quinta-feira, junho 01, 2006

Sessões de lançamento do novo livro de José Tengarrinha

7 de Junho
El Corte Inglés, Lisboa





8 de Junho
Casa Municipal da Cultura, Coimbra




Este é o 7.º volume da colecção Minerva Ciências da Comunicação dirigida por Mário Mesquita.


"A formação do espaço público mediatizado em Portugal na sua relação com o desenvolvimento da opinião pública é o tema dominante dos estudos agora reunidos, quer os de natureza teórica quer os que incidem sobre casos concretos, uns e outros visando preencher áreas menos conhecidas da história da comunicação no nosso país.
Antes mesmo da formação da opinião pública em Portugal – que constitui o tema do capítulo de abertura – não deveríamos deixar de considerar como, desde tempos recuados, a Imprensa visou formar opinião favorável a determinados objectivos políticos, ainda que em círculos limitados da sociedade. Neste caso, não se tratava, pois, da formação complexa de “espaço de opinião”, onde livremente se confrontassem ideias, mas da tentativa de criação de “bloco de opinião nacional” ao serviço de interesses dos governantes. É o que se vê com a fundação do primeiro jornal português, que procura desenvolver uma “corrente de opinião” favorável à Restauração, contra a que os castelhanos tentavam promover, ou, em 1809, quando o objectivo do Governo era levantar o País contra os invasores franceses. Também na crise de 1890 são intuitos de defesa da Pátria os que movem a Imprensa, embora com a diferença fundamental de, então, se tratar de um espaço público autónomo relativamente ao Poder.
Abrange-se um longo período – que percorremos em algumas das principais fases e questões emergentes – desde 1641 ao Estado Novo.
A compreensão destes desenvolvimentos exigia previamente uma visão global, simultaneamente informativa e interpretativa, do quadro censório das folhas informativas, desde as origens em 1627 ao 25 de Abril de 1974.
Os primeiros debates teóricos em Portugal sobre “opinião pública”, a partir de propostas dos nossos escritores românticos, merecem igualmente atenção, ao mesmo tempo que se intenta compreender os novos aspectos evolutivos da Imprensa quando inserida nas dinâmicas da sociedade oitocentista.
Entre outros temas trata-se, por fim, da questão da Opinião Pública no Estado Novo, tanto integrada na sua Política de Informação, como nos desenvolvimentos teóricos, não coincidentes, dos seus dois presidentes dos Conselhos de Ministros". — José Tengarrinha


José Tengarrinha nasceu em Portimão, em 1932. Doutorado em História é Professor Catedrático Jubilado da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
É ainda Presidente do Centro Internacional para a Conservação do Património (CICOP – Portugal), com sede mundial em La Laguna (Tenerife), Presidente do Instituto de Cultura e Estudos Sociais, sediado em Cascais e Director dos Cursos Internacionais de Verão realizados todos os anos em Cascais desde 1992.
Ganhou o Prémio da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto em 1962.
Criou, dirigiu e leccionou mestrados, em Portugal, nas áreas da História Contemporânea, História Moderna, História do Brasil, História da Imprensa Periódica, História Regional e Local, Cultura e Formação Autárquica, tendo orientado, nessas áreas, numerosas teses de mestrado e doutoramento. Leccionou em cursos e seminários de doutoramento em Universidades estrangeiras, como Florença, Pescara, Bolonha, Paris VII, Nantes, Valladolid, Bilbao, Autónoma de Barcelona, Carlos III de Madrid, Sevilha, Canárias, École des Hautes Études en Sciences Sociales de Paris, entre outros. Professor visitante da Universidade de São Paulo, para cursos de pós-graduação, em 1997.
Tem publicadas numerosos obras em Portugal e no estrangeiro no domínio da História e das Ciências Sociais com destaque para Movimentos Populares Agrários em Portugal – 1750-1825 (tese de doutoramento), 2 vols., 1994, História do Governo Civil de Lisboa, 2 vols., 2002; e, no Brasil (São Paulo), A Historiografia Portuguesa, Hoje, 1999, Historiografia Luso-Brasileira Contemporânea, 1999, História de Portugal, 2ª ed. 2001. Na vasta bibliografia sobre a história da Imprensa portuguesa refira-se História da Imprensa Periódica Portuguesa, 2ª ed. 1989 e Da Liberdade Mitificada à Liberdade Subvertida. Uma exploração no interior da repressão à imprensa periódica de 1820 a 1828, 1993.


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