quarta-feira, maio 27, 2009

Matemática está ao alcance de todos

Natália Bebiano foi a convidada de mais uma sessão do ciclo “O dever de educar”


“O dever de educar para a Matemática” foi o título da 14.ª sessão do ciclo “O dever de educar” a decorrer na Livraria Minerva.

A Matemática é uma das prioridades dos sistemas educativos actuais. Será, no entanto, uma prioridade que tem sentido e que está a ser assumida correctamente? Natália Bebiano, docente do Departamento de Matemática da Universidade de Coimbra e responsável por diversas iniciativas de divulgação e educação da Matemática, foi a convidada de mais uma sessão extremamente participada pelo público presente.

Para a especialista, o problema da Matemática bebe em várias fontes. Desde logo “a diabolização dos professores”, algo que considera um grave problema. “O professor tem de ser uma referência. Não pode ser uma caricatura de quem se suspeita que não quer trabalhar”.
Depois há a cultura televisiva e o computador que convidam à passividade. “Ora, a Matemática é, em tudo, o oposto da passividade. O espírito da Matemática é um espírito de luta, de andar a dormir com os problemas num convívio apertado. E não se compadece, por isso, com a actual passividade”, referiu. Acresce a isto o facto de na Matemática não se poder inventar. “Ou está certo ou está errado. Se é verdade que ‘todo o burro come palha, a questão é saber dar-lha’, na Matemática isso não funciona. O aluno tem de estudar, tem de treinar”, assegurou.

“Se não quer aprender, não aprende por mais coisas que o professor faça. Não há remédio. Mas o aluno também tem de saber que nem tudo na vida é prazer. O aluno tem de ser persuadido de que na Matemática tem de haver esforço e que tem de estar disponível para se esforçar e para trabalhar. E que não há leituras passivas. É um livro, é um lápis, é fazer as contas, é fazer os exercícios, é enganar-se, é voltar atrás... É fazer todo este percurso”.

E nisto, acrescentou Natália Bebiano, os professores, a família e a sociedade têm um papel importante. “Não vou dizer que toda a gente tem de atingir grandes níveis a Matemática. Agora, os níveis elementares, básicos, esses estão ao alcance de todos”.




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