na pele, mas também de como são fabricados os protectores solares ou como é determinado o seu nível de protecção.



No final, Maria de Lourdes Rebelo alertou especialmente a escolha de protectores para as crianças, com as quais se devem ter cuidados especiais. Segundo afirmou, os bebés não devem ser expostos ao sol, enquanto as crianças devem sempre usar roupa branca para maior protecção em relação aos raios solares.

A próxima sessão das Terças-Feiras de Minerva realiza-se no dia 3 de Julho, pelas 18h30, com a presença de João Rui Pita que falará sobre “Sol, Farmácia e Publicidade”. As Terças-Feiras de Minerva terminam a 17 Julho com uma sessão encenada de Poesia pelo Grupo Thíasos, regressando em Setembro.

quinta-feira, junho 21, 2007

'Protecção Solar' nas Terças-Feiras de Minerva

A próxima Terça-Feira de Minerva será dedicada à "Protecção Solar" e contará com a intervenção da Prof. Doutora Maria de Lourdes Rebelo, docente e investigadora da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra.

Neste período de férias que se aproxima, faz parte da descontracção que pretendemos a sensação de bem estar quando nos expomos à acção do sol, sobretudo, na praia ou na montanha. Além disso, o efeito estético de um certo bronzeamento agrada-nos.

No entanto, devemos estar conscientes de que há riscos para a saúde da pele. Por isso, é importante saber escolher as horas de exposição ao sol e saber utilizar com eficácia os protectores solares que nos são aconselhados.

A sessão realiza-se dia 26 de Junho, às 18h30, na Livraria Minerva (Rua de Macau, 52 - Bairro Norton de Matos), em Coimbra.

A entrada é livre.

quarta-feira, junho 20, 2007

MinervaCoimbra no De Rerum Natura

aqui

'Jornalistas Portugueses' hoje, na RTP2

HOJE, na RTP2, Clube de Jornalistas

O programa da RTP2, Clube de Jornalistas, debate hoje, a partir das 23h30, "A profissão de jornalista", a pretexto de dois livros lançados recentemente: "Jornalistas – do ofício à profissão" , de Fernando Correia e Carla Baptista, e "Os jornalistas portugueses", de Sara Meireles Graça, das Edições MinervaCoimbra.

O primeiro estuda as mudanças no jornalismo português entre 1956 e 1968. O segundo analisa os problemas de inserção e os novos dilemas profissionais dos jornalistas, desde o início dos anos 90 até à actualidade.

Dina Soares conversará, em estúdio, com os autores dos livros. O programa conta, ainda, com depoimentos de José Carlos Vasconcelos e Adelino Gomes, que apresentaram, respectivamente, a primeira e a segunda obras.

terça-feira, junho 19, 2007

João Berardo e Vasco Berardo até 5 Julho na Galeria Minerva

A Galeria Minerva tem patente uma exposição de pintura de João Berardo e Vasco Berardo. Trata-se de uma exposição figurativa e de crítica social.

A mostra pode ser visitada até ao dia 5 de Julho, de segunda a sexta das 10h00 às 13h00 e das 14h30 às 20h00, aos sábados das 11h00 às 18h00, na Galeria Minerva (Rua de Macau, n.º 52, ao Bairro Norton de Matos), em Coimbra.



Vasco Berardo nasceu em Coimbra em 1933. Autodidacta convicto, é difícil extrair do seu longo curriculum elementos que definam a sua obra por ser uma das mais extensas e variadas a nível nacional. Foram seus mestres José Contente, António Vitorino, Manuel Pereira e o arquitecto Fernandes. Fez a sua primeira exposição em 1951 com Os Novos de Coimbra. Colaborou com o C.A.P.C. e foi um dos fundadores do M.A.C..

Realizou até hoje exposições individuais e colectivas em todo o país e no estrangeiro. Destacou-se como medalhista contando hoje com cerca de 500 medalhas na sua vasta obra.
Escultura em bronze e madeira, cerâmica, azulejaria, pintura, tapeçaria, metais e obra gráfica fazem parte do seu mundo, da sua inovação e criatividade. O seu período Neo-Realista deixou uma marca profunda na cidade de Coimbra com o mural do velho Café Mandarim, hoje MacDonald's.

É com base na personalidade, na independência e no inconformismo, a que adiciona a sua sensibilidade, a sua experiência e a sua permanente exigência de rigor, que o Vasco estrutura e vitaliza a sua concepção e produção artística nas mais variadas expressões e nos mais variados suportes. Por isso, não está subordinado a qualquer Escola e não pertence a qualquer ''cartel''. A sua Escola é a da investigação e experimentação; é a da inovação sem deixar de ser pessoal; é a da modernidade sem deixar de ser autêntica. É a Escola de Vasco Berardo.



João Berardo nasceu em Coimbra em 1981. Cedo se iniciou nas artes, sobretudo no desenho e mais tarde na pintura, escultura e azulejaria. Actualmente é finalista do curso de Arquitectura.

