sexta-feira, setembro 22, 2006

Rotary e Minerva debatem candidatura de Coimbra a Património Mundial



O Rotary Club de Coimbra Santa Clara em conjunto com a Livraria Minerva, no âmbito das Terças-Feiras de Minerva, promoveu uma reunião conjunta com palestra e jantar sob o tema “COIMBRA - a história de uma candidatura a Património Mundial”, cujo palestrante convidado foi o arquitecto Nuno Lopes, responsável pelo gabinete de candidatura à UNESCO da Universidade de Coimbra. Além do presidente do Rotary Club de Coimbra Santa Clara, Luís Ribeiro, vários rotários e convidados, estiveram presentes os proprietários da Livraria Minerva, José Alberto Garcia e Maria Isabel de Carvalho Garcia (também membro do Rotary Club de Coimbra), o vereador da cultura da Câmara Municipal de Coimbra, Mário Nunes, o presidente da Região de Turismo do Centro, Pedro Machado, o Director Regional dos Edifícios e Monumentos Nacionais, Afonso Mira, entre outros.

Durante a sua intervenção, Nuno Lopes apresentou o trabalho que o gabinete tem vindo a desenvolver, dando também conta do muito caminho que ainda tem que ser percorrido.
Apesar de ser uma candidatura da Universidade de Coimbra, o arquitecto defendeu o envolvimento de toda a cidade e da população, afirmando mesmo que se Coimbra quer ver a Alta património mundial, então é preciso explicar aos cidadãos que eles também têm que pagar parte da sua conservação.

Refira-se que toda a conservação e restauro que é imprescindível efectuar para que se possa apresentar a candidatura a património mundial ascende a 90 milhões de euros, grande parte suportados pela Universidade.

Nuno Lopes alertou ainda os presentes para alguns “atropelos” que estão a ser cometidos em zonas da cidade que envolvem a área a candidatar, nomeadamente a Baixa (a candidatura inclui também a Rua da Sofia). Referindo-se concretamente à reabilitação urbana prevista para a Baixinha, Nuno Lopes salientou que é fundamental existir uma profunda coordenação entre a actuação da SRU (Sociedade de Reabilitação Urbana) e o Gabinete da Candidatura sob pena da intervenção na Baixa se vir a tornar tão destrutiva quanto a “higienização” que o Estado Novo fez na Alta de Coimbra na década de 50.

O responsável pela candidatura da Universidade de Coimbra à UNESCO lamentou também o estado de abandono a que a Alta está votada, incluindo a cidade universitária. "Venham passear por estas zonas à noite para verem as ruas desertas e sujas”, desafiou os presentes, assegurando que este não é o cenário que se poderá mostrar ao comité de candidatura. Acrescentou que, antes de mais, as pessoas deverão alterar sua atitude relativamente à utilização deste espaço público, respeitando-o e não o degradando.

Nuno Lopes revelou ainda que neste momento estão a decorrer os projectos de reabilitação e algumas sondagens arqueológicas para que tudo esteja a postos para ser possível obter verbas do próximo Quadro Comunitário de Apoio e endereçou também a todos os presentes o convite para visitarem a exposição que irá estar patente no Museu Antropológico da Universidade de Coimbra referente à Candidatura e aos projectos em curso até 9 de Novembro.

No debate que se seguiu à comunicação, ficou claro o compromisso em torno da candidatura entre as diversas instituições presentes, nomeadamente a Câmara Municipal de Coimbra, a Região de Turismo do Centro e o Rotary Clube de Coimbra Santa Clara.

O ciclo “Coimbra – Uma candidatura a Património mundial” vai continuar em sessões conjuntas com o Rotary Club de Coimbra Santa Clara e a Livraria Minerva. A próxima será no dia 3 de Outubro, pelas 21h30 na Livraria Minerva, Rua de Macau, 52 (Bairro Norton de Matos) com Jorge Cravo que falará da “A inclusão da Canção de Coimbra como bem imaterial da candidatura da Universidade de Coimbra a património Mundial”.

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