«OS MEDIA NA GUERRA COLONIAL - A MANIPULAÇÃO DA EMISSORA NACIONAL COMO ALTIFALANTE DO REGIME» de CAROLINA FERREIRA
Este livro é o nº 3 da Colecção Comunicação História e Memória dirigido por Isabel Nobre Vargues.
CAROLINA FERREIRA analisa como durante
o conflito colonial de África, entre 1961 e 1974, o Estado Novo manipulou a Emissora Nacional (EN) como uma arma de guerra, transformando-a em rádio-soldado. Num
conflito subversivo, a luta pela conquista da opinião pública afigurava-se
decisiva para o sucesso das operações. Na procura de um pensamento colectivo
passivo, em torno do espírito nacional, os media afectos ao regime ocupavam
lugar na dianteira. Pela capacidade de penetrar em qualquer lado, mesmo em casa
dos mais pobres ou analfabetos, a radiodifusão revelou-se alvo privilegiado da
intervenção estatal, sobretudo a estação pública.
A
Emissora Nacional impôs-se, neste
âmbito, como o “altifalante do regime”. Manipulada pela propaganda e controlada
pela censura, a rádio pública foi instrumentalizada ao longo do conflito
colonial como uma verdadeira arma na propagação da mística imperial e da causa
da defesa nacional. Pela EN, os
ouvintes conheciam uma visão parcial do conflito, que convinha às estratégias
do Estado Novo. O regime manipulou-a como instrumento político de persuasão,
aproveitando-se da sua liderança nas audiências.

Carolina
Ferreira nasceu em 1980 em Oliveira do Bairro, cidade onde ainda hoje reside. É
licenciada em Jornalismo pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra
(FLUC). Já a trabalhar, decidiu prosseguir a carreira académica, tendo concluído
o Mestrado em Comunicação e Jornalismo da FLUC em 2007, com a dissertação que
aqui se publica. Ainda nos tempos de estudante, colaborou com diversos
projectos de media a nível regional, com destaque para a Rádio Universidade de
Coimbra. Mas foi na SIC Notícias que começou a trabalhar em pleno na profissão
que a apaixona, com estágio curricular e profissional, entre 2002 e 2003. Desde
1 de Outubro de 2003 integra a redacção da RTP em Coimbra, como jornalista de
rádio e televisão. Entre os directos e as reportagens, a noticiar os
acontecimentos com palavras, sons e imagens, é como se sente "em
casa". Em 2011 recebeu o Prémio de
Jornalismo "Os Direitos da Criança em Notícia", na categoria Rádio,
promovido pelo Fórum sobre os Direitos das Crianças e dos Jovens.
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