Exposições Colectivas:
1999 Livraria Galeria Minerva –Coimbra
2000 Fundação Dionísio Pinheiro – Águeda
Livraria Galeria Minerva – Coimbra
2001 Casa Museu Bissaya Barreto
2006 Livraria Galeria Minerva – Coimbra
Quinta da Sobreira Quinhentista – Ançã
2007 Bric-a-Brac – Coimbra

Durante estes anos colaborou com Vasco Berardo na concepção de vários monumentos:
Bissaya Barreto – Coimbra
Praça da Canção – Coimbra
Painel Comemorativo do Jubileu, Igreja de S. José – Coimbra
S. Bento Meny – Condeixa-a-Nova
“Jardim dos Ensinamentos” – Sertã

sábado, junho 16, 2007

Camões e D. Sebastião na obra de Reinhold Schneider





Decorreu na Universidade de Aveiro o lançamento do livro CAMÕES E D. SEBASTIÃO NA OBRA DE REINHOLD SCHNEIDER 
de Maria Cristina Carrington.

A apresentação da obra esteve a cargo de Telmo Verdelho, cuja intervenção aqui reproduzimos:


"A apresentação de um livro novo, cheio de novidades e de motivos de satisfação e de bom gosto é a melhor das festas que hoje se pode celebrar. Não temos já a pureza de alma e o entusiasmo que sentiam os Romanos no século I, quando o poeta Públio Estaço anunciava uma nova produção poética. Dizem que a cidade de Roma se alvoroçava com a expectativa. A verdade é que nem todos os livros merecem hoje a generosidade do público. Publicam-se muitos livros que poderão ser considerados subprodutos poluentes.

Em todo o caso, um bom livro é um ornamento para a cidade, é uma forma superior de comunicação. No dizer de Starobinsky, é um dom faustoso que vai reduzindo o vazio que nos desassocega e degrada a existência.

Quem apresenta um livro não deve resumi-lo para não tirar o prazer da descoberta aos que o querem ler e para não dispensar da leitura aqueles que têm obrigação de o ler. Mas sempre adiantarei que neste livro se fala e se encontra notícia de pessoas ilustres que a maior parte dos portugueses gostaria de conhecer e que nele se acumula uma amplíssima informação cujo conhecimento será certamente muito gratificante para quem tiver a feliz iniciativa de o ler. Camões e D. Sebastião na obra de Reinhold Schneider é um livro que, à primeira vista, nos parece pouco solicitante para uma leitura não programada.

O próprio título, aliás sonoroso e bem cadenciado, remete para um universo de referência que está um pouco ao lado dos temas dominantes do alarido comum. Camões, D. Sebastião, Reinhold Schneider não são nomes que se encontrem nos discursos públicos e no atordoamento quotidiano da televisão e da rádio. A parasitagem do tempo livre dos cidadãos é feita com paixões pobres, com muitas lágrimas, palavras escassas e repetidas, e pouco trabalho mental.

Esta obra faz-me lembarar um dito com muita agudeza de Manuel de Faria e Sousa (1590-1660), na Introdução da sua monumental edição de "Os Lusíadas". Observa ele que Camões não escreveu para estúpidos, nem para ignorantes, nem para perguiçosos — cito de memória e adequada aproximação. Também o texto de Cristina Carington precisa de ânimos diligentes que tomem a decisão inicial de leitura, digo inicial porque, depois do começo, certamente surgirá o desejo de continuar até à leitura do apêndice. Este livro gratifica os leitores.

Entre os muitos aspectos que dão bom fundamento ao meu testemunho, anotarei apenas o facto de nele se reunirem três bons espíritos que não podem senão merecer-nos toda a estima e assegurar-nos a alegria do encontro: Reinhold Schneider, Camões e, naturalmente a autora Maria Cristina Carrington.

Reinhold Schneider é uma figura original de escritor, que avulta entre os estudiosos alemães que favoreceram a língua e a cultura portuguesas e particularmente o estudo da obra de Camões. Trata-se de uma galeria preclaríssima de filólogos, linguistas, historiadores, pedagogos que, sobretudo a partir do início do séc. XIX, até à presente geração de lusitanistas, ajudaram e serviram Portugal, essencialmente por amor da ciência. Cristina Carrington elaborou uma excelente, recorrida e bem fundamentada síntese com os principais nomes desta pléiade de lusófilos.

Se não fossem os estudiosos e eruditos alemães, podemos supor que, ainda hoje, Camões seria em grande parte desconhecido dos portugueses. Ensinaram-nos a ler e a estudar a obra do Épico e principalmente do Lírico.

Como português, não posso deixar de agradecer esta prestimosa colaboração, mas não posso também deixar de reconhecer um sentimento de melancólica humilhação. Nos estudos portugueses dos autores alemães somos confrontados com uma cruel denúncia da nossa ignorância e da nossa acédia em relação ao estudo da língua e da literatura e à salvaguarda da nossa memória.

