sábado, fevereiro 20, 2010

ARENAS na Galeria Minerva



A Galeria Minerva tem a honra de convidar para a inauguração da exposição

ARENAS

de Élia Ramalho (pintura) e Paula Almeida (fotografia),
que assinala o arranque, em Coimbra, da Tertúlia Tauromáquica Feminina A Mantilha.

A sessão decorre dia 20 de fevereiro (sábado), pelas 17h00, na Galeria Minerva (rua de Macau, 52 - Bairro Norton de Matos), em Coimbra.

A exposição pode ser visitada até 4 de março, de segunda a sábado, das 10h00 às 13h00 e das 14h30 às 20h00.

Élia Sofia Ramalho nasceu em Tomar a 23 de setembro de 1976. É licenciada em Pintura pela ARCA.EUAC e tem uma pós-graduação em Comunicação Estética. Está representada no Museu da Presidência da República, no Hospital Distrital de Tomar (entrada principal e Unidade de Cuidados Paliativos) e nas bibliotecas de Ferreira do Zêzere e Ferreira do Alentejo, bem como nalgumas coleções particulares. Recebeu uma Menção honrosa na Bienal de Porto Santo, em Agosto de 2009. É professora de Arte no Colégio Menino Jesus, em Coimbra.



Paula Almeida nasceu em Lisboa a 1 de setembro de 1965. É licenciada em Jornalismo pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e tem uma pós-graduação em Estudos sobre a Europa. No jornalismo integrou as redações do Jornal de Coimbra, Diário As Beiras, O Primeiro de Janeiro, Campeão das Províncias e O Despertar, entre outras colaborações esporádicas em jornais e revistas nacionais. É colaboradora especializada do semanário Notícias Médicas e mantém, no quinzenário O Despertar, uma colaboração na área da tauromaquia.



Arenas
 
Nobre arte, esta, de perfumar a sorte. Todos querem espetáculo. Vénias, campinos, brilhante cortejo. Casacas para a cerimónia, ao estilo de Luís XV (uns). Ousadias de manto bordado (outros). Cavalos de raça, valentes, em lide com gente brava. Há touro farpeado, touro bandarilhado. Bonita festa. Nestes pormenores do triunfo, há rostos fechados, toureiros apegados à sorte dos outros. Solidariedade de gente brilhante. Nas arenas da nossa terra, há corridas, ora de aplausos ora de silêncio. Nobre arte de pegar touros, por forcados destemidos. Um perfume no santuário do respeito e do entusiasmo. Aplausos. Olha-se em torno do redondel. As farpelas enchem o olho. Cor, céu largo. Terra fértil. A cada profissão, o seu lugar. A cada gesto, o seu maneio. Ferros curtos, de êxtase. Os compridos, de força maior. Quem enche a praça nem sempre sabe ao que vai. Mas há quem escolha os favoritos. Há sol. Há luzes que iluminam a noite. Toca a banda, quando a preceito se forma o bailado da corrida. Todos em comunhão. Trocam-se cavalos. A lide é o sorteio da vida. Uma vez, boa. Outras, a desilusão findo todo o empenho. Que mais? Gente simples. Gente de estirpe, com nomes compridos. Ganadeiros empreendedores. Apoderados na roda de uma rivalidade nem sempre salutar. De triunfo em triunfo, cada cartel. Há alterações de última hora. Mas, todos, todos na festa.
Ombreia-se a alegria à vontade da lide perfeita. Os ferros sucedem-se, na labuta frenética de cada temporada. Na ribalta, o desembaraço de homens e mulheres personagens de uma narrativa de valentia. Eles e elas escolhem montadas para abrilhantar o seu estilo. Aroma de classe, lides mais repousadas. Toureio moderno, impregnado de velocidade. Ritmos, cadências. A bandeira de Portugal. Variedades taurinas. Modas antigas em tempos de convicções e de promessas. E ficam, para sempre, as imagens. Debruadas com a lotaria do instante. Sensibilidade de quem vê as arenas de Portugal, com a glória calibrada pelo sorriso largo. Tons de festa. Lampejos de agrado.


Paula Carmo
(texto originalmente publicado na revista A23 online aquando da inclusão do portfolio Arenas, de Paula Almeida, em dezembro de 2009)

 

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