sábado, fevereiro 09, 2008

SEM meias-tintas



“Quem conhece Júlio Correia sabe que ele cultiva o estilo da frontalidade, que as suas palavras têm a sua silhueta que lhe empresta carácter e lhe devolve uma acrescida afirmação para lá dos contextos, que as suas metáforas bebem nos rios onde o povo ainda lava os trapos. Este livro é a feliz combinação do sonho das suas raízes com a cidade onde vive mas, também, da crítica, às vezes mordaz, que se esgueira aos lugares que trazem os cheiros e as gentes que ajudaram a fazer a sua história de vida”. — António Vilhena in “Quase Prefácio”

“Este livro é impróprio, sobretudo, para pessoas conformadas consigo mesmas, com os seus supostos e apregoados êxitos e os seus reais e mascarados fracassos. Conformadas com a mortalha em que se refugiam e lhes anestesia o espírito crítico. Conformadas com a voluntária abdicação do exercício da sua cidadania e com a globalização da incultura, cujas manifestações todos os dias lhes entram pelos olhos e pelos ouvidos com a prodigalidade e a benção das televisões, dos jornais e dos rádios. Conformadas com a abdicação do pensamento próprio (meditado e expresso) e com o cómodo e alienante conceito do “não vale a pena”... Não se pense, contudo, que os textos aqui reunidos, nomeadamente as Crónicas e as Sátiras, são do género “bota-abaixo” ou decorrentes de um gratuito e persecutório espírito de maldizer. Longe disso!” — Autor, in “Preâmbulo”


Júlio Correia nasceu em Lisboa, em 9 de Maio de 1927. Radicou-se em Coimbra a partir de 28 de Fevereiro de 1957. Aos 14 anos, com outro colega, fundou o jornal escolar “A Casa Pia”, que se publicou durante 20 anos. Entre 1952 e 1957, colaborou na
edição e redacção do jornal “Voz do Trabalho”, que veio substituir o jornal “O Trabalhador”, do Padre Abel Varzim. Desde 1974 que escreve para a Imprensa, com maior incidência e regularidade a partir de 1992.
Tem publicados os livros “Da Minha Janela em Coimbra”, “Estórias do Meu Beco” e “Tempos de Mim” (Poesia).

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