A denúncia deste desleixo que nos envergonha fica especialmente patente no caso das edições das obras de Camões. Antes dos trabalhos de Wilhelm StorcK, eram publicadas, como sendo de Camões, obras de mais de 30 autores, portugueses e espanhóis, seus contemporâneos. E não fica por aqui a nossa miséria. Diz José Maria Rodrigues, num interessante texto que tem por título “D. Carolina Michaëlis e os estudos camonianos” (publicado in Lusitânia, vol.IV, X, outubro, 1927, p.45-60):
"O desleixo e a ignorância chegaram a ponto de se terem atribuído a Camões poesias que já corriam impressas antes de ele ter nascido! É o que acontece com três redondilhas de Garcia de Resende, que, publicadas no Cancioneiro geral ( 1516 ), ainda são atribuídas a Camões, por exemplo, na “edição crítica” do Dr. T. Braga [1911]. São as que começam pelos versos: a) Pois é mais vosso que meu; b) Senhora, pois minha vida; c) Esperei, já não espero." (p.51).

Os trabalhos de Reinhold Schneider (1903-1958) integram-se neste quadro, não tanto como um contributo de filólogo, mas como leitor que promove uma interpretação de algum modo biografista da obra de um Camões que sofre as dores da pátria, que interpreta o seu destino e que promove a sua salvação.

Teófilo Braga e outros historiadores da literatura portuguesa consideravam que só tinha interesse para a história da literatura o que pudesse contribuir para o esclarecimento da vida dos autores, com alguma ligeireza em relação à mensagem literária. O próprio texto literário era lido como uma fonte biográfica, dando origem a muitos equívocos e a textos de pouca ciência.

Reinhold Schneider transcende esta dimensão e aproveita a biografia para redimensionar a semântica da obra literária. Neste sentido redescobriu Camões e leu-o num contexto de analogia com Portugal, como um autor-agente da sobrevivência ou superação histórica de Portugal. Podemos pensar que sem Camões, Portugal não seria viável, ou pelo menos, poderia ter perdido a sua viabilidade.

Hernâni Cidade (que muito provavelmente conheceu a obra de Schneider) valorizou esta perspectiva e, entre outros aspectos, em favor desta tese, observa que "Os Lusíadas" foram objecto de mais de 30 edições entre 1580 e 1640. Este facto parece comprovar que "Os Lusíadas" foram mobilizados como uma arma de defesa contra a ocupação da Monarquia dual Filipina. É uma figura fascinante este alemão que nos é aqui revelado e que se encontrava em densa penumbra. Com prazer o reencontramos, como grande escritor, como um arauto para a leitura de Camões e como uma referência crítica para a história da cultura portuguesa.

Camões é o segundo bom espírito deste livro. Ainda ontem (10 de Junho) o celebrámos, e nunca o celebraremos com a plena exaustão da sua herança literária.
Este livro promove o reconhecimento da sua obra como um dom providencial, por nós geralmente mal aproveitado. Na verdade, a lírica de Camões, é a "suprema festa da língua portuguesa", na expressão inspirada de Eugénio de Andrade (Sonetos de Luís de Camões, escolhidos por Eugénio de Andrade, Lisboa, Assírio & Alvim, 2000). Bem precisamos de livros como este, porque os portugueses hoje andam muito tristonhos e arredados dos viveres festivos.

Finalmente, o argumento mais convicente para a leitura deste livro, não seria necessário dizê-lo, aqui entre nós, é a sua própria autora. Nada o recomenda tanto como o bom espírito de Cristina Carrington, a simpatia, o gosto de viver, o gesto solidário, o saber ser fraterno, e sobretudo, para tosos os presentes, o privilégio da sua parceria na Universidade de Aveiro e no Centro Interuniversitário de Estudos Germanísticos. Não significa que o presente trabalho, só por si, seja de menor valia académica e científica. Os seus muitos méritos dariam lugar a um rol de louvores. Destacarei apenas o grande serviço prestado, às relações interculturais com a Alemanha, à história da literatura e à história da cultura portuguesas, e muito particularmente aos estudos Camonianos. É um livro de grande qualidade, feito com generoso cuidado, até ao pormenor de traduzir o texto e as expressões em alemão que foi forçoso citar ao longo da obra. Em todo o caso, toda a gente sabe, por experiência própria, o reconhecimento da autoria aumenta obviamente a legibilidade de qualquer livro. Quando conhecemos o autor de um livro e o sabemos digno de estima, é antes de o abrir que a leitura começa, com uma espécie de empatia transverbal que se recebe como uma parte importante da mensagem.

