quinta-feira, novembro 23, 2006

Reabilitação urbana da Baixa foi tema em Terça-Feira de Minerva


A Livraria Minerva, em conjunto com o Rotary Club de Coimbra Santa Clara, promoveram mais uma sessão do Ciclo “Coimbra – Uma candidatura a Património mundial”, integrada nas Terças-Feiras de Minerva. Desta vez a sessão contou com a presença de João Rebelo (Vice-Presidente da Câmara Municipal de Coimbra), de João Paulo Craveiro (Presidente da Sociedade de Reabilitação Urbana Coimbra Viva) e de Rui Mealha, arquitecto responsável pela solução urbanística da 1ª unidade de intervenção de recuperação da Baixa de Coimbra. O tema foi precisamente a Sociedade de Reabilitação Urbana Coimbra Viva (SRU) que tem como área de intervenção definida todo o centro histórico.




No entanto, como salientou João Rebelo, dentro daquele espaço a câmara definiu como prioridade a Baixa. “Em primeiro lugar porque é a zona que está mais degradada e porque é a área onde é mais importante a renovação e colocação de pessoas”, afirmou.

Num documento elaborado pela autarquia foram identificadas ainda 8 subzonas prioritárias das quais a primeira é a que corresponde à área de atravessamento do futuro eléctrico rápido de superfície. “Sendo algo que estava assumido pelo Governo, que estava posto a concurso e de que desde há 20 anos se falava na cidade, deixou de haver naquela área investimento na manutenção e conservação do edificado”, referiu ainda João Rebelo. Trata-se pois de uma zona que “está em profunda degradação e ruína”, sendo necessário, “por razões de segurança, demolir devido ao risco evidente”.




João Paulo Craveiro recordou o posicionamento estratégico da Baixa na dinâmica da cidade e revelou que a área a ser intervencionada tem cerca de 14 hectares e uma população de 1.300 habitantes.

O Presidente da SRU salientou a necessidade da “criação de condições de atractividade de acordo com padrões de modernidade e conforto”, referindo que a reconstrução dos edifícios “deverá preservar a forma arquitectónica, mantendo o exterior das edificações e renovando o interior”. Deverá ainda ser dada atenção especial ao estacionamento para residentes. A manutenção e incremento de actividades económicas estratégicas é outra das preocupações.
“Temos que ter projectos de altíssima qualidade e, por outro lado, temos que conseguir que a intervenção se faça sem vir a originar custos de manutenção de tal ordem que o projecto não tenha sustentabilidade económica”, referiu ainda João Paulo Craveiro.




“Coimbra, como cidade histórica que é, não pode continuar a dar-se ao luxo que ter o centro histórico e a baixa, nomeadamente, naquele estado. Temos que ter condições para atrair novos moradores que gostem de lá viver e para tal teremos que garantir funções e actividades âncora. Garantir vida intensa quer durante o dia, com as lojas abertas, quer durante o fim da tarde e noite”, revelou.

A 1.ª unidade de intervenção engloba a passagem na baixinha do eléctrico rápido de superfície, enquanto a 2.ª unidade englobará o Terreiro da Erva e toda a área envolvente entre a rua da Moeda e a rua da Sofia, a rua Direita e a rua João de Ruão.




A finalizar, o arquitecto Rui Mealha falou aos presentes sobre as soluções urbanísticas a adoptar para a 1.ª unidade de intervenção, seguindo-se um aceso debate com várias perguntas por parte da assistência.

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