O pensamento contemporâneo poderá caracterizar-se, entre outros atributos, por ser um pensamento que pensa a individuação, a singularidade e o acontecimento. Este texto mostrará com muita clareza como é possível pensar, numa perspectiva contemporânea, textos arcaicos, em que a génese do conceito emerge, como é o caso com Duns Escoto, por exemplo. Por esta via torna-se claro o desafio proposto pela ordem da escrita e do escrito que consiste na resistência do texto ao seu contexto original. Sem adulterar a leitura, que se quer até literal, a proposta de Luís Lima é a de iluminar essa escrita longínqua, torná-la legível na actualidade, tarefa que, executada com rigor, não é desafio fácil. Daí que o conceito de hecceidade / ecceidade seja cotejado desde o seu emprego pelo projenitor escocês até ao emprego que dele fazem Deleuze e Guattari que o reinvestiram no século passado.
Maria Augusta Babo (Prefácio)
Luís Filipe Monteiro Lima nasceu em França a 8 de Setembro de 1971. Licenciou-se em Ciências da Comunicação, em 1995, com uma tese sobre as ligações entre a crítica e a arte. Fez uma pós-graduação em Jornalismo Internacional na Universidade Autónoma de Lisboa e uma outra — em Cultura Contemporânea e Novas Tecnologias, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa — que o levou à conclusão do mestrado na mesma área com a investigação, contemplada por uma bolsa da Fundação para a Ciência e Tecnologia, que está na origem da presente edição.
Iniciou actividade no jornalismo profissional passando pelas redacções da TSF e TVI para se afirmar na imprensa escrita como editor da revista Volta ao Mundo e do suplemento de viagens semanal do Diário de Notícias. Desenvolve, desde 2002, uma carreira de jornalista e tradutor free-lancer, colaborando com publicações como a revista National Geographic ou o programa Imagens de Marca da SIC Notícias e editoras como a Antígona ou A Esfera dos Livros. Foi ainda docente universitário na Escola Superior de Jornalismo do Porto.
Actualmente a redigir a sua tese de doutoramento, conta com o apoio de uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian para a investigação repartida em co-tutela entre o departamento de Literatura da Universidade Paris IV Sorbonne, sob orientação do professor Antoine Compagnon, e o departamento de Filosofia da UNL, sob a orientação do professor José Gil.
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