Um livro é uma forma de comunicação superior e certamente uma forma de comunicação das mais elaboradas. Este está especiosamente fabricado. O trabalho gráfico é excelente e beneficia ainda de uma deslumbrante apresentação, com uma capa de boa arte, que, para além da solicitação visual que deverá mobilizar o leitor, faz deste livro um objecto de ornamento do espaço público e do espaço de habitação, em qualquer estante ou na mesa de leitura".


quarta-feira, junho 13, 2007

Monólogo a Dois


Decorreu em Lisboa o lançamento do livro de poesia Monólogo a Dois, de Ana Medina Mesquita, que contou com apresentação de António José Teixeira, para quem esta obra “tem um mapa que vale a pena ler porque nele se inscreve não apenas uma rota de interpretação, mas também uma atitude de escrita e uma percepção aguda de como as palavras se soltam à interpretação sem que deixem de nos pertencer. O Monólogo a Dois vive dessa riqueza significante que temos o privilégio de partilhar”.

Nesse mapa referido por António José Teixeira, “percebemos como o exercício poético se fez ao ritmo das escolas por onde Ana Mesquita tem conhecido o mundo das letras e da natureza humana, dos 14 anos no Liceu Passos Manuel, à passagem pelo ISEG até ao ISPA onde agora aguça o engenho psicológico para se perceber, e nos perceber, além da superfície. A sua poesia não é um testemunho escolar, é sobretudo uma descoberta de si, uma aventura interior muito sensitiva. E também uma abordagem dos outros, de expectativas, silêncios e respostas nem sempre à altura dos desejos ou da busca de verdade, algumas vezes procura de absoluto, mas quase sempre incerteza, dúvida e complexidade”.

Segundo António José Teixeira, a escrita de Ana Mesquita “aflora uma sensibilidade à flor da pele, não que seja superficial, mas transbordante, cheia de afagos, cheiros, cicatrizes, dor e compaixão. Os seus temas são os da aventura pessoal, encaixam nas suas etapas de crescimento e maturidade. Boa parte das provas de vida de que se faz este livro data dos 14 anos e é bem perceptível uma maturidade pouco comum. O que para mim apenas comprova que, desde a mais tenra idade, foi sempre a Ana que tomou conta de nós, adultos. Senhora do seu nariz, perscrutava as palavras e os gestos dos mais velhos, os seus êxitos e fracassos, os dilemas e as inseguranças de quem seria pressuposto ter menos dúvidas”.

Observadora nata, refere ainda, “Ana Mesquita interroga-se sobre os mistérios e ilusões que nos alimentam o sonho. Sempre atenta, sempre alerta, move-a a vontade de conhecer, de perceber, interroga-se sem se esquecer de ‘argumentar e retorquir’. Sabe que

‘o mundo continua a girar e com ele a vontade também’.

Este questionamento continuado, curiosidade de si e dos outros, continua António José Teixeira, “mostra como se põe em causa, como se expõe e desafia, a si e aos outros, a si – com e sem os outros, a si – apesar dos outros. É este o sortilégio da poesia. É este o percurso de quem procura a voz, ou as vozes, as multiplicidades do ser, incursões quase sempre sinónimo de procuras de sentido. Há uma nítida ânsia de viver, um gosto de viver arriscado, brilho nos olhos”.

Perguntado certa vez sobre o porquê de escrever, recorda ainda o apresentador, “o poeta Saint-John Perse respondeu singelamente: «Para viver melhor». Se me permitem, nada de mais sábio e nobre. E é também isso que se nota no exercício poético de Ana Medina Mesquita”.

Em suma, Monólogo a dois é, para António José Teixeira, “um vulcão dos sentidos, dos sentidos da vida, roteiro de travessias pouco lineares, de saudades e renascimentos”.


















Miguel Torga e a Pide em Oliveira do Hospital


Renato Nunes, autor do livro "MIGUEL TORGA E A PIDE" está hoje na Feira do Livro de Oliveira do Hospital para uma sessão de autógrafos.

Às 18 horas, na Escola 2/3 de Tondela, haverá uma Tertúlia com apresentação do livro "MIGUEL TORGA E A PIDE" pelo Prof. Doutor Luís Reis Torgal.

segunda-feira, junho 11, 2007

sábado, junho 09, 2007

O Livro das Imagens


«O Livro das Imagens», de João Mário Grilo, recolhe uma selecção extensa das crónicas escritas pelo autor para a revista «Visão» e publicadas numa coluna de opinião sobre as questões do audiovisual, que recebeu o título «Imagens». Editado pela MinervaCoimbra, “este conjunto de crónicas oferece-se, agora, no formato de livro, como um outro modo de visitar o tempo desta (quase) década de imagens e sons, inventando o seu próprio calendário e o percurso das suas infinitas relações”. João Mário Grilo é também autor dos livros «A Ordem no Cinema», «O Homem Imaginado», «O Cinema da Não-Ilusão» e as «Lições do Cinema».

