OS JORNAIS COMO ACTORES POLÍTICOS
O Diário de Notícias, Expresso e Jornal Novo no Verão quente de 1975
JOÃO FIGUEIRA
O Diário de Notícias, Expresso e Jornal Novo no Verão quente de 1975
JOÃO FIGUEIRA
Há 30 anos, o exercício do jornalismo e da política, em Portugal, era uma espécie de espaço Schengen, no qual uns e outros circulavam e se exprimiam sem problemas de identidade. Era um tempo em que a política estava em toda a parte, ao ponto de o musical “Oh! Calcutta!” ter sido apresentado como um espectáculo “erótico-revolucionário”, enquanto a agência “Nouvelles Frontières” trazia excursões turísticas à Revolução, com visitas guiadas à Lisnave e a cooperativas agrícolas no Alentejo, com assistência garantida a comícios e a encontros com membros do MFA. Como é que o jornalismo viveu a revolução?
A Imprensa, como escreveu Torga no seu diário de 1975, era “a mais contraditória e parcial”, mas o certo, assinala o escritor, é que “nunca li tantos jornais juntos na minha vida”.
Três jornais — DN, Expresso e Jornal Novo — foram actores importantes, embora desempenhando papéis diferentes, no auge do confronto ideológico, em 1975, durante o Verão Quente. O que defendiam, de que lado estiveram, quem foram os seus alvos e que tipo de linguagem empregavam? Afinal, faziam jornalismo ou política? Ou as duas coisas?
“Terá sido a mais acertada, a escolha, por João Figueira, do Diário de Notícias, Expresso e Jornal Novo como triplo objecto do seu estudo sobre o comportamento e atitude dos jornais portugueses durante o chamado Verão Quente de 1975?”
“(…) Os argumentos do autor em defesa dos três jornais seleccionados e o estudo a que, a partir deles, procedeu provam-nos o acerto da escolha. Os dois diários e o semanário não se limitaram a oferecer-nos olhares contrastados sobre o PREC; eles próprios — parafraseando Jean Daniel, mas para ir um pouco mais longe — viveram a história, ao mesmo tempo que, ao relatá-la, tentaram inflecti-la”.
“(…) Mas fica, acima de tudo, <>. Que João Figueira a tenha tentado fixar, neste estudo, sabendo embora que o mundo é multidimensional «e continua a fugir», é uma prova de coragem académica e honestidade jornalística”.
João Figueira nasceu em Torres Vedras, habitou em três continentes, mas a sua cidade é Coimbra, onde vive há 30 anos, com algumas intermitências pelo meio.
É assistente convidado da licenciatura em Jornalismo da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, desde 1999. Mestre em Comunicação e Jornalismo, integra o grupo de trabalho “História da Comunicação e do Jornalismo” do Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX (CEIS 20).
Foi jornalista durante mais de duas décadas, a maioria das quais ligado ao Diário de Notícias, de onde saiu em Agosto de 2006, quando decidiu suspender a actividade jornalística. Entre 1988-92 exerceu o jornalismo em Macau, chefiando as redacções dos dois jornais onde trabalhou, ao mesmo tempo que garantia, para o DN, a cobertura noticiosa da região Ásia-Pacífico.
O Clube Português de Imprensa atribuiu-lhe o Prémio de Jornalismo/99, na modalidade Reportagem Imprensa, pelo conjunto de trabalhos publicados sobre o “Stress pós-traumático de guerra”, feito junto de antigos combatentes portugueses. O Rotary Club de Leiria distinguiu-o com o Prémio Profissional de Mérito 2000.
A convite do Instituto Pedro Nunes assegurou a coordenação científica dos programas de formação no domínio do jornalismo digital (2002-2005) e dirigiu o “Jornal de Actualidades”, no âmbito do portal de informação cultural e turística do projecto Centuris.
É director de conteúdos da empresa Ideias Concertadas e é membro fundador da associação cívica Pro Urbe, ambas sediadas em Coimbra.
Este volume recolhe uma selecção extensa das crónicas escritas pelo autor para a revista Visão e publicadas numa coluna de opinião sobre as questões do audiovisual, que recebeu o título “Imagens”.
