domingo, outubro 16, 2005

Mensagens – poemas do sim do não e do tanto faz

Da esquerda para a direita, Delfim Leão, Isabel de Carvalho Garcia,
Horácio Pina Prata, Anabela França Pais, Mário Nunes e José Ribeiro Ferreira


Com o lançamento do livro
“Mensagens – poemas do sim do não e do tanto faz”


Minerva recomeça sessões culturais
das terças-feiras


Recomeçaram esta semana as sessões Terças-Feiras de Minerva, depois do habitual interregno de Verão. A primeira sessão foi dedicada à poesia, com a apresentação do livro de Anabela França Pais, “Mensagens – poemas do sim do não e do tanto faz”. Estiveram presentes os vereadores Mário Nunes e Horácio Pina Prata, bem como o recentemente eleito, Luís Providência, tendo a apresentação do livro estado a cargo de Delfim Leão, director do Instituto de Estudos Clássicos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.

“Mensagens – poemas do sim do não e do tanto faz” parece remeter para o processo como boa parte dos poemas que o integram foram criados, referiu Delfim Leão. Efectivamente, pela leitura se depreende a forma “quase lúdica, com um divertimento quase pueril”, com que a autora escreve a sua poesia.

“Talvez não seja por acaso que nos aparece numa das gravuras um telemóvel, ancorando-nos à actualidade em que, de facto, o trocar mensagens se tornou num processo quase instintivo”, referiu. “Talvez na génese de alguns poemas, esse acto de partilha e de resposta imediata tenha que ver com aquilo que aqui nos aparece”.

Mas não é apenas de mensagens que o texto trata, “mensagens do sim, do não e do tanto faz, e não há-de ser indiferente que assim seja”, afirmou Delfim Leão. “Poderia dizer-se que o sim corresponde à ilusão, ao encanto, à aposta e à crença em alguma coisa”. Já o não “corresponde à negação disso mesmo, ou seja, ao desencanto, à desilusão”.

Mas no livro de Anabela França Pais não ficamos por aqui, já que ela sugere também poemas do tanto faz. Para Delfim Leão, das três hipóteses, “esta é talvez a mais marcante e a mais problemática, porque o tanto faz é o espelho da indiferença. É quando alguma coisa na qual nos empenhamos e acreditamos, a partir de certa altura, nos deixa indiferentes”.

Delfim Leão destacou ainda alguns mitos da cultura clássica abordados no livro, como o de Cupido e Psique, “um dos mais belos” que nos chegou da antiguidade.

A iniciativa contou ainda com as intervenções de Isabel de Carvalho Garcia, José Ribeiro Ferreira, que leu alguns poemas da obra, Horácio Pina Prata e Mário Nunes. Pina Prata destacou a importância da aposta nos jovens enquanto potencial de desenvolvimento da cidade e do concelho, enquanto Mário Nunes, mais uma vez, se congratulou pela realização de sessões culturais como esta, que encheu de espectadores o espaço da Livraria Minerva.

A sessão terminou com a leitura de alguns dos poemas do livro por dois elementos do Grupo Thíasos, do IEC/FLUC.

Anabela França Pais é natural de Coimbra e professora de inglês e português, e está a frequentar o mestrado em Literatura Portuguesa na FLUC. Reside em Ceira, facto que inspira alguns dos seus poemas.

Com esta sessão as Terças-Feiras de Minerva regressam quinzenalmente com a variedade de temas que sempre as caracterizaram: ciência, literatura, história, arte, entre outros.

Foto: Paula Almeida

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