sábado, maio 15, 2010

Quase poesia Quase, de Paulino Mota Tavares [15 de Maio, Coimbra]


Convite

As Edições MinervaCoimbra e o Autor têm o gosto de convidar V. Exa.
para o lançamento do livro

Quase poesia Quasede Paulino Mota Tavares
(ilustrações de Valdemar Peixoto)

A apresentação será feita pela Dra. Regina Rocha.

Leitura de poemas por José Machado Lopes.
Momento musical por Sara Travassos.

A sessão realiza-se no próximo dia 15 de Maio, pelas 18H00,
na Livraria Minerva Rua de Macau, 52 em Coimbra.



 


Dizer poesia

Gostava tanto de sonhar

e dizer a poesia…

seria outro o encanto

dos pássaros

seria outra

a alegria das águas

e nem sequer haveria o pranto

e ficariam esquecidas

as noites mais escuras

as dores as mágoas

as saudades prontas que viajam

sobre o mar

esse mar que arde

a anunciar um qualquer regresso

uma qualquer lágrima

uma vela rasgada ou

o mais expresso e trágico

dos naufrágios.



E aí vem o luto

a dor negra

quase tão sofrida

como o mais longo evangelho

do clamor

do grito

ou dos presságios.

Onde ficas então escondida poesia?


                                                                 Paulino Mota Tavares


Paulino Mota Tavares é natural da Nazaré, onde nasceu, em 1938. Estudou em Leiria durante oito anos e frequentou aulas de Latim durante cinco anos. Trabalhou nos CTT.
Licenciado em História Económica e Social pela Universidade de Coimbra, frequentou, na Faculdade de Direito, o Curso de Estudos Europeus. Trabalhou no Banco de Portugal em Coimbra e em quatro Agências diferentes entre 1962 e 1993.
Leccionou na então Escola Secundária de Angra do Heroísmo em 1983/84. Em 1985 transitou para a Agência do Banco de Portugal em Ponta Delgada, na Ilha de S. Miguel. É também investigador na área da História do Séc. XVII português.
Publicou vários livros, colaborou na Revista História, em diversos jornais e revistas, e é fundador do Centro de Estudos Inesianos em Montemor-o-Velho. Tem apresentado, no país, diversas comunicações na área da História de Portugal e da Literatura Portuguesa.

Sempre escrevi ou fiz poesia, já que poesia significa exactamente fazer, durante a noite, mal adivinhando que o próprio Alcorão sublinhava a importância criativa e pacífica da mesma noite.
“A Noite do Poder vale mais do que mil meses. Nela nascem os Anjos e o Espírito com a permissão do teu Senhor para executarem todas as Suas ordens. Nela há paz até ao romper da aurora.”
(Alcorão, Parte II, Cap. XCVII)

Foto do Autor: Paula Almeida

2 comentários:

António da Melroeira disse...

Já muito à distância, gostaria de afirmar quanto me alegrei com a homenagem prestada a Paulino Mota Tavares. Fui seu colega em Leiria, e depois em Coimbra. Mais tarde ajudou-me a fundar a Universidade Sénior de Ourém. Quero aproveitar esta ocasião para deixar aqui publicamente a expressão da grande admiração que sempre nutri pelos estudos, companheirismo, inspiração poética e, acima de tudo, pela grande amizade que sempre nos uniu. António Baptista.

António da Melroeira disse...

Reitero as palavras que registei para Paulino Mota Tavares. António da Melroeira.