Desprendidas dos fios que outrora as amarraram à sua periodicidade, este conjunto de crónicas oferece-se, agora, no formato de livro, como um outro modo de visitar o tempo desta (quase) década de imagens e sons, inventando o seu próprio calendário e o percurso das suas infinitas relações.
Dentro do período, poderá assim o leitor inventar o seu próprio tempo “audiovisual” (que é também um tempo de memória) e perceber — espera-se — a sua densidade e respiração subjectivas.
João Mário Grilo nasceu em 1958, na Figueira da Foz. Estudou Economia em Coimbra e licenciou-se em Sociologia pelo ISCTE, em Lisboa.
É Mestre e Doutor em Ciências da Comunicação, pela Universidade Nova de Lisboa, onde é Professor Agregado de Filmologia e dirige o Laboratório de Criação Cinematográfica, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas.
Enquanto cineasta, realizou o seu primeiro filme, “Maria”, em 1978. Seguiram-se-lhe “A Estrangeira” (1982), “O Processo do Rei” (1989), “O Fim do Mundo” (1993), “Saramago: documento”s (1994), “Os Olhos da Ásia” (1996), “Longe da Vista” (1998), “451 Forte” (2000), “A Falha” (2002), “Prova de Contacto” (2004) e “O Tapete Voador” (2007). Representou Portugal, entre outros, nos Festivais de Cannes, Veneza, Berlim, Locarno, Manheim, Rio de Janeiro, Chicago, Vancouver, Hong-Kong e Biarritz.
Ganhou o Prémio Georges Sadoul, em 1983.
Publicou extensamente sobre o cinema e a arte contemporânea, em diversas publicações nacionais e internacionais. É autor dos livros “A Ordem no Cinema”, “O Homem Imaginado”, “O Cinema da Não-Ilusão” e “As Lições do Cinema”.
A Imprensa, como escreveu Torga no seu diário de 1975, era “a mais contraditória e parcial”, mas o certo, assinala o escritor, é que “nunca li tantos jornais juntos na minha vida”.
Três jornais — DN, Expresso e Jornal Novo — foram actores importantes, embora desempenhando papéis diferentes, no auge do confronto ideológico, em 1975, durante o Verão Quente. O que defendiam, de que lado estiveram, quem foram os seus alvos e que tipo de linguagem empregavam? Afinal, faziam jornalismo ou política? Ou as duas coisas?
“Terá sido a mais acertada, a escolha, por João Figueira, do Diário de Notícias, Expresso e Jornal Novo como triplo objecto do seu estudo sobre o comportamento e atitude dos jornais portugueses durante o chamado Verão Quente de 1975?”
“(…) Os argumentos do autor em defesa dos três jornais seleccionados e o estudo a que, a partir deles, procedeu provam-nos o acerto da escolha. Os dois diários e o semanário não se limitaram a oferecer-nos olhares contrastados sobre o PREC; eles próprios — parafraseando Jean Daniel, mas para ir um pouco mais longe — viveram a história, ao mesmo tempo que, ao relatá-la, tentaram inflecti-la”.
“(…) Mas fica, acima de tudo, <>. Que João Figueira a tenha tentado fixar, neste estudo, sabendo embora que o mundo é multidimensional «e continua a fugir», é uma prova de coragem académica e honestidade jornalística”.
João Figueira nasceu em Torres Vedras, habitou em três continentes, mas a sua cidade é Coimbra, onde vive há 30 anos, com algumas intermitências pelo meio.
É assistente convidado da licenciatura em Jornalismo da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, desde 1999. Mestre em Comunicação e Jornalismo, integra o grupo de trabalho “História da Comunicação e do Jornalismo” do Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX (CEIS 20).
Foi jornalista durante mais de duas décadas, a maioria das quais ligado ao Diário de Notícias, de onde saiu em Agosto de 2006, quando decidiu suspender a actividade jornalística. Entre 1988-92 exerceu o jornalismo em Macau, chefiando as redacções dos dois jornais onde trabalhou, ao mesmo tempo que garantia, para o DN, a cobertura noticiosa da região Ásia-Pacífico.