N'O Primeiro de Janeiro

quinta-feira, junho 07, 2007

Edições MinervaCoimbra na ESEC TV

Entrevista de Sara Meireles Graça à ESEC TV a propósito do lançamento do livro "Os Jornalistas Portugueses. Dos problemas de inserção aos novos dilemas profissionais".

quarta-feira, junho 06, 2007

Livro aborda memórias e imaginários das relações culturais entre Portugal e Alemanha


As Edições MinervaCoimbra promoveram na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra o lançamento do primeiro volume da obra “Portugal-Alemanha: Memórias e Imaginários”, dedicado ao período da Idade Média ao século XVIII. A obra, com coordenação e prefácio de Maria Manuela Gouveia Delille, é In Memoriam A. H. de Oliveira Marques e contou com a presentação de José Cardoso Bernardes, presidente do Conselho Científico da FLUC.

Resultante de um ciclo de conferências proferidas naquela Faculdade, no âmbito do projecto de investigação “Relações Literárias e Culturais Luso-Alemãs. Estudos de Recepção e de Hermenêutica Intercultural” do CIEG (Centro Interuniversitário de Estudos Germanísticos), o presente volume reúne 15 textos em que memórias históricas alternam ou se fundem com representações ficcionais do Outro, entre a Idade Média e o século XVIII. Um segundo volume abrangerá os séculos XIX e XX.

Para José Cardoso Bernardes, este livro cumpre um dos objectivos fundamentais que a investigação deve cumprir, ou seja, “corrigir um lugar comum”. E, neste caso, o lugar comum consiste na ideia de que as relações culturais entre Portugal e a Alemanha só existem após o Romantismo. “É um lugar comum que é ampla e comprovadamente corrigido ao longo deste livro” que, continuou, “contém provas introversas de que as relações culturais, literárias, entre as duas regiões politicamente demarcadas foram, se não intensas, pelo menos importantes, ao longo do período que o livro cobre”.

O livro abre, precisamente, “com um ensaio exemplar, magnífico, de Oliveira Marques, sobre as relações entre Portugal e a Alemanha, na altura não se chamando assim, no período que antecede a nossa nacionalidade, culminando justamente com a importância conferida à conquista de Lisboa e ao importante papel que nela desempenharam germanos”, referiu ainda José Cardoso Bernardes.

Os estudos que incorporam este livro “têm uma qualidade incontestável e evidente, que não justificam nenhuma esforço de apreciação”. São estudos muito bem informados que têm, na maioria dos casos, um carácter prospector e recolectivo. “Depois de ler este livro, fica-se com a ideia de que há aqui muita informação nova mas que há também muita informação por desbravar”, afirmou o apresentador da obra. “Este livro abre um caminho que importa continuar a recorrer”.

O discurso fundamentado, mas ao mesmo tempo claro e acessível, tornam-no num livro útil a um conjunto alargado de leitores. “É um livro feito por germanistas para todos aqueles que se interessam pela cultura portuguesa até ao século XVIII, pelo menos”.

Maria Manuela Gouveia Delille destacou, por sua vez, o profundo conhecimento de Oliveira Marques neste capítulo das relações luso-alemãs. “Desde que o conheci pessoalmente, no final dos anos 80, o convívio com ele foi muito enriquecedor. Considero-o um pioneiro incontestável nesta área das relações luso-alemãs”, afirmou a coordenadora da obra.




Jornalismo tem que resistir à economia de mercado


Decorreu na Escola Superior de Educação de Coimbra uma sessão de lançamento do livro “Os Jornalistas Portugueses. Dos problemas da inserção aos novos dilemas profissionais”, de Sara Meireles Graça. A apresentação da autora esteve a cargo de Isabel Calado, coordenadora da licenciatura em Comunicação Social da ESEC. A obra contou com apresentação de Leonete Botelho, jornalista do Público, e José Luís Garcia, investigador do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, e a sessão decorreu num ambiente de aceso debate com os alunos da área de Comunicação da ESEC.

Segundo José Luís Garcia, o livro de Sara Meireles Graça norteia-se na questão sobre como é possível hoje em dia alguém entrar na profissão de jornalista, estando o jornalismo entre a espada e a parede. Ou seja, o jornalismo encontra-se hoje entre as pressões das novas tecnologias de comunicação e a pujança da economia de mercado.

A partir deste fio condutor, a autora desenvolve dois tipos de análise: uma sobre qual a situação do ingresso na vida profissional e, por outro lado, quais as perspectivas. Para José Luís Garcia, o mais interessante do livro é verificar que, em relação a este último ponto, “tudo aquilo que se apontava como futuro se tornou, de repente, presente”, porque a aceleração das mudanças no nosso tempo é enorme.

Segundo José Luís Garcia, os jornalistas não podem ceder à exigência da economia de mercado e deixar que o seu trabalho se transforme num produto que obrigatoriamente tem que vender, porque, antes de mais, a profissão de jornalista está associada à transmissão de valores cívicos e culturais que dão sentido à vida colectiva em sociedade.

