sexta-feira, março 16, 2007

História de uma escola de jornalismo


Ao celebrar 16 anos, o Jornal Universitário de Coimbra – A CABRA juntou, na Livraria Minerva, para mais uma sessão das Terças-Feiras de Minerva, o seu primeiro director, o fundador do site e o actual director para relembrar episódios marcantes do jornal. A eles juntou-se, por videoconferência, o outro criador do site e ex-director da publicação.

O primeiro a abrir o ‘baú da memória’ foi José Albuquerque, primeiro director e membro fundador d’A CABRA. “Numa Universidade que estava a crescer para o Pólo II e Desporto era importante que existisse algo a unir os estudantes” é assim que o advogado contextualizou o nascimento do jornal que, segundo o próprio, cumpre esse objectivo.




Nem tudo foi fácil no processo de afirmação d’A CABRA. José Albuquerque revelou que “no inicio o jornal viveu de guerras”. As lutas eram principalmente com a Direcção Geral da Associação Académica de Coimbra (DG-AAC) e com algumas secções da academia, explica. Ainda assim, “o jornal cresceu depressa e com muita força” concluiu.

Coube a Rui Justiniano dar um salto para o tempo dos computadores, ou seja, o ano de 1996. Até ali o jornal era montado numa mesa de luz com os recortes digitados e impressos fora da redacção do jornal.

As tecnologias trouxeram um novo campo de expansão para A CABRA: a criação de uma página na Internet. O projecto começou pela simples transposição do jornal impresso para formato digital. No entanto, Rui Justiniano e João Pedro Pereira pensaram criar um novo site de cariz informativo com uma actualização diária. Porém para criar uma página online do jornal era preciso “encontrar programas grátis” que permitissem um site informativo à medida dos bolsos d’A CABRA.



João Pedro Pereira não pôde deslocar-se a Coimbra mas marcou presença através de videoconferência. As dificuldades em manter a ligação diminuíram o tempo de intervenção do ex-director do jornal, que frisou o facto de “o site ter alterado as rotinas do jornal, mantendo as portas abertas de manhã à noite”.

Com uma memória mais recente, João Campos, actual director d’A CABRA, salientou como qualidade da publicação “permitir que as pessoas errem, aprendam e melhorem sem cobrar”. O director assegurou que a periodicidade do jornal está garantida e que se vai manter pelo menos a médio prazo. Apesar de se considerar “um privilegiado”, João Campos, relembra a responsabilidade de manter um bom trabalho e de não poder dar um passo atrás depois das conquistas alcançadas nos 16 anos de história do jornal.

A conversa permitiu conhecer pequenos segredos d’A CABRA, revelados por quem os viveu. Os intervenientes não esqueceram que o jornal começou a ser feito por pessoas do curso de Direito e que só no final da década de 90 foi ocupado pelos estudantes de jornalismo. Períodos que correspondem, respectivamente, à fase mais política e à fase mais informativa da história daquele órgão de comunicação.

A ‘brincar aos jornalistas’ A CABRA brindou os estudantes com um jornal a sério e promete continuar a fazê-lo.

Ana Bela Ferreira
Jornalista de A CABRA

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