terça-feira, abril 16, 2013

«JOANINHA, AVÔ, AVÔ....» DE SOUSA DINIS APRESENTADO NO SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIÇA, EM LISBOA

Juiz Conselheiro Sousa Dinis

Decorreu no Supremo Tribunal de Justiça em Lisboa a apresentação da sátira política, "JOANINHA, AVÔ, AVÔ...." de autoria do Juiz Conselheiro Joaquim Sousa Dinis, com a chancela das Edições MinervaCoimbra. O livro conta com ilustrações de Teresa Gomes.

Isabel de Carvalho Garcia, Sousa Dinis, 
Luís Noronha Nascimento e Álvaro Laborinho Lúcio

A sessão foi presidida pelo Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Luís Noronha Nascimento, e a apresentação coube ao Juiz Conselheiro Álvaro Laborinho Lúcio, contando ainda com a intervenção do Autor (que foi fundador do Círculo Cultural do Supremo Tribunal de Justiça) e de Isabel de Carvalho Garcia, pela editora.


O Juiz Conselheiro Álvaro Laborinho Lúcio  mais uma vez, com verdadeira mestria, desconstruiu a trama, percorrendo as 80 páginas desta sátira política, desde o espelho mágico até uma quinta gerida por animais. O apresentador foi elucidando os presentes, descobrindo os animais que povoam esta história. Foi revelando a criatividade e imaginação de Sousa Dinis ao escrever, de uma forma divertida, mas incisiva, e construindo uma história, dentro de outra história, ao estilo de boneca russa, com vários animais que simbolizam os vários intervenientes políticos nacionais e as situações que o país atravessa. O pavão, o albatroz, o gato das botas, a gaivota, as  galinhas e os kits de chocalhos (os magalhães), os três lobinhos e o porco mau, a formiga, a cigarra, os gaviões, o mocho, e os mexilhões, são alguns dos animais que povoam a quinta e assim o avô conta histórias aos netos: Rita, Joana, Mariana e Gonçalo. Alice atravessa o espelho mágico (que funciona como uma porta de comunicação entre os dois mundos), para ir ter com Deolinda que está do outro lado do espelho. Os dois mundos "são desvairados": um apenas povoado por animais (onde está Deolinda) e outro por humanos.




O autor refere que um dia estava a ler o conto "A menina do mar" de Sophia de Mello Breyner a uma neta e reparou que a autora descrevia uma certa casa por fora. E como seria por dentro? Lembrou-se então do conto de Lewis Carroll "Alice do outro lado do espelho" e do mundo de fantasia onde a imaginação não tem limites.  "Daí até encontrar a quinta governada por animais foi um passo. Lembrei-me de Torga e do su livro "Bichos", em que descreve o comportamento de humanos como verdadeiros animais. Ora do outro lado do espelho tudo se processa ao contrário. Apelei a Orwell e dei aos animais comportamentos humanos, com os seus atavismos, as suas idiossincrasias, os tiques autoritários, a infalibilidade de uns e o servilismo de outros...."
e acrescenta " É que há várias formas de exercermos o nosso direito de cidadania. Eu escolhi este, escrevendo este livro."

Neste seu quarto livro, o Juiz Conselheiro Sousa Dinis,  traça uma crítica mordaz na abordagem de alguns episódios que vão surgindo na interação dos animais, para, afinal, deixar duas mensagens: a de liberdade e a de cidadania.

Joaquim José de  Sousa Dinis nasceu em Marrazes, Leiria, em 1942, tendo-se licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra, cidade onde reside.
Abraçou a carreira da magistratura, tendo sido delegado do Procurador da República de 1967 até 1973, com interrupção de 1968 a 1970, para cumprir
o serviço militar, com mobilização para Angola.
Nomeado juiz de direito em 1973 e juiz desembargador em 1990, ascendeu ao supremo tribunal de justiça em 1998.
Foi vogal do Conselho Superior da Magistratura. Presentemente é Juiz conselheiro jubilado. É sócio fundador e actual vice-presidente da Associação Portuguesa de Escritores Juristas,
fundador do Círculo Cultural do Supremo Tribunal de Justiça e membro correspondente das Academias Petropolitanas de Letras e de Letras jurídicas (Petropolis).
Ganhou o prémio "Eça de Queirós 1994" na modalidade de conto.
Para além de publicações em Portugal e no Brasil sobre temáticas jurídicas, publicou, na modalidade de ficção, Contos do Aquém, do Além e do Mar (esgotado),
Varandas Para o Atlântico (romance) e Xeque ao Rei Capelo (MinervaCoimbra).

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