quarta-feira, março 18, 2009

Motivação é importante mas não condição prévia à aprendizagem



A décima sessão do ciclo "O dever de educar", dedicada ao tema "O dever de educar a motivação", teve como convidada Maria Paula Paixão, psicóloga e professora da Universidade de Coimbra que se tem dedicado ao estudo da motivação e ao desenvolvimento vocacional, investigando as relações que estabelecem com a aprendizagem.

Nas duas sessões anteriores dedicadas à memória e à compreensão foi aflorada uma condição de educação das mesmas: a motivação dos alunos. Será esta condição inata?, pode também educar-se? e, se sim, como poderão os professores interessar os alunos por aquilo que se pretende que aprendam?, foram algumas das perguntas que ficaram no ar e a que Maria Paula Paixão procurou dar resposta.

A motivação não é, necessariamente, uma condição prévia à aprendizagem. “A motivação não é um traço estável interno que se possa considerar prévio a qualquer coisa”, afirmou a especialista. “E sobretudo não se pode ver apenas em termos de quantidade”, não se podendo, por isso, pensar num professor ou num aluno como desmotivado, ou pouco motivado.

Actualmente, “a motivação é vista como um conjunto de processos que ajudam a activar o comportamento, nomeadamente aspectos que são importantes para fomentar a aprendizagem”, como os processos cognitivos e outros mais instrumentais e mesmo emocionais.

Portanto, e de acordo com Maria Paula Paixão, a motivação é uma condição importante mas não é uma condição prévia à aprendizagem. “Porque não se trata de uma condição, de um traço fixo, de uma característica estável. E mesmo cada um de nós está diferentemente motivado para as mesmas coisas em diferentes momentos da vida”.

A decorrer no âmbito das Terças-Feiras de Minerva, as sessões deste ciclo são quinzenais e estão abertas ao público (com certificado de presença). A organização é de Helena Damião, João Boavida, Isabel de Carvalho Garcia, Mónica Vieira e Aurora Viães.



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