Está já disponível o volume 42 da Colecção Comunicação, dirigida por Mário Mesquita.
Trata-se do livro "A Geração da Ética", da autoria do jornalista Fernando Martins.
A abertura, no nosso país, dos canais privados de Televisão, deu origem a todo um ciclo que começou pela disputa do bolo da publicidade e que se espera que regresse à postura profissional e cívica dos tempos em que nem a informação-espectáculo representava uma ameaça, nem a sede de protagonismo dos diversos agentes da comunicação tinha, ainda, feito da verdade e da honra degraus espezinhados na corrida pelas audiências.
Os outros “media” não escaparam à verdadeira pandemia que, reconheça-se, foi mais benévola nos efeitos sobre as rádios e sobre os jornais - tudo isto numa altura em que, em nome das crises, as redacções passaram por profundas renovações, de entre as quais se destaca um rejuvenescimento excessivo e mal enquadrado.
Os desvios, principalmente os de natureza deontológica, caíram na praça pública, onde a crítica, algumas vezes, não conseguiu esconder apetites censórios. Foi a altura em que parece ter nascido a geração da Ética, sob um manto de preocupações nem sempre próximas. A vontade autêntica de resolver problemas andou (e anda, ainda) muitas vezes a par de objectivos de marketing e até de mera cenografia.
Apareceram, beneficiando do prestígio do pioneiro Provedor de Justiça, mais e mais provedores.
Os dos leitores também.
O “Jornal de Notícias” foi, entre os grandes jornais de informação geral, o terceiro a disponibilizar aos leitores essa importante porta diálogo, tendo o Autor sido o seu primeiro news ombudsman. Dessa experiência de quase quatro anos fala esta obra, que mais não pretende ser do que um testemunho que conduzirá, decerto, a conclusões diversas, e cujo estudo espero possa aproveitar não só aos jovens jornalistas, mas a todos os outros que fazem parte desta sociedade da comunicação, em que só o exercício permanente da exigência, da responsabilização, pode conduzir à qualidade desejada.
Fernando Martins, que cursou Engenharia e Direito, encetou, na delegação do Porto do jornal “O Século”, uma carreira hoje com mais de 40 anos. Fez Rádio e Televisão. Mas foi, de facto, na Imprensa que acabou por fixar-se. Com trabalhos espalhados por jornais e revistas nacionais e estran-geiros, a sua paixão foi vivida essencialmente no “Jornal de Notícias”, onde ao longo de quatro décadas assinou reportagens, entrevistas, crónicas e artigos. No JN foi de repórter a director, passando pelos cargos de editor e chefe de Redacção.
Em 2001, após ter-se demitido da Direcção (onde esteve 12 anos), aceitou o convite para ser o primeiro Provedor dos Leitores do JN, cargo que desempenhou durante quase quatro anos.
É, desde 1983, vice-presidente do Centro de Formação de Jornalistas, do Porto, sendo, também, sócio fundador do Observatório de Imprensa. Ministrou cursos para a imprensa regional no Continente e nas Ilhas e deu aulas na Universidade Moderna (curso de pós-graduação). É director da Associação do Museu Nacional da Imprensa. Pertenceu ao Instituto Internacional de Imprensa (IPI) e à ONO (associação mundial de provedores da Comunicação Social).
Integrou ainda as direcções do Sindicato dos Jornalistas e da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto.
quarta-feira, fevereiro 22, 2006
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