quinta-feira, abril 03, 2008

Lançamento em Coimbra de "Comunidades online de sucesso"

Primeira obra sobre o tema editada em Portugal














Comunidades online de sucesso
António Filipe


A separação física dos estudantes nos cursos de ensino superior com suporte online, fragiliza o desenvolvimento do sentido de comunidade e aumenta o aparecimento de sentimentos como o isolamento, a distracção e um grande vazio de atenção personalizada e imediata, reduzindo drasticamente o esforço de persistência dos alunos e a permanência nos cursos.

No aperfeiçoamento de comunidades colaborativas online é necessário ter sempre em conta factores que influenciam a interacção entre os participantes e que passam pela experiência online, estilos de aprendizagem, experiência tecnológica, estilos de comunicação e de percepção.

Podemos destacar 3 dos factores mais importantes que influenciam o sentido de comunidade e o grau de satisfação dos participantes:
. A imediaticidade das interacções;
. A presença social;
. A interacção.

As comunidades de aprendizagem colaborativa não existem por si só; exigem um impulso de desenvolvimento e um esforço de moderação adequados à diversidade de contextos e de estilos de aprendizagem dos alunos.
Para atingirem a configuração de uma identidade colectiva têm de se constituir em função de quatro dimensões: espírito, confiança, interacção e expectativas e objectivos comuns.

Contudo é importante ressalvar que a promoção de níveis elevados de participação/interacção tem muito menos impacto no desenvolvimento do sentido de comunidade do que a promoção da qualidade das interacções.

A qualidade das interacções entre os membros de uma comunidade colaborativa depende muitas vezes de factores internos, tais como: diversidade de estilos de aprendizagem, personalidades e conhecimentos prévios, diferentes padrões de comunicação, receio da crítica e de retaliação, ou ainda, pouco à vontade em dar feedbacks honestos que possam ser mal interpretados ou pouco aceites. Nesta dimensão o professor tem um papel importante na moderação e suavização destes factores, desimpedindo os canais afectivos e de comunicação.

A qualidade das interacções, que os alunos experimentam, é vital para que consigam sentir satisfação pelo que fazem e aprendem durante o tempo necessário até concluírem as suas actividades. É aqui que a e-moderação assume um papel imprescindível na regulação da qualidade dessas interacções garantindo que nenhuma ponta da rede de interacções fique solta.

A e-moderação constitui-se como um factor crítico no sucesso das comunidades online.

António Filipe (2008)



António Filipe é mestre em Didáctica e Tecnologia Educativa, na especialidade de Multimédia Aveiro. É especialista em Metodologias de Elearning e Comunidades Colaborativas Online, com duas pós-graduações neste campo: uma pela Universidade de Aveiro e outra pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra. É investigador bolseiro da Fundação para a Ciência e Tecnologia, no âmbito do doutoramento em Design, na especialidade de Design de Interacção em HCI (Human-Computer Interfaces), no Departamento de Comunicação e Arte da Universidade de Aveiro.
É membro da International Association for Developement of the Information Society, com diversas refree em congressos internacionais ibero-americanos na área das Comunidades de Colaboração e Aprendizagem Online.
É coordenador e tutor especialista na área do Elearning em diversas instituições do ensino superior e empresariais.
É docente da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Coimbra desde 2000, nos cursos de licenciatura em Arte e Design e em Comunicação e Design Multimédia. Acumula funções de coordenador científico para a formação profissional da empresa Teleformar – especializada em Formação e Sistemas Informáticos.
Tem experiência em formação profissional de formadores em diversos cursos tecnológicos do IFP, e é consultor especialista em Elearning em diversas instituições empresariais ligadas à formação profissional e educacional.

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