sábado, novembro 01, 2008

PORTO DE AVEIRO: Entre a Terra e o Mar


A MinervaCoimbra tem já disponível nas suas Livrarias e para distribuição o livro de Inês Amorim — PORTO DE AVEIRO: Entre a Terra e o Mar —, comemorativo dos 200 anos da abertura da Barra de Aveiro (3 de Abril de 1808).


"Em 3 de Abril de 1808 a barra do porto de Aveiro fixou-se, onde hoje está. O acontecimento, vivamente desejado, tem, a montante e a jusante, uma longa história.

A história do porto de Aveiro é, antes de mais, um observatório, por excelência, das relações, político-administrativas, articuladoras de interesses e poderes locais com os globais, assim como do desejo do homem em dominar a natureza, a par do desejo de progresso, sempre…, sempre…, entre a incerteza e o fascínio da realização.


O percurso de abordagem funciona como um “jogo de escalas” dada a abordagem micro e macro que se procura cruzar, em torno de três momentos:

. o primeiro traça a relação entre Ria, mar, barra, porto, uma relação marcada por uma vida marítimo-fluvial que se inicia muito antes da abertura da barra, há 200 anos, e que justifica e sua progressiva consolidação, e reivindicação, de barra a porto, até aos nossos dias;

. no segundo, acompanha-se a progressiva institucionalização da ideia de porto, consolidada numa estrutura orgânica, desde 1755, marcada por actores, institucionais, que evoluiu ao ritmo das competências que as tutelas político – económicas lhes permitiram exercer (quer sobre o porto, quer sobre a Ria, mesmo sobre o mar), sempre justificadas por modelos de gestão, que se idealizaram e concretizaram, oscilando entre a autonomia e a dependência das tutelas centrais;

. no terceiro, observa-se o progressivo “desenho” do porto – entre o espaço imaginado (planos, propostas, projectos, mapas e cartas) e o executado, em que os “engenheiros” no seu sentido mais lato (desde os militares aos civis) se envolvem, num processo de articulação entre tutelas plurais (da engenharia militar e civil, às tutelas administrativas de cariz nacional e/ou local).

Homens e mulheres, às dezenas e aos centos, que se agregavam em torno das necessidades de construção, de administração, de animação comercial e de transporte, universo humano em torno do porto. Anónimos, tantos destes, povoam os espaços descritos e animam as estruturas orgânicas, acentuam conflitos e festejam os sucessos. Os seus rastos povoam a documentação que o arquivo do Porto de Aveiro encerra e é graças a esta e àqueles que se justificam todas estas letras, homenagem sincera dos seus herdeiros, que se perpetuará outros tantos, ou mais, 200 anos…".


Inês Amorim (Maria Inês Ferreira de Amorim Brandão da Silva) nasceu em 1959. É Professora Associada do Departamento de História da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, especialista em História Moderna e Contemporânea e História Económica e Social, nomeadamente nas áreas da história marítima (história do sal, história da pesca, história dos portos), história do trabalho e das classificações sócio-profissionais e história da ciência.
A sua tese de doutoramento intitulou-se "Aveiro e sua Provedoria no século XVIII (1690-1814) – estudo económico de um espaço histórico".
Inês Amorim é cordenadora, desde 2004, do Instituto de História Moderna da Universidade do Porto (IHM-UP), unidade de investigação apoiada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia e foi coordenadora do Projecto SAL(H)INA, Salt History - Nature and Environment – from XV to XIX - História do Sal - natureza e meio ambiente - séculos XV a XIX, entre Outubro de 2005 e Outubro de 2008.
É investigadora no projecto HISPORTOS – Contribuição para o estudo dos portos do Noroeste português na Época Moderna.
Tem publicadas várias obras nas suas áreas de investigação.

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