CONVITE
A Associação dos Antigos Alunos
da Escola Comercial e Industrial de Braga,
o Autor e as Edições MinervaCoimbra
têm o gosto de convidar V. Exa para o lançamento
do livro
MEIAS DE VIDRO
de AVELINO BARROSO
A apresentação será feita pelo Prof. Doutor Amadeu Torres (Castro Gil).
A sessão realiza-se no próximo dia 27 de Novembro de 2010,
pelas 16 horas, na sede da AAAECIB,
Rua do Raio nº 100, em Braga.
Em Abril de 1945 é admitido na Oficina de S. José de Braga a fim de fazer aprendizagem do ofício de alfaiate e frequentar o curso nocturno da Escola Industrial e Comercial D. Frei Bartolomeu dos Mártires, que conclui apenas em dois anos.
Passa a seguir por uma curta experiência de serviços de escritório, designadamente de contabilidade.
Em Junho de1954 é nomeado copista da Secretaria Judicial do Tribunal da comarca de Braga. Aproveita para estudar nas horas vagas e concluí os estudos do Liceu apenas em 4 anos e matricula-se, de seguida, na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, como aluno voluntário, concluindo a licenciatura em 22 de Fevereiro de 1973.
Inscreve-se na Ordem, mas passa a dedicar-se, apenas, como empresário do sector imobiliário.
Em 20 de Julho de 1994 publica no Correio do Minho, o texto: - As Tílias Também se Abatem, a propósito de uma polémica local. E descobre que escrever é um hobby que o distrai e lhe dá imenso prazer!
E a partir daí e até hoje passa a escrever com certa regularidade sobre os mais diversos temas polémicos de âmbito nacional; sobre o perfil de destacadas personalidades políticas; figuras públicas já desaparecidas do mundo dos vivos; presidenciais de 1996; textos de viagens e ficção, etc.
Publica, em 28 /11/1987, o livro de crónicas, AS TÍLIAS TAMBÉM SE ABATEM e em 21/06/1989, o livro, CONTOS DA VIDA RURAL.
O Livro
"A vida da freguesia de Rossas, do concelho de Vieira do Minho, nas fraldas da Serra da Cabreira implantada, retratada aqui em Meias de Vidro, bem parece a vida de uma terra rústica, vivida ainda na era dos reis de Portugal, do tempo em que a Península Ibérica começava a ser atravessada por esses monstros de ferro movidos a carvão e que traziam de França, alem do mais, o pão da cultura que matava a fome à nata dos intelectuais da geração de setenta. (...)
(...) Vai parecer ao leitor uma agreste terra de vida medieval, medieval sim, mas não no calendário, pois é ainda do tempo de muita gente que ainda hoje por lá vai esgravatando.
Foi por ali que o Ruço tirava cataratas às cabras, atalhava o bicho, tolhia as raparigas, quando elas, altas horas da noite, regressavam da novena; bebia água onde o gado matava a sede; se banhava, de cu ao léu, ora na poia do Pombal, escondido entre os amieiros, ora nas águas cristalinas de poças e ribeiros. Ruço que ia à lenha ao monte, à água à fonte, ao milho ao lavrador, que levava a seguir ao moleiro que o moía a troco da maquia. (...)
(...) Esse Ruço que tentou aprender o ofício de alfaiate, depois de andar a vender laranjada e pirolitos pelas feiras e festas de Igreja, acabando por entrar numa instituição de beneficência em Braga, para aprender o corte por escala.
Mas uma noite adormeceu, sonhou e quando acordou era um empresário de sucesso e profissional do foro inscrito na Ordem dos Advogados, só por bazófia, pois continuou a fazer aquilo que mais o compensava no sector imobiliário, não fazendo assim concorrência aos seus colegas. Tudo isto conseguira depois de casado. (...)
(...) O humanismo da Renascença e os refrescantes ares da Revolução Francesa tinham-se esquecido dessa terra e dessa humilde gente. É essa uma das virtudes de Meias de Vidro – romance passado numa terra tão longe e tão perto dos dias de hoje. Com certeza que vai interessar ao leitor saber que há cerca de quarenta anos, e ainda muitos anos depois, a vida dessa gente boa e trabalhadora não era o mar de rosas dos tempos do pós-25 de Abril.
Não desista, logo, por isso, o leitor de ler esta mensagem que o melhor não está, nem podia estar, nas primeiras páginas. À medida que folhear este romance vai assistir a uma intensidade cada vez maior de emoção, dada a intriga entre as personagens que se vão cruzando no dia-a-dia, e apaixonar-se por algumas, certamente, e odiando com certeza outras que estão ao serviço do mal.
Vai certamente torcer pela Maria do Rosário que encarna o bem e, em momentos difíceis, soube defender-se, pondo acima de tudo a sua honra. Vai odiar Gasparinho, presidente da junta que mandava os cães dos cabos do regedor tirar-lhe o pão que, no tempo do volfrâmio, aquela gente humilde, e entre ela estava o Ruço, ia vender, de pé descalço, ao quilo, para as Minas da Borralha, desafiando os lobos ao passar pelo cume da Serrada Cabreira, de noite e de dia, quer fizesse sol ou chovesse. Também vai gostar do Tozé, o malguinhas, que não era tão burro como o julgavam. (...)
in Introdução
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