Por seu turno, Leonete Botelho considerou extremamente importante a reflexão que o livro de Sara Meireles Graça pode proporcionar a todos os jornalistas. “Este trabalho é óptimo”, afirmou. “A profissão de jornalismo está, hoje em dia, entre a espada e a parede”, embora para a jornalista, não as mesmas de José Luís Garcia.

“As novas tecnologias são apenas um meio e não uma ameaça”, referiu Leonete Botelho. “Nem mesmo o facto de os jornais estarem hoje online”. A espada e a parede tem a ver sobretudo com o mercado de trabalho e o mercado de consumo. “É neste jogo que a profissão está entalada”.

A questão que se coloca “é encontrar um ponto de equilíbrio, mas que jamais será o mesmo. O que é hoje já não é amanhã. Esta é a marca dos nossos tempos. Assim como a precaridade laboral. É nesta instabilidade que temos que tentar encontrar algum equilíbrio, nunca perdendo de vista o que está em constante mutação”.









Análises da Saúde




As Edições MinervaCoimbra promoveram no dia 1 de Junho o lançamento do livro "Análises da Saúde", de Pedro Pita Barros.

A apresentação da obra esteve a cargo de João Pereira, professor da Escola Nacional de Saúde Pública e presidente da Associação Portuguesa de Economia da Saúde, e do jornalista João Vieira Pereira, do semanário Expresso e ex-director do Semanário Económico.

Na sessão estiveram presentes, entre outros, Francisco Ramos, secretário de Estado da Saúde, Luis Campos e Cunha, ex-ministro das Finanças e professor da Faculdade de Economia da Nova de Lisboa, Diogo de Lucena, administrador da Fundação Calouste Gulbenkian, Pedro Canas Mendes, ex-presidente do Conselho de Administração do Hospital Curry Cabral, Artur Vaz, do Grupo Espírito Santo Saúde, e Paula Santana, investigadora da Universidade de Coimbra na área da Geografia da Saúde.

Trata-se de um conjunto de textos, publicados em vários locais entre 1999 e 2007, que dão um olhar, de economista, sobre o sector. “A intenção é levar a ver com curiosidade e mente aberta dilemas e especificidades que associamos à saúde”, refere o autor.

“A saúde figura de forma regular nas principais preocupações dos portugueses, mas o desejo da sociedade de garantir que ninguém fica privado de cuidados de saúde é cada vez mais complexo de assegurar. Recursos limitados e escolhas que é preciso fazer são uma realidade também na saúde, e têm que ser feitas”.

No livro, Pedro Pita Barros analisa alguns dos temas que mais atenção foram merecendo nos últimos anos na área da saúde — taxas moderadas, listas de espera, transformação jurídica dos hospitais, política do medicamento e liberalização das farmácias e, também, os problemas de contenção de custos e orçamentos do Serviço Nacional de Saúde.

“O aspecto comum de todos os textos, diria que está na aplicação de conceitos de teoria económica a situações reais, a discussões concretas e a propostas de intervenção em termos de política económica na área da saúde”, refere o autor, acrescentando que não pretende “ter uma visão integrada de todo o sistema de saúde português, ou sequer ter uma sua apreciação exaustiva. Foi, para mim, mais importante ir desvendando puzzles, desmontando o que me pareceu serem concepções menos acertadas sobre o funcionamento do sistema, ou discutir a natureza, menos feliz nuns casos, adequada noutros, de algumas das medidas de política propostas para o sector ao longo destes anos”.

Ainda segundo Pedro Pita Barros, “este não é um livro destinado a um grupo particular, esperando apenas que a sua leitura ajude a construir uma visão sobre as características do funcionamento económico do sector” da saúde. Sem apresentar teses ou modelos específicos, o autor apenas defende “a importância da análise crítica e objectiva, que salte para além da reacção imediata, do que é o nosso sector da saúde e das intervenções que nele têm lugar”.
Conseguir perceber a realidade das relações económicas no sector da saúde de uma forma consistente é um desafio permanente, que se procura partilhar com estas “análises”.

Pedro Pita Barros é doutorado em Economia. Professor Catedrático da Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa, é Research Fellow do Center for Economic Policy Research (Londres). Foi vogal do Conselho de Administração da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos e presidente do Conselho Científico da Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa. O seu trabalho académico desenvolve-se nas áreas de regulação económica, defesa da concorrência e economia da saúde. Publica regularmente em revistas científicas de circulação internacional.







terça-feira, junho 05, 2007

Os Jornalistas Portugueses nos jornais

Jornalismo e a lógica da economia de mercado

É a partir da premissa de que o jornalismo português está "entre a espada e a parede", sendo uma as tecnologias de informação e a outra a economia de mercado, que Sara Meireles Graça questiona, no livro "Os jornalistas portugueses", ontem lançado, em Coimbra, o futuro do jornalismo.