O Clube Português de Imprensa atribuiu-lhe o Prémio de Jornalismo/99, na modalidade Reportagem Imprensa, pelo conjunto de trabalhos publicados sobre o “Stress pós-traumático de guerra”, feito junto de antigos combatentes portugueses. O Rotary Club de Leiria distinguiu-o com o Prémio Profissional de Mérito 2000.
A convite do Instituto Pedro Nunes assegurou a coordenação científica dos programas de formação no domínio do jornalismo digital (2002-2005) e dirigiu o “Jornal de Actualidades”, no âmbito do portal de informação cultural e turística do projecto Centuris.
É director de conteúdos da empresa Ideias Concertadas e é membro fundador da associação cívica Pro Urbe, ambas sediadas em Coimbra.
O LIVRO DAS IMAGENS
JOÃO MÁRIO GRILO
JOÃO MÁRIO GRILO
Este volume recolhe uma selecção extensa das crónicas escritas pelo autor para a revista Visão e publicadas numa coluna de opinião sobre as questões do audiovisual, que recebeu o título “Imagens”.
Desprendidas dos fios que outrora as amarraram à sua periodicidade, este conjunto de crónicas oferece-se, agora, no formato de livro, como um outro modo de visitar o tempo desta (quase) década de imagens e sons, inventando o seu próprio calendário e o percurso das suas infinitas relações.
Dentro do período, poderá assim o leitor inventar o seu próprio tempo “audiovisual” (que é também um tempo de memória) e perceber — espera-se — a sua densidade e respiração subjectivas.
João Mário Grilo nasceu em 1958, na Figueira da Foz. Estudou Economia em Coimbra e licenciou-se em Sociologia pelo ISCTE, em Lisboa.
É Mestre e Doutor em Ciências da Comunicação, pela Universidade Nova de Lisboa, onde é Professor Agregado de Filmologia e dirige o Laboratório de Criação Cinematográfica, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas.
Enquanto cineasta, realizou o seu primeiro filme, “Maria”, em 1978. Seguiram-se-lhe “A Estrangeira” (1982), “O Processo do Rei” (1989), “O Fim do Mundo” (1993), “Saramago: documento”s (1994), “Os Olhos da Ásia” (1996), “Longe da Vista” (1998), “451 Forte” (2000), “A Falha” (2002), “Prova de Contacto” (2004) e “O Tapete Voador” (2007). Representou Portugal, entre outros, nos Festivais de Cannes, Veneza, Berlim, Locarno, Manheim, Rio de Janeiro, Chicago, Vancouver, Hong-Kong e Biarritz.
Ganhou o Prémio Georges Sadoul, em 1983.
Publicou extensamente sobre o cinema e a arte contemporânea, em diversas publicações nacionais e internacionais. É autor dos livros “A Ordem no Cinema”, “O Homem Imaginado”, “O Cinema da Não-Ilusão” e “As Lições do Cinema”.
MIGUEL TORGA E A PIDE
A repressão e os escritores no Estado Novo
RENATO NUNES
"A presente obra é, pois, como o seu título indica, um estudo sobre um processo organizado pela PIDE (utilizamos apenas a sigla que se tornou tristemente célebre), que mostra como a nossa “ditadura” não teve, efectivamente, o carácter “original” e “benevolente” – imagem que o regime deu de si próprio – que se lhe quer por vezes atribuir, numa lógica “revisionista”. A literatura, como qualquer outra arte, ou qualquer forma de vida (incluindo o quotidiano de cada um, a vida de família, o domicílio, a correspondência…), era constantemente vigiada e violada.
Na qualidade de historiador não poderemos omitir esta realidade objectiva que se nos depara com uma grande clareza quando consultamos o Arquivo da PIDE/DGS na Torre do Tombo. Os seus processos são de uma grande evidência, ao contrário de outras fontes ideológicas e de propaganda que mais facilmente encandeiam o juízo dos leitores, mesmo dos historiadores, mormente os cientistas sociais estrangeiros, apresentados muitas vezes como “paradigma científico”, mas que nem sempre conhecem bem a realidade portuguesa e que repetem de forma automática, ou com pressupostos de complexa (ou simplista) engenharia teórica, uma longa cadeia de testemunhos ideológicos e “científicos”, nem sempre, todavia, rigorosamente avaliados".
