sexta-feira, dezembro 16, 2005

São Tomé e Príncipe, um paraíso esquecido


Livro é “testemunho para a sedimentação do conhecimento de uma época”


São Tomé e Príncipe, um paraíso esquecido

«Escravos do Paraíso» não é um romance e, apesar de contar a história de São Tomé e Príncipe, não deve ser confundido com o «Equador».

A mais recente obra do jornalista António Bondoso foi apresentada ontem ao Porto, no Palácio da Bolsa.
António Bondoso tem uma ligação muito especial a São Tomé e Príncipe, as ilhas que considera terem sido “inventadas por Deus e abençoadas pela natureza africana mas que, por razões históricas, não terão sido tão bem tratadas quanto mereciam”. Foi aos três anos que o jornalista viu pela primeira vez este paraíso perdido, foi lá que cresceu, estudou e casou. Em 1974 regressou a Portugal e entre 1994 e 2000 viveu em Macau. No entanto, nunca esqueceu a terra africana com a qual mantém até hoje uma ligação muito forte. António Bondoso considera que “São Tomé e Príncipe foi sempre a mais esquecida de todas as colónias portuguesas”. E acrescenta: “Até 1995, ano em que houve o golpe, quase ninguém falava das ilhas e eu era quase a única excepção ao nível do jornalismo português”. É por isso que agora, António Bondoso dedica «Escravos do Paraíso» a São Tomé e a todos os santomenses, considerando esta homenagem uma das suas inúmeras tentativas de “remar contra a maré” - do esquecimento e do desconhecimento.
A apresentação do livro, editado pela MinervaCoimbra, esteve a cargo do jornalista e escritor Leonel Cosme que o caracterizou como “uma grande reportagem feita em jeito de crónica que dá a fala a diversos historiadores mas também aos protagonistas da história de São Tomé”. De facto, António Bondoso também confirmou que esta obra “não é um romance” e evidenciou que “compará-la ao «Equador de Miguel Sousa Travares” seria “trair” a sua ideia. Para o jornalista este é “um livro em discurso directo em que as pessoas dizem o que pensam da sua vivência em São Tomé”.
A obra percorre os períodos mais marcantes da história das duas ilhas desde a chegada dos primeiros colonos no século XV à descolonizarão pós-25 de Abril.

Ana Sereno | O Primeiro de Janeiro


Anteontem, dia 14, o livro foi alvo de um outro lançamento, desta vez em Lisboa, com apresentação da Dra. Olinda Beja.




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