CONVITE
A Galeria Minerva tem o prazer de convidar
para a inauguração
para a inauguração
da exposição de desenho e pintura
de Paulo Pereira (Paper).
No próximo sábado, dia 12 de Maio de 2012, pelas 18H00.
Galeria Minerva, Rua de Macau, 52 (Bº Norton de Matos), Coimbra.
Para visitar até 12 de Junho.
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A exposição
«Quando em meados dos anos 90 do século passado surgiram as primeiras observações das montras e vidros de lojas pintados, sucederam-se uma série de fotografias e registos em papel. O desiderato funcional destes painéis, o de ocultar o interior, esconder o que se estava a construir para um dia revelar a obra acabada é em si inspirador e até sugestivo de uma metáfora ou várias reflexões sobre o acto de produzir do nada ou do caos - vejam-se entulhos, poeiras, luz e sombras, sons de obra e suor, sentidos ou pressentidos através de nesgas riscadas com o cabo da brocha.
Observados os detalhes, e em perspectiva especificamente plástica, abriu-se uma via de acesso a uma intencionalidade reveladora de ideias e formas resgatadas ao ecrã lácteo, opaco, mais ou menos uniforme, que se revelará ao observador, brilhante e aprisionado pela superfície vítrea. Do ponto de vista da produção, tudo está digitalmente invertido, ponto por ponto, o que constitui um exercício de ver o mundo ao contrário, comum a muitas atitudes estéticas.
O que já não é tão comum é extrair do acto operário de pintar para ocultar, sem resistir a fazer pequenos rabiscos ou grafitar sem qualquer intenção artística, muitas vezes para puderem espreitar o exterior, uma via de acesso que carrega o paradoxo de ocultar para revelar, tal como um página em branco revela o que ficou por escrever. Tudo o mais são a propósitos e sublinhados consignados ao público através dessas vias de comunicação em banda larguíssima que são a Pintura e o Desenho.
Cabe ao público aceder à compreensão da realidade, a partir do que revela Paper por detrás dos seus vidros.»
Paulo Lucas
Paulo Pereira (Paper) nasceu em Coimbra no final de 1963.
O seu interesse pela arte manifestou-se desde muito cedo, tanto pelo desenho e pela pintura, como pelo design, fotografia e cinema. Fez os seus estudos secundários na área das artes nas Escolas José Falcão e Avelar Brotero, e na mesma época dedicou muito do seu tempo de adolescente a actividades extra curriculares sempre com ligação às artes.
No Centro Recreativo do Bairro Norton de Matos participou na dinamização de um cineclube, no Círculo de Artes Plásticas de Coimbra recebeu lições dos mestres Túlia Saldanha e Alberto Carneiro e participou em diversas exposições colectivas ali organizadas.
Nos começos dos anos 80, e contra a corrente dos entusiasmos juvenis predominantes, rapidamente reformula os seus estudos superiores de licenciatura em Design na Escola Superior de Belas Artes do Porto, optando pelo curso Artes Plásticas.
A pintura enquanto acto livre da inteligência, desvinculada de dimensões teleológicas, plena de interactividades e fonte inesgotável de conhecimento, produziu um apelo ao qual não conseguiu resistir. Foram anos de trabalho intenso. Multiplicaram-se os estudos, as tertúlias e os ateliês, partilhados com sensibilidades e saberes de talentosos colegas de diferentes proveniências; dentro e fora do contexto académico, não cabem nestas linhas os nomes de todos os mestres com quem teve o privilégio de aprender, mas recorda com natural entusiasmo as lições recebidas do professor e crítico de arte Joaquim de Matos Chaves.
Terminada a licenciatura e entrado no mundo do trabalho viu como complemento principal à sua actividade de docente a prática do design gráfico. Os projectos em torno da pintura foram amadurecidos, registados mas não esquecidos. Nestes anos, na década de noventa e nos primeiros anos do novo século, deu forma a vários projectos de comunicação gráfica e de identidade corporativa, no contexto de duas empresas que criou e dirigiu; é nesta década de grande intensidade e de fascínio pela tridimensionalidade que se impôs a necessidade de voltar ao meio académico para a realização do mestrado em Design Industrial na Faculdade de Engenharia do Porto, que concluiu com tese subordinada ao tema do desenvolvimento de produto.
Coincidindo com vicissitudes da sua vida pessoal, num turbilhão emocional a que não foram estranhos problemas de saúde, verificou-se recentemente um período de múltiplas sínteses e inevitável produção de pintura, há vários anos latente ou meramente registada.
É assim que nos últimos anos tem realizado exposições individuais, apresentado de cada vez trabalhos distintos, ou talvez mesmo díspares, como se de fases de trabalho se tratasse. Na verdade, não são mais do que ideias ou projectos que coexistem no seu espírito.
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