Renato Nunes nasceu no dia 3 de Julho de 1980 em Lille (França), embora as suas origens estejam associadas ao concelho de Oliveira do Hospital. Licenciou-se em História, Ramo de Formação Educacional, em 2003, pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.
Actualmente, lecciona na Escola Básica 2, 3 de Tondela.
Colaborador do Centro de Estudos Interdisciplinares do século XX da Universidade de Coimbra (CEIS20), tem vindo a estudar os processos de alguns escritores na polícia política do Estado Novo e na Direcção-Geral de Censura.
Para além deste livro, que constitui a sua primeira publicação historiográfica, está a preparar uma outra obra sobre idêntico tema relativo a Aquilino Ribeiro.
A repressão e os escritores no Estado Novo
RENATO NUNES
"A presente obra é, pois, como o seu título indica, um estudo sobre um processo organizado pela PIDE (utilizamos apenas a sigla que se tornou tristemente célebre), que mostra como a nossa “ditadura” não teve, efectivamente, o carácter “original” e “benevolente” – imagem que o regime deu de si próprio – que se lhe quer por vezes atribuir, numa lógica “revisionista”. A literatura, como qualquer outra arte, ou qualquer forma de vida (incluindo o quotidiano de cada um, a vida de família, o domicílio, a correspondência…), era constantemente vigiada e violada.
Na qualidade de historiador não poderemos omitir esta realidade objectiva que se nos depara com uma grande clareza quando consultamos o Arquivo da PIDE/DGS na Torre do Tombo. Os seus processos são de uma grande evidência, ao contrário de outras fontes ideológicas e de propaganda que mais facilmente encandeiam o juízo dos leitores, mesmo dos historiadores, mormente os cientistas sociais estrangeiros, apresentados muitas vezes como “paradigma científico”, mas que nem sempre conhecem bem a realidade portuguesa e que repetem de forma automática, ou com pressupostos de complexa (ou simplista) engenharia teórica, uma longa cadeia de testemunhos ideológicos e “científicos”, nem sempre, todavia, rigorosamente avaliados".
Luís Reis Torgal
Renato Nunes nasceu no dia 3 de Julho de 1980 em Lille (França), embora as suas origens estejam associadas ao concelho de Oliveira do Hospital. Licenciou-se em História, Ramo de Formação Educacional, em 2003, pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.
Actualmente, lecciona na Escola Básica 2, 3 de Tondela.
Colaborador do Centro de Estudos Interdisciplinares do século XX da Universidade de Coimbra (CEIS20), tem vindo a estudar os processos de alguns escritores na polícia política do Estado Novo e na Direcção-Geral de Censura.
Para além deste livro, que constitui a sua primeira publicação historiográfica, está a preparar uma outra obra sobre idêntico tema relativo a Aquilino Ribeiro.
O CORAÇÃO AQUI
MARIA RAMOS
Poesia
MARIA RAMOS
Poesia
Maria Odete Ramos Campos (Maria Ramos) nasceu na cidade da Guarda em 1935. Aos 10 anos, por razões familiares, mudou de residência para Coimbra, onde fez o curso do liceu (no Liceu Infanta D. Maria) e depois, na Faculdade de Medicina, cursou Medicina, tendo-do-se licenciado em Julho de 1958, tendo defendido tese em Julho de 1959.
Desde Janeiro de 1960 vive e trabalha no Porto como Médica Obstetra e Ginecologista.
Sempre fez poesia, quase desde que começou a escrever, mas só foram publicados alguns poemas pela primeira vez numa colectânea de Poesia da Editorial Minerva em 1995/Vol III e depois nos volumes IV, VI, XII e “Inquietação”.
Desde Janeiro de 1960 vive e trabalha no Porto como Médica Obstetra e Ginecologista.
Sempre fez poesia, quase desde que começou a escrever, mas só foram publicados alguns poemas pela primeira vez numa colectânea de Poesia da Editorial Minerva em 1995/Vol III e depois nos volumes IV, VI, XII e “Inquietação”.
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