sábado, julho 07, 2012

«SETEMBRO VERMELHO» de CÂNDIDO FERREIRA [COIMBRA, CASA DA CULTURA]


Foi apresentado no dia 25 de Junho, na Casa Municipal da Cultura, em Coimbra, o mais recente romance de Cândido Ferreira, médico e escritor, natural de Febres. O romance intitulado Setembro Vermelho, tem a chancela das Edições MinervaCoimbra. A sessão foi presidida por Maria José Azevedo Santos, Vice-Presidente da Câmara Municipal de coimbra e Professora universitária. A apresentação esteve a cargo de Fernando Catroga, amigo e contemporâneo do autor (na crise académica) e professor de história na Faculdade de letras da Universidade de Coimbra e a José Dias, também contemporâneo e amigo do autor. Maria José Azevedo Santos abriu a sessão seguindo-se as intervenções de Isabel de Carvalho Garcia (editora), Fernando Catroga, José Dias, Ricardo Morgado (Presidente da Associação Académica), e do autor.

Este romance tem como pano de fundo a cidade de Coimbra e a crise académica de 1969, vivida na primeira pessoa, pelo autor e é dedicado a alguns heróis da sua geração donde se destacam, entre outros, António Arnaut, Rui Namorado, José Dias, Teresa Alegre Portugal, Pio Abreu, Celso Cruzeiro, Manuel Louzã Henriques, Fátima Saraiva e Fernanda Bernarda, etc...
Com uma trama amorosa e político/policial bem urdida, que tem o condão de prender o leitor desde a primeira página, e usando uma linguagem muito peculiar, ora comovente, ora hilariante, Cândido Ferreira consegue abordar de forma profunda, embora simples e atractiva, os acontecimentos que se desenrolaram entre Setembro de 1968 e Setembro de 1974. Um trabalho de notável qualidade literária.

 
Cândido Ferreira é casado, vive integrado numa larga família e é médico nefrologista na cidade de Leiria. Nascido em 1949, em Febres – Cantanhede, onde frequentou a Escola Primária, cumpriu a restante formação académica no Liceu de D. João III e na Faculdade de Medicina de Coimbra, até 1973. Foi bolseiro da Gulbenkian, trabalhador-estudante e atleta da AAC, tendo conquistado diversos títulos.
Em 1976, dirigiu o Hospital de Pombal, onde deixou reconhecida obra. Entre 1978 e 1982, foi Assistente de Nefrologia e frequentou um estágio em Lyon, na área das transplantações renais. Regressado aos Hospitais da Universidade de Coimbra, integrou a equipa do Prof. Linhares Furtado, tendo organizado a consulta de transplantação e a primeira colheita de órgãos e colaborado na primeira transplantação renal com rins de cadáver, em Portugal. Em 1982, enveredou pela diálise privada a partir de Leiria, tendo construído empresas e Clínicas consideradas modelares e sido responsável por uma vasta consulta de especialidade e por um milhão de tratamentos de hemodiálise.
Democrata e humanista, viveu a crise académica de 1969 e integrou o Executivo Distrital do MDP-CDE de Coimbra, antes do 25 de Abril, tendo chegado a ser detido por atividades contra a ditadura. Já não pertence a nenhum Partido, mas da sua incursão pela política ressalta, em 1975, ter declinado integrar a lista para a Assembleia Constituinte, pelo PS. Tendo exercido as funções de Presidente da Federação Distrital de Leiria daquele Partido, entre 1991 e 1995, recusaria também a carreira de Deputado à Assembleia da República.
Para além de uma vasta produção técnica e científica, alguma em colaboração com os mais reputados centros e publicações internacionais, foi responsável por largas centenas de artigos de opinião, acolhidos em múltiplos jornais, revistas e estações de rádio, tendo ainda efetuado inúmeras intervenções públicas, incluindo na TV.
É autor dos romances O Senhor Comendador, A Paixão do Padre Hilário e Setembro Vermelho e de três livros de crónicas – Os Burros, Esmeralda – Sim!... e Pelas Crianças de Portugal; foi também porta-voz de um movimento na blogosfera, criado em torno do “Caso Esmeralda”. Tendo sempre merecido excelentes classificações por parte da crítica especializada, foi ainda largamente distinguido na Enciclopédia de Artistas Médicos e na Antologia de Ficionistas da Gândara.
Ligado ao colecionismo, anima a criação de um “Museu das Coleções” em parceria com a Câmara Municipal de Cantanhede, a partir da doação de setecentas mil peças que reuniu, estudou e catalogou, e que se encontram dispersas por uma centena de temáticas, sendo algumas populares e outras ligadas à Bibliografia, ao Dinheiro, à História Postal, à Arqueologia e a diversas Artes Decorativas, como as coleções de pintura portuguesa e de artesanato, esta recolhida em todo o mundo.
Mantém cooperação regular com os países de expressão portuguesa. Em 2007 adquiriu uma propriedade no Alentejo, onde se esforça por instalar e desenvolver atividades ligadas à agricultura, à pecuária e à hotelaria, preparando assim um regresso à natureza e aos valores da vida tradicional.

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