(da esq para a direita) Isabel de Carvalho Garcia, Cristina Robalo Cordeiro,
Mário Nunes, Maria Lucília Mercês de Mello e José Ribeiro Ferreira
Mário Nunes, Maria Lucília Mercês de Mello e José Ribeiro Ferreira
As Edições MinervaCoimbra apresentaram na Casa Municipal da Cultura a última obra de Maria Lucília Mercês de Mello, “Trilogias Líricas”. Trata-se do quarto livro de poesia da autora, que editou “Poemas em dois tempos” (1998), “Tempo de Bruma” (2001) e “Sintonias” (2003), todos na MinervaCoimbra.
Numa sessão presidida pelo vereador da Cultura da Câmara Municipal de Coimbra, Mário Nunes, a apresentação da obra esteve a cargo de Cristina Robalo Cordeiro, depois de breves intervenções de Isabel de Carvalho Garcia, das Edições MinervaCoimbra, e de José Ribeiro Ferreira, director da colecção Poesia Minerva.
Coerência e ressonância, “é este o efeito maior produzido pelo livro de poesia de Maria Lucília Mercês de Melo, onde a sua consciência estética vigilante orquestra, sem fausto nem ostentação, os momentos e os movimentos de um vivido que, sendo individual, é também o de cada um de nós”, referiu Cristina Robalo Cordeiro na apresentação da obra. A autora, afirmou, “na sua página de apresentação, sublinha o “prazer desmesurado” que lhe ofereceu a experimentação de um novo modo de escrita: o prazer da descoberta será, evidentemente, também o do leitor que se sentirá feliz por deixar calar em si, durante uma hora, os barulhos da actividade quotidiana, e iniciar, guiado pela poeta, a recapitulação do seu destino”. Aperceber-se-á então “de que a poesia não é apenas uma música verbal mas uma verdadeira ordenação rítmica do coração”.
Para Cristina Robalo Cordeiro, Maria Lucília Mercês de Mello “não pertence à categoria dos poetas para quem a operação poética passa, na assumpção da linguagem, pela negação da coisa nomeada”. Na sua poesia, “os seres naturais existem e exprimem-se segundo a sua essência própria, obedecendo, diríamos, à sua única vocação pancalista, votados ao prazer único de viver”.
De acordo com a apresentadora, em “Trilogias Líricas” “estamos entre tudo o que foi e já não é, e tudo o que, já não sendo, é ainda e sempre no poeta: porque nada morre, desfalece ou se esvai enquanto houver em nós um instante poético que o preserve!”.
E o que confirma a originalidade da obra, “não é tanto a diversidade das formas (do soneto à ode passando pela página em prosa), mas mais o jogo de ecos instituído entre as três obras precedentes”.
Da leitura de “Trilogias Líricas”, Cristina Robalo Cordeiro garantiu pois que “o espírito mais inquieto sairá apaziguado: é que o livro, no seu jogo ternário e especular, propõe-nos um modelo de reestruturação psíquica ou, melhor, de reorganização espiritual”. É a obra de uma poeta que, “tendo realizado a sua vocação de médica, é ainda, pela virtude do texto, capaz de fazer bem à sua volta”.
A sessão terminou com a leitura de alguns poemas do livro pela própria autora.
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