sexta-feira, julho 19, 2013

ANTÓNIO ARNAUT NA 6ª SESSÃO DE "ANDAM PELA TERRA OS POETAS" [CASINO FIGUEIRA]




Na 6ª sessão do ciclo que resulta de uma parceria entre o Casino Figueira e as Edições MinervaCoimbra o poeta convidado foi António Arnaut.


Domingos Silva, Director do Casino, abriu a sessão, recordando o simbolismo deste dia e apresentando o convidado como "um homem de múltiplas facetas".



Coube a José Carlos Seabra Pereira, Professor da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e especialista em literatura falar da obra poética de A. Arnaut. 


Seabra Pereira afirmou que " a poesia de António Arnaut  é simultaneamente uma “meta-poesia” que guarda um “pensamento meta-literário”, misto de “descoberta, canto e profecia”.
Realçou ainda que "o pai do SNS não é a figura pública e política que também sabe escrever umas coisas mas é um poeta lírico forte e autêntico com uma obra de grande valia que se destaca também na ficção narrativa através de contos e de romance".
O especialista em literatura falou sobre a “poesia insurrecta” de Arnaut.

Por sua vez António Barbosa de Melotambém professor catedrático da Universidade de Coimbra, fundador do PSD, e condiscípulo da Faculdade de Direito, moderou a sessão conversando com o Poeta.



Barbosa de Melo concordou com Seabra Pereira: “Este poeta tem um norte, aponta para um sítio, embora diga que não”, comentou, sorrindo. “Mas tem, e dá força à sua poesia”, acrescentou. António Arnaut, por seu turno, admitiu ter sido “católico praticante” até determinada altura da sua vida. “Foi na guerra que perdi a fé”, confessou.


A conversa incidiu sobre a poesia e a vida e ao longo da noite, Barbosa de Melo e António Arnaut recordaram, com serenidade e humor a poesia das suas vidas, as convicções da adolescência, os bancos da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, as tertúlias ambulantes na Praça da República com personalidades como Mota Pinto, Figueiredo Dias e Oliveira e Sá.  

António Arnaut afirmou ainda:
“Como poeta exponho-me pouco, tenho algum pudor, ao contrário do que acontece na política”.


António Arnaut agradeceu o convite e a oportunidade para se dar a conhecer um pouco mais como poeta. 

“Se houver um verso que valha a pena, já o poeta se justifica”, disse, com a humildade que lhe é conhecida. Aos presentes, o poeta leu, eu primeira mão, alguns dos textos que figurarão no seu «Alfabeto Íntimo e outros poemas», a publicar brevemente.



Maria Manuel Almeida e Victor Torres  de uma forma eloquente e intimista 
lerem poemas de António Arnaut.




O grupo de guitarras de Coimbra «Tríssono», composto por Álvaro ArosoJosé Santos Paulo e Eduardo Arosointrepretou 7 peças de Artur Paredes.



Isabel de Carvalho Garcia, em nome da organização, no final, enalteceu António Arnaut lembrando que  "com 30 títulos publicados, entre poesia, ficção, ensaio e conferências Arnaut assume-se como escritor civicamente comprometido, que considera a literatura como "a expressão da sua própria humanidade e da Humanidade toda". E acrescentou: "Participar hoje, 10 de Junho, nesta sessão, com o poeta António Arnaut, é mais uma forma humilde e singela de agradecer a este Grande Senhor os valores, a integridade e a ética que o caracterizam e pautam a sua vida. Com uma intervenção social e política ímpar, donde se destaca o SNS, grande humanista, a igualdade, a liberdade e a fraternidade são, sem dúvida, os valores que praticou e pratica em cada dia." 

A terminar Isabel Garcia anunciou a surpresa da noite:  o talentoso e jovem maestro, compositor, pianista e organista Paulo Bernardino  que encerrou a sessão, improvisando ao piano sobre o poema "Esperança"  de António Arnaut. 


Paulo Bernardino





Pelos presentes foi-se ouvindo dizer que a "noite foi mágica" e "quem não esteve presente não imagina o que perdeu"...

No dia de Portugal nada mais simbólico do que homenagear um dos mais ilustres portugueses que marcam o nosso país pelas suas intervenções de cidadania activa.

 «Andam pela Terra os Poetas» regressa ao Casino Figueira a 3 de Setembro com o poeta Manuel Alegre.

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