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“Entre Mondego e Cubango” é o título do novo romance de Isabel Rainha, apresentado na última Terça-feira de Minerva por Maria Aparecida Ribeiro.
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O romance dá conta da história de uma família da burguesia rural do distrito de Coimbra que nos anos vinte e, mais tarde, na década de cinquenta, procura em Angola a realização dos seus sonhos e a solução para os seus problemas.
E é exactamente “uma visão não exótica sobre África, mas uma visão de uma África como uma terra agradável e igual” que se pode encontrar nesta obra, como salientou Maria Aparecida Ribeiro.
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Passada entre o ano de 1900 e o de 2000, esta obra de ficção reflecte alguns dos problemas do país ao longo do século XX. No decurso da história, vão-se sucedendo os conflitos sociais, os amores, os preconceitos, as doenças e a maneira de as tratar, que revelam o modo de encarar a vida em cada época e em dois espaços diferentes, numa pacata vila nos arredores de Coimbra e na maior colónia da República.
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Mas o que mais atrai no livro, segundo Maria Aparecida Ribeiro, é que é “basicamente, um livro de mulheres”, afirmou. “É que ali se encontram muitos pontos de vista femininos, mas de mulheres fortes, que constituem as personagens centrais do livro”. E o facto de ser um livro de mulheres, faz também com que se consiga perceber, ao longo da obra, os padrões da educação feminina nas épocas retratadas.
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As personagens principais são Leonor e o filho, Henrique, ambos vítimas do preconceito de uma sociedade hipócrita. A história da família é contada por uma das filhas de Henrique que se interessa pela história da avó materna quando descobre algumas cartas e diários no sótão da casa de família. Não tendo conhecido a avó, da qual pouco sabe porque todos fazem questão de a deixar envolta num conveniente mistério, é através daquele pequeno espólio que vai reconstituindo a história da família que habitou a Quinta dos Loureiros.
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Isabel Rainha referiu que o livro se baseia na sua própria vivência, em Portugal e em África, e nas vivências que assimilou de conversas com os seus familiares, nomeadamente o pai.
Durante a sessão de lançamento foram lidos alguns trechos da história pela escritora Helena Rainha, Isabel de Carvalho Garcia leu dois poemas da autora, também editados pela MinervaCoimbra, e a própria Isabel Rainha leu um poema inédito de sua autoria.
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