domingo, fevereiro 17, 2008
Crítica social e política sem meias-tintas
As Edições MinervaCoimbra lançaram sábado o livro “SEM meias-tintas. Crónicas, Cartas, Sátiras e Histórias”, de Júlio Correia. A sessão contou com a presença do vereador da Cultura, Mário Nunes, de António Vilhena, autor do prefácio da obra, e de Amadeu Carvalho Homem, que fez a apresentação.
Mário Nunes destacou o facto de Júlio Correia ter dedicado o livro a dois grandes mestres da pintura portuguesa: Pinho Dinis, recentemente falecido, e Zé Penicheiro, enquanto Isabel de Carvalho Garcia, das Edições MinervaCoimbra, recordou que “Júlio Correia é uma pessoa que sempre se pautou por dizer o que pensa sem meias-tintas”.
O título do livro serviu, aliás, para muitas referências ao longo da tarde. Amadeu Carvalho Homem recordou a amizade que há 34 anos o une ao autor, uma amizade consolidada sempre sem meias-tintas, reforçou. Quanto ao livro, que considerou ser de uma “acutilante sátira, em regra política”, Carvalho Homem alertou, no entanto, ser esta apenas “aparentemente demolidora”.
Efectivamente, no contraponto da sátira de Júlio Correia, há uma nota de “uma certa compreensão pela natureza humana” e uma nota “de grande ternura humana”. Se tivesse que qualificar o livro, referiu, “diria que ele se insere mais na categoria do humor do que propriamente na sátira”. Amadeu Carvalho Homem destacou ainda uma cerca melancolia, “sempre presente na escrita de Júlio Correia”.
O livro tem uma primeira parte de crónicas, de crítica social e política, “sem qualquer espécie de concessão”, em que o autor “diz sem meias-tintas o que muito bem entende”. Um segundo capítulo onde é visível uma nota de grande humanismo e uma última parte com um conjunto de poemas de grande significado e um conjunto de contos, completam o livro “SEM meias-tintas”.
Júlio Correia nasceu em Lisboa, em 9 de Maio de 1927. Radicou-se em Coimbra a partir de 28 de Fevereiro de 1957. Aos 14 anos, com outro colega, fundou o jornal escolar “A Casa Pia”, que se publicou durante 20 anos. Entre 1952 e 1957, colaborou na edição e redacção do jornal “Voz do Trabalho”, que veio substituir o jornal “O Trabalhador”, do Padre Abel Varzim. Desde 1974 que escreve para a Imprensa, com maior incidência e regularidade a partir de 1992.
Tem publicados os livros “Da Minha Janela em Coimbra”, “Estórias do Meu Beco” e “Tempos de Mim” (Poesia).
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