No âmbito do Dia Internacional do Idoso que é comemorado anualmente a 1 de Outubro aconselhamos o livro «POSSO SER? Dinâmicas grupais em torno da personalidade e do envelhecimento» de Margarida Pedroso de Lima e Abi Gail (Ed. MinervaCoimbra).
A propósito deste livro deixamos aqui o testemunho do Prof. Doutor Manuel Viegas de Abreu:
« Este livro é um trabalho a duas vozes. Um trabalho com dois timbres diferentes: um timbre mais científico, embora com incursões na prática psico-social, a cargo de Margarida Pedroso de Lima e um timbre mais reflexivo, com pendor poético, a cargo de Abi Gail. Um livro que aborda desde o nascimento até à velhice... (...) um livro original com ciência, poesia, ficção: um livro de pendor científico-pedagógico que defende algumas teses.
A primeira: para compreendermos o comportamento de qualquer pessoa precisamos de conhecer a personalidade. O estudo e a compreensão da personalidade é fundamental.
A segunda: a personalidade desenvolve-se ao longo da vida. Há possibilidade de transformação. As pessoas nascem com um conjunto de personalidades mas somos também muito feitos por um conjunto de circunstâncias. Ortega Y Gasset dizia que “nós somos nós, cada um de nós é ele próprio e as suas circunstâncias”. Mas a nossa personalidade desenvolve-se e esse desenvolvimento faz-se ao longo da vida.
Terceira: há quem diga que os idosos estão acabados, que as suas potencialidades estão em declínio. O que esta tese pretende mostrar, com base em conhecimentos científicos, é que o desenvolvimento nunca acaba.
A segunda: a personalidade desenvolve-se ao longo da vida. Há possibilidade de transformação. As pessoas nascem com um conjunto de personalidades mas somos também muito feitos por um conjunto de circunstâncias. Ortega Y Gasset dizia que “nós somos nós, cada um de nós é ele próprio e as suas circunstâncias”. Mas a nossa personalidade desenvolve-se e esse desenvolvimento faz-se ao longo da vida.
Terceira: há quem diga que os idosos estão acabados, que as suas potencialidades estão em declínio. O que esta tese pretende mostrar, com base em conhecimentos científicos, é que o desenvolvimento nunca acaba.
Há uma perspectiva temporal, a pessoa sabe que não tem muito tempo de vida mas tem projectos. Este livro não é um manual mas é um livro que serve aos estudantes no sentido do conhecimento da complexidade da personalidade. Somos seres sociais por natureza, seres políticos por natureza, sonhamos com a beleza, a poesia, a arte. Temos o valor do belo da verdade, da justiça. Este livro pode ser lido como um livro de divulgação. A linguagem é acessível, é uma obra aberta porque é um livro estimulante.»
O livro
Posso ser? Permitem-me ser? Sou aceite? O desafio deste
livro prende-se com uma das questões
fundamentais a que a nossa sociedade tem forçosamente de
responder: permitimos aos nossos mais velhos ser?
In Prefácio:
"A nossa personalidade é a nossa prisão? É aquilo que
nos limita ou aquilo que nos possibilita aproveitar o mundo e usufruir?
Conforme vamos envelhecendo, a nossa personalidade funciona
como o ninho protector que nos permite arriscar com segurança ou como a
madrasta inquinada que nos obriga a varrer a vida sempre da mesma forma? É
aquilo que somos e a que podemos retornar ou aquilo que levamos sempre
connosco? É aquilo que nos permite viver bem as diferentes fases da vida ou
lamentar que o sol se ponha todos os dias?..."
ÍNDICE:
Prefácio; I. Enquadramento teórico; Introdução; O que é a personalidade; Breve história da Psicologia da Personalidade
II. Ciclo de Vida; Nascimento ou "Foi você que não pediu um novo bébé?"; Infância ou Amor; Adolescência ou Eu no Plural; Juventude ou Azimute; Maturidade ou Arbítrio; Velhice ou Antecipação; Morte-em-Vida
As autoras
Margarida Pedroso de Lima
Psicóloga, Mestre em psicologia da Educação e Doutorada em
Psicologia do Desenvolvimento, exerce funções de Professora Associada na
Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra,
onde lecciona disciplinas de psicologia do desenvolvimento na idade adulta. As
suas áreas de interesse vão para a intervenção desenvolvimental e terapêutica
com grupos e para a investigação sobre os factores promotores de bem-estar na
idade adulta avançada.
Abi Gail
Escolheu para si este nome híbrido, que lhe soa a ele e a
ela, ao divino e ao profano, ao ocidente e ao oriente e às rezas entoadas pelas
multidões, como murmúrios ou cânticos de descentração, destinados a fazer
esquecer, a cada um, a sua identidade. Já fez algumas coisas na vida e conta
fazer umas quantas mais. Gosta de mudar e também de permanecer, tudo depende do
estado em que se encontra. Se fosse bicho, seria um animal metamórfico: de vez
em quando com asas, outras vezes rastejante. Se fosse intelectual,
entreter-se-ia na variedade e pensaria, disciplinadamente, em miscelâneas.
Agradam-lhe as imagens com palavras dentro e mais ainda aquelas que habitam o
silêncio. Quanto mais conhece a ciência, mais gosta da literatura, mas toma
frequentemente café com as duas, sentadas à mesma mesa. A despesa é sempre por
sua conta, a não ser que consiga enganar uma e outra.
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