quinta-feira, janeiro 28, 2010

A arte de narrar


Isabel de Carvalho Garcia, Aníbal Pinto de Castro, Armando Ponce de Leão
e Fernando Paulouro Neves


“A não história da mãe sobrante”, com chancela das Edições MinervaCoimbra, é o título do primeiro livro de ficção de Armando Ponce de Leão, apresentado na Livraria Minerva por Aníbal Pinto de Castro e Fernando Paulouro Neves.

“Uma revelação”. Assim começou Aníbal Pinto de Castro por expressar a sua impressão da leitura do livro de “A não história da mãe sobrante”. Para o catedrático de Letras, o livro é “uma manifestação que traz ao nosso quotidiano umas horas de lazer refletido”. Mas também um livro “que deixou em mim uma profunda impressão”, confessou, enquanto “testemunho de um leitor empenhado e interessado”.

Aníbal Pinto de Castro admitiu estarmos “perante um arte de narrar”, com uma série de “histórias todas ligadas por uma linha comum que vai do nascimento à morte, através da vida”. Um género de narrativa, continuou, “de um lirismo assumido, que não tem problemas em penetrar no domínio da autobiografia lírica”.

Para Pinto de Castro “é como se o escritor nos não escondesse nada do que sente e isso, já de si, é a essência da criação literária”.

Também Fernando Paulouro Neves, autor do prefácio da obra, referiu que os contos de “A não história da mãe sobrante”, na sua diversidade, têm como fio comum a condição humana. “Ou, se quisermos, aquela ideia de que cada um é ele e as suas circunstâncias, na expressão dramática da vida ou na conquista da felicidade mínima”.

A escrita do novo ficcionista, referiu, “traduz-se no rigor da palavra e na forma despojada como a literatura aqui é entendida”. Trata-se, acrescentou, de “um livro pontuado pela inquietação do que nos transcende, numa escrita irónica, dinâmica e por vezes coloquial”.
Para Paulouro Neves, “as histórias, cheias de observação, que o cromatismo da escrita sublinha, representam microcosmos de uma ideia mais generalizada de sociedade e de país”.

O autor, Armando Ponce de Leão Policarpo, foi professor do Departamento de Física da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra e investigador do Centro de Física Nuclear e do Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas da mesma Universidade. Tenciona continuar a escrever, admitindo que este poderá ser, apenas, o primeiro de muitos livros de ficção.








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