domingo, abril 18, 2010

SARAH CATARINO - ESPERANÇA PARA A ALMA















Decorreu no passado sábado a apresentação do livro de Sarah Catarino, ESPERANÇA PARA A ALMA (edições RTM). 
Isabel Garcia abriu a sessão em nome da MinervaCoimbra
agradecendo a preferência pelo espaço da Galeria/Livraria Minerva,
para a apresentação deste livro, em Coimbra.
Coube a Teresa Pestana a apresentação da autora,
a Sansão Coelho a apresentação do livro e por último
Sarah Catarino fez a sua intervenção.
 



                                             



" Estou habituado ao elemento-surpresa que é, na maioria dos casos, um reflexo de amizade. Há tempos recebi o honroso convite de quem estimo, para apresentar o novo livro de SARAH CATARINO que hoje motiva este nosso encontro na Galeria MINERVA. A sua leitura foi (e é) uma esperança para a alma, para as almas…de quem o lê ou de quem nestas páginas rememora o CRONICAR radiofónico evangélico ou se preferirem, ancorado na BÍBLIA, de SARAH BERNARDINO. Verdadeiras CONVERSAS DE ALMA.
 São ensinamentos, meditações que nos preparam para uma acção cristã.
Não vou produzir aqui uma recensão bibliográfica e sentir-me-ia pretensioso caso entrasse por uma exaustiva análise literária para a qual o magro estatuto de que disponho podia não ser suficiente: ouso dizer, contudo, que a crónica, texto breve, obedece a uma estratégia narrativa singular. Vejamos a viagem feita através dos tempos, a viagem
diacrónica da CRÓNICA (in Dicionário Termos Literários, na Net – coordena Carlos Ceia).
 “Derivado do lat. Chronica e do gr. Khrónos, consagra o conceito de tempo, informando com ele o discurso dos textos que designa.
Inicialmente, a crónica, mais geral ou mais particular, registava acontecimentos históricos por ordem cronológica. Fonte mais directa e imediata do conhecimento histórico, comportava também factos menos
relevantes, informação secundária que a História moderna tenderá a “eliminar”. Na alta Idade Média, a crónica começa a ser conformada por uma perspectiva individual que lhe confere uma dimensão interpretativa e, eventualmente, estética, como acontece com as obras de Fernão Lopes. (séc. XIV).
No séc. XIX, o desenvolvimento da imprensa periódica, e, em especial, da de opinião, vai fazer emergir a crónica no sentido moderno. No início, ela era apenas uma pequena secção de abertura que dava conta das notícias e dos rumores do dia, mas tenderá a alargar-se e a especializar-se pelo interior do periódico (crónica artística, literária, musical, etc.). Depois, ela desloca-se para o “folhetim”, secção do rodapé da primeira página do periódico, lugar de que se libertará, mas onde conquistará a colaboração de homens de letras e, com isso, um espaço entre Jornalismo e Literatura. A sua identidade apoiar-se-á cada vez mais na autoria: a realidade social, política, cultural, etc. tornar-se-á progressivamente o quadro onde o cronista procura e selecciona qualquer facto quase como pretexto para discursar, opinar e, até mesmo, efabular. Deste modo, a crónica esteticiza-se. A crónica contemporânea, discurso de autor, oscila entre ser predominantemente comentativa, reflexiva, e efabulatória (p. ex., no espaço brasileiro, ela assume a feição do conto breve). Assim, apesar da actualidade e transitoriedade da sua temática, tem uma autonomia que favorece a prática da sua recolha e publicação em volume.”
“Pequena secção de abertura”, “conto breve” - e ligação à Imprensa, à Comunicação Social radiofónica e televisiva e também já na Internet, - a CRÓNICA CONCEDE NÃO SÓ O DIREITO DE NARRAR, mas também o DIREITO DE OPINAR: variantes diferentes que muitas vezes confundimos em simplicidade de análise.
 Nos tempos actuais da rádio em que se reclama o BREVE, em que se contam apenas CURTAS HISTÓRIAS; em que o tempo é cada vez mais o espartilho da palavra pensada e útil, a crónica tem plena aceitação.
 O conteúdo inserido no formato de êxito chamado CRÓNICA é aquilo que permite ao CRONISTA da RÁDIO o êxito ou fracasso, os aplausos ou a indiferença do público receptor, mas permite também configurar uma aproximação/identificação com o autor e a sua visão social, económica, ideológica, espiritual.
 Veja-se, ou melhor dizendo, ouçamos as REFLEXÕES transmitidas em canais da Rádio Renascença, a Emissora Católica portuguesa. Quase em segundos, frases curtas e boas dicções promovem a mensagem católica: exemplos felizes de curtas crónicas que chegam a todos os grupos etários e em especial aos jovens os quais convivem mal, de um modo quase generalizado, com a narração larga, densa, rebuscada e hermética.
 São de êxito as CRÓNICAS RADIOFÓNICAS de SARAH CATARINO quando as analisamos (em livro como agora acontece) quando as analisamos dizemos na perspectiva da formulação comunicacional: pelo menos porque são crónicas. Obedecem, em glorificação de Cristo, obedecem (dizíamos) de um modo quase geral, a uma estruturação do conteúdo no plano da narrativa: partem da Bíblia e viajam acompanhadas da Bíblia e dos ensinamentos bíblicos.
“ Gostaria de os incentivar a lerem a Bíblia, a buscarem no livro de Deus tudo quanto precisam para que o vosso espírito seja saudável e resista às infecções deste mundo mau em que vivemos.” - lê-se na página 75 na crónica com o título A GRANDE CORRIDA.
As crónicas relatam factos, personagens e acções do quotidiano, de forma singela como se neste caso de ESPERANÇA PARA A ALMA com a autora (e na realidade assim fica o registo) a desejar também CATIVAR com simpático e discreto apelo a atenção dos menos preparados – aqueles cujo bacKground, competência literária, cultura enciclopédica e mesmo cultura religiosa-cristã pode ter um peso/sensibilidade/descodificação/interpretação, aquém do que todos desejamos como Mundo – Universo Civilizado rubricando um harmonioso desenvolvimento sustentado e uma ligação humanista e cristã de todos os seres ao cimo da Terra. A autora RELIGA sentidos, razão e revelação.
 Estas crónicas encontram a sua IDENTIDADE através dos traços identitários da Autor SARAH CATARINO, mas o papel do AUTOR é sempre uma espécie de entidade apenas existente no papel e abstracta para a ciência literária. Aqui, contudo, a autora não se demarca da narradora e encontramos nesta simbiose alguém que tem um estatuto de liderança, de exemplo, de pedagogia, de formadora moral e religiosa, de intensa divulgadora da BÍBLIA também o primeiro livro imprensa quando Guttemberg descobriu no século XV a Imprensa de caracteres móveis.
 Para além de Deus e de Jesus Cristo (presentes na palavra-rádio e agora nos caracteres de imprensa destas CRÓNICAS) SARAH evoca e invoca (sem perder a matriz de livro devocioneiro-dado portanto a devoções) invoca e evoca (repetimos) nomes reconhecidos da Ciência do Pensamento, da Filosofia e de muitas outras áreas para viajar entre o HUMANO/REAL e o ESPIRITUAL. Podemos ler na CRÓNICA A MARAVILHOSA CRIAÇÃO DE DEUS pp.51-52 uma citação de Sófocles: “Inúmeras são as maravilhas do mundo, mas nenhuma, nenhuma é mais incrível que o corpo do homem”. Mais adiante e porque somos criação de Deus que nos programou diz SARAH que “No mundo espiritual passa-se exactamente o mesmo. Deus colocou em nós vontade, sensibilidade, anelo, fome do divino, que só podem ser preenchidos pela Sua presença, pela Sua essência”, mas reconhece que muitas vezes enchemos o nosso VAZIO...”Com deuses que nada têm a ver com Ele, com orações e meditações que não são para Ele, com prazeres físicos que pensamos poderem de algum modo colmatar o vazio, mas nada resulta” – conclui para depois se dirigir no FEMININO à ouvinte e lhe propor caso nela haja intranquilidade e desassossego que pode ou PODEM voltar para o seu CRIADOR e a seguir diz a autora/narradora: “Deixe-me orar consigo:”.
 É uma CONVERSA DE ALMA entre mulheres, mas que se destina a um universo homem/mulher com abordagens multifacetadas aos grandes FACTOS e PROBLEMAS DAS SOCIEDADES CONTEMPORÂNEAS: droga, famílias disfuncionais, famílias numerosas, cancro da mama, ensinar como acto de amar, mães solteiras, maternidade-estado de graça, mulheres que fazem a diferença, mulheres de sucesso, transplante, suicídio, crise, orfandade, prostituição, sida e até a relação sogra/nora.