De um lado, considerou, está a forma "tradicional" de fazer jornalismo e do outro a tentativa de "alguns empresários das notícias" mais interessados em fazer "produto para vender e dar lucro". "Falta um plano de acção capaz de lutar pela manutenção do seu lugar", explicou a ex-jornalista e docente de Comunicação Social, que denunciou ainda uma adopção acrítica de novas tecnologias por parte de alguns jornalistas. Sublinhou que o jornalismo deve ser o "valor maior que a informação pública tem nas sociedades democráticas".

Segundo José Luís Garcia, investigador do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, que apresentou a obra, o jornalismo não pode ser "uma simples venda de determinado tipo de produto", porque está associado à "transmissão de valores cívicos e culturais que dão sentido à vida colectiva"e estes "fazem parte da sua identidade". "O jornalista tem de estar diante da sua responsabilidade social", porque, explicou, cada vez mais a sociedade "vê o Mundo através dos média" e este olhar não pode ser sujeito "à exigência de que o seu trabalho se transforme num mero produto que tem de vender".

Tânia Moita
JN


Os jornalistas portugueses e os novos dilemas profissionais

"Os jornalistas trabalham no interior de uma indústria que, aliada às novas tecnologias, actua a um ritmo frenético de produção de notícias, num mercado globalizado e concorrencial". Para Sara Meireles Graça, professora na Escola Superior de Educação de Coimbra (ESEC) este é um dos factores que pode contribuir para um outro problema: o do jornalista se converter "numa espécie de tecnicista híbrido, confrontado com fortes constrangimentos de rentabilidade económica e tecnológica". Mas a autora vai mais longe: "encarado que é, na prática diária como mais uma peça, ainda que cognitiva, na engrenagem de produção nonstop de notícias, arrisca-se a não conseguir escapar ao poder e aos valores postulados pela indústria que o integra".

Na obra intitulada "Os jornalistas portugueses – Dos problemas de inserção aos novos dilemas profissionais" – e que ontem foi apresentada na ESEC – Sara Meireles Graça analisa as transformações tecnológicas e económicas que vieram alterar as práticas e os perfis profissionais dos jornalistas portugueses, com ênfase particular desde os anos 1990. A docente refere que desde essa época até aos nossos dias, se tem assistido "a modificações de grande alcance, quer na concepção e práticas do jornalismo, quer no contexto mais próximo em que o seu exercício profissional se actualiza".

Os problemas do acesso ao jornalismo – "pista determinante para percepcionar as mudanças no interior da profissão"- são também analisados nesta obra. Neste campo, a autora conclui que são os empresários que seleccionam candidatos, "sem critérios claros de recrutamento formal, submetendo os aspirantes a processos aleatórios de escolha, que passam, quase exclusivamente, pelo voluntarismo demonstrado às chefias, em períodos probatórios e experimentais cada vez mais extensos". "Não existem mecanismos de inclusão profissional ou métodos de aprendizagem estruturados no interior das empresas", critica.

Sara Meireles Graça aborda a conjugação dos movimentos de inovação tecnológica com as realidades da esfera comercial, numa fase em que o mercado é imposto como único mecanismo de regulação da economia. No entanto, lembra que, ultrapassada que está a "fase de renovação tecnológica" nas redacções, chegou a altura do "enriquecimento dos conteúdos em linha, devidamente adequados à reflexão e menos submetido a lógicas redaccionais obcecadas pelo marketing editorial".

A docente teve como fontes para este livro dados da última inquirição nacional realizada aos jornalistas portugueses e elementos estatísticos do Sindicato de Jornalistas e da Comissão da Carteira Profissional de Jornalista. Recorreu também a artigos e pequenos estudos que têm vindo a ser produzidos nesta área, assim como a análises feitas noutros países europeus com problemas similares aos que ocorrem em Portugal.

Sara Graça é mestre em Comunicação, Cultura e Tecnologias da Informação pelo Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa e foi jornalista profissional entre 1996 e 2000 em publicações diárias, entre as quais no DIÁRIO AS BEIRAS. Encontra-se a fazer o doutoramento em Ciências Sociais, variante de Sociologia, no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa.

Patrícia Cruz Almeida
Diário As Beiras

Camões e D. Sebastião na obra de Reinhold Schneider


CAMÕES E D. SEBASTIÃO
NA OBRA DE REINHOLD SCHNEIDER
Maria Cristina Carrington


O presente estudo incide sobre as figuras de Camões e D. Sebastião na obra de juventude do escritor alemão Reinhold Schneider (1903-1958).
O ensaio que escreveu sobre Camões em 1930, Das Leiden des Camoes oder Untergang und Vollendung der portugiesischen Macht, uma construção ficcional sobre o autor português e a sua obra, evidencia a estreita articulação entre a vida do Poeta e a história portuguesa de Quinhentos.
A tragicomédia inédita Fackeln am Tejo (1929), construída em torno da figura do Desejado, põe em causa o mito português do Sebastianismo.
As duas obras resultaram de uma visita de Reinhold Schneider a Portugal no final dos anos vinte do passado século, que representou o primeiro encontro deste escritor com a história e literatura portuguesas e que foi determinante para a sua carreira como ensaísta e romancista histórico.

