segunda-feira, outubro 23, 2006

Edições MinervaCoimbra lançam obra sobre João Chagas



Da autoria de Noémia Malva Novais, as Edições MinervaCoimbra promoveram a sessão de lançamento da obra “João Chagas. A diplomacia e a guerra (1914-1918)”, integrada na Colecção Minerva História, dirigida por Luís Reis Torgal. O livro é fruto da dissertação de mestrado da autora, orientada por Amadeu Carvalho Homem, e foi distinguida com a 1.ª Menção Especial do Prémio Aristides Sousa Mendes atribuído pela Associação Sindical dos Diplomatas Portugueses.





A apresentação da obra esteve a cargo de António Reis, professor auxiliar da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, para quem esta é uma obra importante para a historiografia e para a cultura portuguesas, por três razões fundamentais.






“Em primeiro lugar, pela personagem histórica escolhida que ainda não foi até hoje objecto de uma verdadeira investigação académica historiográfica”, justificou, adiantando que “este é o primeiro sólido contributo da historiografia portuguesa contemporânea para o estudo da personalidade de João Chagas”.
Em segundo lugar esta é uma obra importante pela complexidade da problemática histórica abordada. “A participação de Portugal na Grande Guerra suscitou nos últimos quinze anos, um bom número de interrogações da parte da historiografia contemporânea e, felizmente, continua a suscitar”, afirmou ainda António Reis. “É um tema chave, um tema grande, para a nossa historiografia”. Finalmente, importa salientar “a qualidade e originalidade do trabalho de investigação realizado pela autora”.







Em “João Chagas. A diplomacia e a guerra (1914-1918)” Noémia Malva Novais aborda a problemática da participação de Portugal na Guerra que assolou a Europa entre 1914 e 1918, bem como na Conferência da Paz que, entre Janeiro e Junho de 1919, decorreu em Paris.
A obra apresenta as teses intervencionista e anti-intervencionista que se defrontaram na hora de decidir sobre a ida de Portugal à guerra, clarificando que para os “guerristas” estavam fundamentalmente em causa a sobrevivência da Nação, o reforço do prestígio internacional da República, a ameaça espanhola e a defesa do património colonial português – há muito ameaçado, especialmente pela avidez da Inglaterra e da Alemanha. João Chagas assume-se, neste contexto, como um dos defensores mais radicais da participação portuguesa na Primeira Guerra Mundial – o seu motor de arranque –, pelo que, no momento da partilha dos benefícios entre os participantes no conflito, sobrevive, através dele, a memória de um Portugal injustiçado, porém, em certa medida, co-responsável por essa injustiça.


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