sexta-feira, maio 17, 2013

«JORNALISMO E DIREITOS DA CRIANÇA-CONFLITOS E OPORTUNIDADES EM PORTUGAL E NO BRASIL» DE LÍDIA MARÔPO [ APRESENTADO NO PAVILHÃO DO CONHECIMENTO - PARQUE DAS NAÇÕES ]




«JORNALISMO E DIREITOS DA CRIANÇA-CONFLITOS E OPORTUNIDADES EM PORTUGAL E NO BRASIL» de Lídia Marôpo foi apresentado no Pavilhão do Conhecimento, Parque das Nações (Lisboa), e decorreu durante o " 2º Congresso Literacia, Media e Cidadania", uma iniciativa da responsabilidade do Grupo de Trabalho Informal sobre Literacia para os Media (GILM).
A apresentação foi feita por Cristina Ponte. 
A autora do livro, Lidia Marôpo, nasceu no Brasil e é professora na Universidade Autónoma de Lisboa (UAL) e investigadora no Centro de Investigação Media e Jornalismo (CIMJ)/Universidade Nova de Lisboa (UNL). É doutorada em Ciências da Comunicação pela UNL e dedica-se especialmente a estudar e a promover os direitos da criança nos media, tendo publicado diversos artigos e capítulos de livros e atuado internacionalmente como formadora para jornalistas e fontes de informação sobre a temática.


«JORNALISMO E DIREITOS DA CRIANÇA
CONFLITOS E OPORTUNIDADES EM PORTUGAL E NO BRASIL»

Nas últimas décadas o jornalismo tem dedicado uma atenção crescente às temáticas e problemas que afetam diretamente crianças e jovens. Temas como educação, maus-tratos, abusos sexuais e trabalho infantil ganharam visibilidade mediática, possibilitando um maior reconhecimento público destas questões e estimulando a denúncia em caso de desrespeito aos direitos de crianças e jovens. Por outro lado, o próprio jornalismo frequentemente viola esses mesmos direitos, consagrados em diplomas legais nacionais e internacionais. Nas notícias, crianças e jovens continuam a ser identificados em situações prejudiciais ao seu desenvolvimento, são também frequentemente representados de forma estigmatizante quando vivem em situação de vulnerabilidade social ou quando fazem parte de grupos minoritários e o seu ponto de vista é silenciado ou aparece apenas como registo curioso ou engraçado. As prioridades comerciais dos media, as dificuldades diárias da produção jornalística (escassez de tempo, espaço e investimento), bem como o próprio estatuto minoritário das crianças na sociedade (que na verdade não são uma minoria em termos quantitativos, já que as pessoas com idade até 18 anos somam aproximadamente 37% da população mundial) são constrangimentos para enquadramentos noticiosos que protejam e promovam os direitos infantojuvenis. Nesta perspetiva, partimos da ideia central de que as notícias são uma construção social, reflexo das forças sociais, económicas e culturais preponderantes em cada sociedade para refletir sobre o jornalismo português e brasileiro. Com base num vasto trabalho de campo, que inclui análise de documentos, entrevistas com jornalistas e fontes de informação dos dois países e análise dos jornais Público (Portugal) e O Globo (Brasil), concluímos que o jornalismo predominantemente reproduz uma imagem da infância e da juventude como objetos de provisão e proteção (ou repressão, conforme o caso), o que remete para uma cidadania passiva na qual os adultos sobrepõem os seus pontos de vista, enquanto crianças e jovens são silenciados como sujeitos de interesse político e social. 

Este livro constitui o nr. 61 da Colecção Comunicação.
As Edições MinervaCoimbra assinalam durante o ano de 2013, 16 anos de publicação regular e contínua na área das Ciências da Comunicação.Com 4 colecções, das quais três são dirigidas por Mário Mesquita, e uma por Isabel Nobre Vargues, e mais de 100 títulos publicados sobre esta temática a MinervaCoimbra contínua a manter a sua liderança na área da comunicação.  A bibliografia sobre esta temática até 1997 era escassa. Com proposta  de  Mário Mesquita (na altura a leccionar no curso de jornalismo da Universidade de Coimbra e na UNL) nasce a colecção Comunicação seguindo-se a Colecção MinervaCiências da Comunicação e Cadernos Minerva.Em 2009 estas colecções são complementadas com a Colecção Comunicação História e Memória, com direcção de Isabel Nobre Vargues.Os autores são professores universitários, jornalistas e políticos (nacionais e estrangeiros).

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