Este volume inclui um CD-rom com fac-símile do drama manuscrito inédito Fackeln am Tejo, de Reinhold Schneider.


Maria Cristina Carrington é Professora Auxiliar da Universidade de Aveiro e Investigadora do Centro Interuniversitário de Estudos Germanísticos. Licenciou-se em Línguas e Literaturas Modernas (Estudos Ingleses e Alemães) pela Universidade de Coimbra em 1979, e obteve o grau de Mestre em Literatura Comparada pela mesma Universidade em 1988. Com o trabalho constante deste volume, doutorou-se na Universidade de Aveiro em 1999.


Colecção Minerva-CIEG
Dirigida por Maria Manuela Gouveia Delille

Títulos em preparação:

«Magellan. Der Mann und seine Tat» de Stefan Zweig: Um Exemplo de «Biografia Moderna» dos Anos 30 sobre uma Figura Histórica Portuguesa
Maria de Fátima Gil

«Die Leiden des jungenWerthers» em Portugal até Finais do Primeiro Romantismo
Maria Antónia Gaspar Teixeira

Portugal-Alemanha: Memórias e Imaginários.
Segundo Volume: Séculos XIX e XX
Maria Manuela Gouveia Delille (coordenação e prefácio)


Créditos:
Reinhold Schneider, numa fotografia de 1932.
Na capa, pormenor de «Camões e D. Sebastião», guache de José de Guimarães, 1981. Colecção particular. Reprodução gentilmente autorizada pelo pintor.

Salazar, a Imprensa e a Guerra Civil de Espanha



As Edições MinervaCoimbra promoveram recentemente em Lisboa o lançamento do livro “SALAZAR, A IMPRENSA E A GUERRA CIVIL DE ESPANHA”, da autoria de Alberto Pena. A apresentação da obra decorreu em duas sessões, na Escola Superior de Comunicação Social e na FNAC-Chiado e foi da responsabilidade de Isabel Vargues, professora da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.

A Guerra Civil de Espanha (1936-1939) foi um dos acontecimentos que maior influência teve na História Contemporânea de Espanha, mas também de Portugal. O conflito foi interpretado por Oliveira Salazar como um assunto de carácter nacional que poderia condicionar decisivamente a sobrevivência e o futuro do Estado Novo.

Desde os primeiros momentos da planificação da revolta contra o governo democrático da II República espanhola, a ditadura portuguesa apoiou o chamado Movimento Nacional, que pretendia estabelecer um regime autoritário no país vizinho. O Secretariado de Propaganda Nacional, dirigido por António Ferro, a diplomacia salazarista, muitos intelectuais e, nomeadamente, a imprensa portuguesa, controlada pelos Serviços de Censura, fizeram uma grande campanha internacional na defesa dos interesses de Franco.

Esta obra é um contributo para conhecer com detalhe qual foi a relação entre o franquismo e o salazarismo numa etapa histórica fundamental para os dois países peninsulares. Nesta investigação propõe-se uma viagem pela história dos combatentes portugueses na guerra espanhola (os “viriatos”) através das crónicas da imprensa portuguesa, que deslocou ao território espanhol dezenas de jornalistas, muitos dos quais se converteram em propagandistas da causa franquista, embora houvesse honrosas excepções, como o caso especial de Mário Neves, que revelou a verdade sobre a chacina do exército franquista em Badajoz.

Mas, sobretudo, este livro é um retrato da sociedade, da política e da comunicação social portuguesa numa época transcendental para a evolução de Portugal, Espanha e Europa.

Alberto Pena é Doutor Europeu em Ciências da Comunicação pela Universidade Complutense de Madrid e Presidente do Conselho Directivo da Faculdade de Ciências Sociais e da Comunicação da Universidade de Vigo. Actualmente, é Vice-presidente da Asociación de Historiadores de la Comunicación de España e investigador principal do Grupo de Investigación CA1 da Universidade de Vigo.

Como profissional da comunicação, trabalhou para vários meios em diferentes etapas: Televisión Española (TVE), Radio Nacional de España, Diario 16, El Correo Gallego e a revista Cambio 16. Fez diversos trabalhos jornalísticos sobre a realidade política e social portuguesa e participou na Missão de Paz a Timor Oriental (1992).

Neste momento é colaborador de vários meios de imprensa diária, da Televisión de Galicia e da Radio Galega. O seu trabalho académico ou jornalístico foi reconhecido com algumas distinções públicas e fez parte de vários júris de prémios de investigação e de comunicação.