terça-feira, setembro 24, 2013

«IMPRENSA E OPINIÃO PÚBLICA» DE JOSÉ TENGARRINHA, NO ÂMBITO DO DIA INTERNACIONAL DA IMPRENSA [24 DE SETEMBRO]






No âmbito do Dia Internacional da Imprensa, que hoje se celebra - 24 de Setembro -  aconselhamos a leitura do livro
Imprensa e Opinião Pública em Portugal” de José Tengarrinha
publicado pelas Edições MinervaCoimbra, Colecção Minerva Ciências da Comunicação dirigida por Mário Mesquita . Para o director da colecção «Imprensa e Opinião Pública em Portugal», da autoria de José Tengarrinha, "é fruto de uma investigação séria e qualificada de alguém a quem a história da imprensa muito deve”.
 “Imprensa”, “Opinião Pública” e “Censura” são palavras-chave do livro de José Tengarrinha que consta de doze estudos situados na área da história do jornalismo. Desses estudos, sintetizou, seis visam especialmente a imprensa. Em “Assim nasceu o Jornalismo em Portugal” analisa-se o surgimento dos periódicos em Portugal no início do século XVII. A imprensa da emigração política, sediada em Inglaterra, sob o impulso dos exilados liberais é o tema abordado em “O Jornalismo da primeira emigração em Londres na formação de uma corrente de opinião liberal”; a que se seguem “Primeira Emigração Liberal e Pré-romantismo”, “O Jornalismo Romântico”, “A imprensa clandestina durante a guerra civil de 1846-1848” e ainda “A imprensa nas dinâmicas da sociedade oitocentista”.
Quatro desses estudos centram-se, de forma explícita na problemática da opinião pública. É o caso dos capítulos intitulados “A formação da opinião pública em Portugal”, “A opinião pública segundo Garrett” (acompanhado de comentários de Maria de Lourdes Lima dos Santos), “As crises ibéricas finisseculares, a opinião pública e a imprensa” e, por fim, “Imprensa e opinião pública no Estado Novo”.
Os dois capítulos restantes incidem sobre as instituições e a acção da censura. Neste aspecto merece especial realce o estudo “A Censura às Folhas Informativas (visão global)”, que Mário Mesquita considerou “a primeira visão de conjunto da censura à imprensa em Portugal, abarcando o vasto período que vai das Ordenações Filipinas até ao fim do salazarismo. Este conspecto possui o mérito de descrever de forma clara, concisa e contextualizada os institutos e os mecanismos de censura à imprensa. Desnecessário será enaltecer o valor pedagógico que possui, com vista à plena compreensão de sucessivas ordens censórias ao longo da História de Portugal”.
José Tengarrinha, destacou o facto de na obra abordar não apenas a censura enquanto acto limitativo, mas sobretudo a “tentativa de criação de «bloco de opinião nacional» ao serviço de interesses dos governantes”. Como exemplos, o historiador e ex-jornalista refere “o primeiro jornal português, que procura desenvolver uma «corrente de opinião» favorável à Restauração, contra a que os castelhanos tentavam promover, ou, em 1809, quando o objectivo do Governo era levantar o País contra os invasores franceses”.
A obra de José Tengarrinha abrange um longo período, percorrido em algumas das principais fases e questões emergentes, desde 1641 ao Estado Novo. “Os primeiros debates teóricos em Portugal sobre «opinião pública», a partir de propostas dos nossos escritores românticos, merecem igualmente atenção, ao mesmo tempo que se intenta compreender os novos aspectos evolutivos da Imprensa quando inserida nas dinâmicas da sociedade oitocentista”, refere ainda o autor.
José Tengarrinha é Professor Catedrático Jubilado da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, e tem publicada uma vasta obra em Portugal e no estrangeiro no domínio da História e das Ciências Sociais. Na bibliografia sobre a história da imprensa portuguesa refira-se “História da Imprensa Periódica Portuguesa”, 2ª ed., 1989 e “Da Liberdade Mitificada à Liberdade Subvertida. Uma exploração no interior da repressão à imprensa periódica de 1820 a 1828”, 1993
José Manuel  Tengarrinha, professor catedrático jubilado da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, nasceu em Portimão, em 1932. Ganhou o Prémio da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto em 1962. Criou, dirigiu e leccionou mestrados, em Portugal, nas áreas da História Contemporânea, História Moderna, História do Brasil, História da Imprensa Periódica, História Regional e Local e Cultura e Formação Autárquica, tendo orientado, nessas áreas, numerosas teses de mestrado e doutoramento. Leccionou em cursos e seminários de doutoramento em universidades estrangeiras como Florença, Pescara, Bolonha, Paris VII, Nantes, Valladolid, Bilbao, Autónoma de Barcelona, Carlos III de Madrid, Sevilha, Canárias e École des Hautes Études en Sciences Sociales de Paris, entre outras. Foi professor visitante da Universidade de São Paulo para cursos de pós-graduação, em 1997.
Tem publicadas numerosas obras em Portugal, no domínio da História e das Ciências Sociais, com destaque para «Movimentos Populares Agrários em Portugal – 1750-1825» (tese de doutoramento), 2 vols., 1994, e «História do Governo Civil de Lisboa», 2 vols., 2002, e, no Brasil, «A Historiografia Portuguesa, Hoje», 1999, «Historiografia Luso-Brasileira Contemporânea», 1999, e «História de Portugal», 2ª ed. 2001. Da sua vasta bibliografia sobre a história da imprensa portuguesa refira-se «História da Imprensa Periódica Portuguesa», 2ª ed. 1989 e «Da Liberdade Mitificada à Liberdade Subvertida. Uma exploração no interior da repressão à imprensa periódica de 1820 a 1828», 1993.

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