Há muito para ler, mesmo para quem já escutou estas crónicas em formato rádio. Os livros que registam textos de programas radiofónicos têm sido – podemos dizer quase sempre -, um sucesso de vendas.
 Pela sua bem elaborada apresentação, formato de bolso, e pelo CONTEÚDO IMPERDÍVEL E DE LEITURA OBRIGATÓRIA este Livro ESPERANÇA PARA A ALMA de SARAH CATARINO do programa MULHERES DE ESPERANÇA é um êxito assegurado para o corpo e para a alma; e também para podermos encontrar uma nova e muito lúcida e perspicaz abordagem das temáticas que “tocam” o Mundo.
 PARABÉNS SARAH CATARINO, PARABÉNS ÀS MULHERES DE ESPERANÇA as que nos hão-de dar ou já deram também HOMENS DE ESPERANÇA: uma civilização mais ponderada, introspectiva, fraterna, humanista com a BÍBLIA em local de consulta/leitura a qualquer momento - tal como, a qualquer momento este é um livro sábio, saído do coração e da devoção com GUIAS que aqui e ali podem PERTURBAR/INTERROGAR o leitor porque estão em CRÓNICAS que interrogam/interpelam e foram gizadas à luz do pensamento cristão. Leituras da ALMA...e das nossas Vidas.

Parabéns uma vez mais à Autora (talvez, quem sabe?! decepcionada com o meu peregrinar na apresentação da sua OBRA por ficar aquém do merecimento desta); parabéns aos que aqui vieram para depois irem ler o que se ESCUTA em várias rádios. Parabéns à Coordenadora BETÂNIA ALVES e à Associação Rádio Transmundial de Portugal e aos promotores em geral; e ainda a esta Livraria Editora e Galeria Minerva – sala de encontros que em boa hora nos proporcionou este encontro de hoje. Obrigado pelo convite que me foi feito. Boa tarde."

Sansão Coelho

       

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