Numa organização da Livraria Minerva e do Instituto de Estudos Clássicos da FLUC realizou-se ontem a sessão das Terças-Feiras de Minerva de Natal de 2006.
A assinalar o Natal, Amélia Campos e Carla Coelho, do Grupo Thíasos do IEC, José Ribeiro Ferreira e Maria Lucília Mercês de Mello, fizeram uma Leitura de Poemas sobre a Virgem Maria e o Menino Jesus, mediante uma selecção de José Ribeiro Ferreira.
Oração do Deus-Menino
Jaime Cortesão
[Ançã, 1884-1960]
Era noite; e por encanto
Eu nasci, raiou o Dia.
Sentiu meu pai que era Santo,
Minha mãe, Virgem-Maria.
As palhinhas de Belém
Me serviram de mantéu;
Mas minha mãe, por se Mãe,
É a Rainha do Céu.
Nem há graça ambaladora,
Como a de mãe, quando cria;
É como Nossa Senhora,
Mãe de Deus, Ave-Maria!
Está no Céu o menino,
Quando sua mãe o embala.
Ouve-se o coro divino
Dos anjos, a acompanhá-la.
Como num altar de ermida,
Ando no teu coração;
Para ti sou mais que a vida
E trago o mundo na mão.
Não sei de pais, em verdade,
Mais pobrezinhos que os meus;
Mas o amor dá divindade,
E eu sou o filho de Deus!
Jaime Cortesão
[Ançã, 1884-1960]
Era noite; e por encanto
Eu nasci, raiou o Dia.
Sentiu meu pai que era Santo,
Minha mãe, Virgem-Maria.
As palhinhas de Belém
Me serviram de mantéu;
Mas minha mãe, por se Mãe,
É a Rainha do Céu.
Nem há graça ambaladora,
Como a de mãe, quando cria;
É como Nossa Senhora,
Mãe de Deus, Ave-Maria!
Está no Céu o menino,
Quando sua mãe o embala.
Ouve-se o coro divino
Dos anjos, a acompanhá-la.
Como num altar de ermida,
Ando no teu coração;
Para ti sou mais que a vida
E trago o mundo na mão.
Não sei de pais, em verdade,
Mais pobrezinhos que os meus;
Mas o amor dá divindade,
E eu sou o filho de Deus!
Talvez Natal
António Manuel Couto Viana
[Viana do Castelo, 1923-]
Que a minha poesia
Jorre de novo em fonte.
Tu que fazes, Maria?
— Vou beijar-te na fronte.
Que a rosa da alegria
Volte a esfolhar-se em mim.
Tu que fazes, Maria?
— Colho-a no meu jardim.
Que eu tome cada dia
O alvor da comunhão.
Tu que fazes, Maria?
— O milagre do pão.
Que graça te alumia?
Quem te sublima em luz?
Tu que fazes, Maria?
— Trago ao colo Jesus.
António Manuel Couto Viana
[Viana do Castelo, 1923-]
Que a minha poesia
Jorre de novo em fonte.
Tu que fazes, Maria?
— Vou beijar-te na fronte.
Que a rosa da alegria
Volte a esfolhar-se em mim.
Tu que fazes, Maria?
— Colho-a no meu jardim.
Que eu tome cada dia
O alvor da comunhão.
Tu que fazes, Maria?
— O milagre do pão.
Que graça te alumia?
Quem te sublima em luz?
Tu que fazes, Maria?
— Trago ao colo Jesus.
Sem comentários:
Enviar um comentário