Teresa Lopes, Luís Alcoforado, Maria José Azevedo Santos,
Isabel de Carvalho Garcia e Fernando Meireles
Isabel de Carvalho Garcia e Fernando Meireles
“Chá com Música” é o título do próximo chá integrado na primeira temporada do “Chá com Lágrimas” que termina no próximo dia 25, nos jardins do Hotel Quinta das Lágrimas, a partir das 17h30.
O maestro Virgílio Caseiro é o convidado para esta sessão que, para além de uma breve reflexão sobre música, terá, como é hábito, um momento musical.
As inscrições para o “Chá com Música” poderão ser feitas na recepção do hotel ou por telefone, através do 239 802 380.
Recorde-se que a última sessão do “Chá com Lágrimas”, intitulada “Chá com Rosas”, contou coma presença de Maria José Azevedo Santos, professora catedrática da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, com o tema “Saber ler e escrever no século da Rainha Santa Isabel”.
O século da Rainha Santa Isabel marca o início, por um lado, de uma acentuada escribocracia, por outro, de uma crescente difusão activa e passiva da leitura e dos livros, recordou a historiadora. Os homens do século XIV adquirem a convicção de que um documento é, para além de uma forma de fixar a palavra, o registo ímpar da memória individual e colectiva.
As marcas desta realidade descobrem-se no aumento e diversidade da produção de documentos passados por tabeliães e escrivães que ganham, então, como profissionais da pena, um relevo particular. O rei, os mosteiros, os concelhos, e outros, usavam a escrita, entre outros fins, como meio de garantir uma boa gestão e administração do património que possuíam. Paralelamente, há sinais de um aumento da circulação do livro manuscrito, para o que muito contribuíram as universidades, a proliferação de bibliotecas e a expansão, ainda que incipiente, do saber ler e escrever traduzido, tantas vezes, em assinaturas autógrafas de bom recorte gráfico, referiu Maria José Azevedo Santos.
Por sua vez, Santa Isabel constitui um testemunho singular do papel da escrita e do livro na vida de uma rainha. Era muito culta, possuía escrivão, selo, e alguns livros de uso pessoal. Os finais da centúria em apreço, e os inícios do século XV, acentuarão, fruto da complexidade administrativa e das alterações sócio-culturais, entretanto operadas, a utilidade de um saber prático que a sociedade já não poderia, em caso algum, dispensar, concluiu a historiadora.
A sessão contou ainda com as presenças de Maria Manuel Almeida, que leu poesia alusiva ao tema de vários autores portugueses, terminando com um poema de Paulino Mota Tavares, e de Fernando Meireles que tocou sanfona.
O “Chá com Lágrimas” é a mais recente criação da Fundação Inês de Castro, das Edições MinervaCoimbra e do Hotel Quinta das Lágrimas, e tem por objectivo relembrar a ambiência das velhas tertúlias coimbrãs, razão que explica o espaço dado ao diálogo artístico e cultural, num clima da maior informalidade. A iniciativa conta ainda com o apoio da Empresa Municipal de Turismo.
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